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terça-feira, 5 de abril de 2011

"DEATH TO AMERICA". MILHARES PROTESTAM NO AFEGANISTÃO CONTRA QUEIMA DO CORÃO POR UM PASTOR AMERICANO.


Aí está o noticiário. Um pastor americano amalucado queima um livro e pessoas morrem no Afeganistão. Voltamos ao texto anterior. Ligação direta? Claro que não. Fanatismo? Sim, de ambas as partes. O que pode acontecer ao pastor que queimou o Corão? Nada, do ponto de vista legal. Talvez tenha sua vida colocada a prêmio, talvez seja morto andando na rua, indo para a casa ou para seu templo. Fora isso, nada acontecerá, além de ter seu gesto reprovado por muita gente, claro. Não é proibido queimar livros. Mas é uma idiotice.
E matar gente por causa disso? Maior estupidez ainda.
As agências internacionais informam que milhares protestaram e ainda protestam em Kandahar, ou em Kabul, diante da universidade local. Nove pessoas morreram e 73 ficaram feridas em Kandahar por causa dos tumultos!
Esta é a questão central da luta atual que há entre visões de mundo, queiramos ou não: ocidente x oriente islâmico. A eletricidade encolheu o mundo, diria McLuhan. Milhares protestam em um país contra os habitantes de outro país, ou contra o próprio país (Death to America!), como se fosse um jogo de futebol, um time contra o outro. Uma torcida contra a outra.

Quem nasceu e cresceu em uma cultura como a afegã, com forte pressão religiosa que  uniformiza o comportamento e o pensamento, não deixando espaço à reflexão individual, certamente, e, com razão, pode ofender-se. Ponto final. Daí a matar vai uma longa distância.

O problema é que os fanáticos não entendem como um cidadão americano tem liberdade para queimar um livro, seja o Corão, seja a Bíblia, seja o Mein Kampf,  seja o Livro verde de Kadafi, ou o Livro Vermelho de Mao Tse Tung, ou o Kamasutra, ou Tao Te King. Ou os livros de Mark Twain, ou Monteiro Lobato. Ou as Histórinhas da Chapeuzinho vermelho.  Eles não entendem a liberdade. Se o país permite, então o inimigo é todo mundo. Qualquer americano pode morrer por causa disso. E, aqui no Brasil, por alguns comentários na Imprensa, ou na Internet, vemos que não é muito diferente. Já há uma produção de idiotas em escala industrial.
Lara Logan (http://daniel-eloi.blogspot.com/)

Gente que deveria prezar a liberdade, e reprovar a falta de civilidade e a barbárie, aprova o comportamento dos fundamentalistas fanáticos, pois eles protestam  contra o "grande Satã Americano".
Ideologia rasteira. Visão tosca. E assim tem sido em todos os fatos que envolvem os comportamentos mais grotescos dos fanáticos  islâmicos, como o estupro coletivo a que submeteram a jornalista americana, Lara Logan, em plena Praça Tahrir, o centro da "revolta do povo pela liberdade".

A moça foi estuprada por dezenas de pessoas. e o que disseram os nossos idiotas da esquerda? Bem feito, o que fazia lá? Onde ficaram os protestos de nossas feministas? SILÊNCIO! Nem um pio. Uma americana estuprada por selvagens egípcios (não o povo todo, claro!) vale menos que uma estuprada aqui no Brasil. Feministas? De araque. Para muitos comentaristas e colegas jornalistas os seguidos estupros foram chamados, na linguagem diáfana do politicamente correto, de alguns ataques sexuais.
E se os ataques fossem na sua mãe, na sua avó, na sua mulher ou na sua filha? Tudo bem, em nome do multiculturalismo, da tolerância, do politicamente correto, da luta em busca pela democracia? Caramba!  

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