Pesquisar este blog

quinta-feira, 1 de março de 2012

MORTE NO HOPI HARI. JURO QUE POR ALGUNS DIAS PENSEI QUE AINDA FOSSEM CULPAR GABRIELA NISHIMURA PELA PRÓPRIA MORTE. Se as máquinas funcionam perfeitamente, se não houve falha humana, então teria sido ela a suicidar-se?

ATUALIZADO EM 9 DE MAIO DE 2012


PROMOTORIA INDICIA DOZE PELA MORTE DE GABRIELA NISHIMURA



A imprensa informa que  o Ministério Público de São Paulo apresentou nesta quarta-feira (9), em Campinas, denúncia de homicídio culposo (sem intenção de matar) contra 2 pessoas pela morte da adolescente Gabriela Nishimura, de 14 anos de idade, no parque de diversões Hopi Hari (Vinhedo). Ela morreu no dia 24 de fevereiro deste ano ao cair do brinquedo "La Tour Eiffel", de uma altura estimada de 30 metros.

Os nomes dos denunciados à Justiça Criminal foram divulgados em coletiva pelo promotor criminal de Vinhedo, Rogério Sanches, e incluem quatro diretores do parque: o presidente do Hopi Hari, Armando Pereira Filho e os diretores Flávio da Silva Perreira, Fábio Ferreira da Silva e Stefan Fridoloin.

Foram denunciados também oito funcionários dos setores de operação e manutenção dos brinquedos: Marcos Antonio Leal, Vitor Igor Spinucci de Oliveira, Amanda Cristina Amador, Edson da Silva, Lucas Martins Figueiredo, Adriano Cesar de Souza, Luiz Carlos Pereira de Sousa e Juliano Ambrósio. Caso sejam condenados, poderão ter pena de um a três anos de prisão.

À lista dos indiciados dos que haviam sido inicialmente indiciados pela Policia, o MP acrescentou três pessoas --Amanda Cristina Amador Flávio da Silva Perreira e Fábio Ferreira da Silva-- e não denunciou Claudio Luis Pinheiro Guimarães (vice-presidente) e Rodolfo Rocha de Aguiar Santos (técnico em eletrônica), que estavam entre os indiciados.

No último dia 27, o delegado que indiciou o grupo, Álvaro Santucci Junior, declarara que os responsáveis pela morte da menina haviam sido “negligentes, relapsos, omissos e imprudentes”.

Gabriela foi entregue às mãos de Deus, os indiciados deverão, agora, ser julgados pela Justiça dos homens.   


Esta é uma imagem terrivelmente dolorosa para os Nishimura.
À esquerda Gabriela meio de costas; acenando uma amiga; ao lado
 a mãe de Gabriela; à direita seu pai.
Os peritos teriam
sido levados a examinar a cadeira errada.  


Fico imaginando (como pai) o desespero do pai e da mãe de Gabriela Nishimura ao perceberem que ela havia voado para a morte. Foi o que aconteceu no Hopi Hari, em Vinhedo, na última sexta-feira, 24.

Lamento profundamento cada morte, e, quando envolve investigação para apurar as causas, agradeço viver em um pais em que as informações ainda podem circular livremente. Vou explicar o porquê.

Se estivéssemos em uma ditadura as autoridades poderiam dizer, por exemplo, “ninguém morreu, é intriga da oposição”. Se não houvesse a liberdade de Imprensa, mesmo com falhas que decorrem de erros de apuração, não ficaríamos sabendo das mudanças, das reviravoltas de um caso que, como o de Gabriela, acabam tendo muita repercussão. Afinal, não é sempre que alguém cai de um brinquedo daqueles.  Numa ditadura, a família saberia da morte, afinal perdeu a pessoa, mas o país inteiro não. E isso faz uma brutal diferença.

O caso de Gabriela, lembra, já escrevi antes, o de Grazielli Lames, a menininha de 3 anos que morreu atropelada por um jet-ski em Guaratuba, em Bertioga. Ela estava brincando na areia com a mãe, fazendo castelinhos, e o jet-ski saiu da água em velocidade!

Imaginem, Gabriela e Grazielli saíram de casa (a primeira do Japão!, a segunda de Artur  Nogueira, interior de SP) para descansar com  a família. De modo absolutamente fora do comum encontraram a morte. Não vou tratar agora da questão de porque elas é que estavam lá e não outras pessoas, por exemplo, a questão do azar e da sorte, ou dos desígnios de Deus.

Quero tratar de outra coisa, da Justiça dos homens, da ganância, da liberdade de Imprensa, do trabalho da Policia, da busca da verdade.

Uma coisa é fato: Gabriela está morta. Talvez para ainda maior tristeza dos pais, que moram no Japão, onde ela nasceu, foi enterrada no Brasil. Quando retornaram ao Japão nem ao menos poderão visitar seu tumulo no cemitério! Ela foi enterrada em Guarulhos.

DESENCONTRO DE INFORMAÇÕES:

Quero tratar das informações sobre o caso que vou lendo na imprensa. Elas nos fazem pensar.

A Torre Eiffel, o brinquedo, foi interditado após a morte de Gabriela. Ficará assim até o termino do inquérito. Mas na primeira visita ao parque os peritos policiais analisaram por mais de duas horas uma das cadeiras, a que Gabriela teria usado, e as informações extra-oficiais publicadas diziam que não havia aparecido nenhum defeito.

Se não houve defeito mecânico hidráulico ou mecânico, o que teria então havido? Falha humana. Mas o que é falha humana? Algum funcionário deixou de cumprir sua tarefa
e não verificou cada cadeira ocupada antes do brinquedo ser acionado? Se isso foi feito, o que seria ainda falha humana? Como a menina caiu lá de cima se estivesse tudo certo? Teria Gabriela então resolvido pular?

Está cada vez mais claro que não, aliás, essa hipótese nem chegou a ser colocada. Eu é que digo, em casos complicados parece que cada suposto envolvido quer empurrar uma possível falha, ou  omissão, ou a responsabilidade, ou culpa, para o Outro, para alguém. Se não houvessem testemunhas talvez não fosse possível a conclusão pelo mistério. Não teria sido a primeira vez no Brasil.

Como no caso da garotinha Grazielle na praia: se ninguém viu nada (não é o caso) ainda poder-se-ia concluir que ela é que teria pulado na frente do jet ski. Ainda bem que há testemunhas, que elas tem consciência, e contaram o que viram.

VISTORIA E FOTO

Na vistoria feita pelos peritos policiais, a cadeira funcionou direito. Agora. passados alguns dias, dois funcionários do parque dão uma reviravolta no caso: eles teriam avisado um chefe do defeito da cadeira que acabou ocupada por Gabriela. Nada teria sido feito. E que a cadeira vistoriada não teria sido a ocupada pela garota!

Ontem a família da menina divulgou uma foto em que aparece o conjunto de cadeiras no bloco ocupado pela família, Gabriela estava na primeira à esquerda, uma prima ao lado, depois  mãe e no lado oposto o pai. 

Se aquela foto foi de pouco antes do brinquedo ser acionado, então os peritos policiais podem , de alguma forma, terem sido induzidos ao erro por alguém, porque não teria sido aquela a cadeira vistoriada e que não deu defeito.

Fico pensando que deve ter sido um erro, um engano. Imaginem alguém levar a policia ao erro, oferecendo a cadeira errada (e sem defeito) para exame. Isso poderia livrar o parque e incriminar algum funcionário ou mesmo Gabriela.

É preciso, agora, que a Policia verifique se os funcionários tinham mesmo um chefe a quem comunicaram o defeito da cadeira. Há informações publicadas ontem e hoje de que a cadeira estaria com problemas há muito tempo!

A Torre é um cilindro alto com cinco blocos de 4 cadeiras cada à sua volta. Isso significa que o brinquedo tem 20 cadeiras para cada vez de uso. O delegado de Vinhedo já havia notado que dois blocos de cadeiras (8)  estavam cobertos com plástico preto para não serem usadas. 

Sobraram 12 cadeiras. Se a ocupada por Gabriela também estivesse interditada ou não devesse ser usada, sobrariam 9 cadeiras boas. De um total de 20 cadeiras (100%) só nove estariam funcionando direito! (42%).

Então, mais da metade das cadeiras estariam inutilizáveis. Sendo a observação do delegado correta, não teria sido  melhor que o brinquedo já estivesse sem uso para uma manutenção talvez mais rigorosa? Perguntar não ofende. Aliás, parece ter sido algo nesse campo que produziu o acidente que levou Gabriela à morte. Hoje, se a torre fosse liberada com aquels cadeira ainda cobertas, eu não permitiria,de modo algum, que filho meu usasse aquele  brinquedo. Não há mais confiança.

Se Gabriela não levantou a trava, para tentar morrer, como a trava se abriu sozinha?
Se havia um cinto de segurança faltando na cadeira (e a mãe dela teria falado sobre isso com um funcionário que teria respondido: não há problema!). isso é correto?
Se havia uma rotina de checagem, qual a rotina? A cada vez que o brinquedo sobe uma vez com “carga” humana”?

O brinquedo é parado para alguma manutenção e troca de reparados nos freios a cada quanto tempo? E que outros serviços? Quando foi a última vez?

Há ainda muitas perguntas que podem ser formuladas. Tomara que o delegado, o promotor público do caso, e os peritos façam todas, e chamem todas as testemunhas possíveis e os funcionários e técnicos e engenheiros e chefes do parque para cruzar suas respostas e buscar inconsistências.

Afinal, seria uma coisa absolutamente desumana e injusta sobrar alguma dúvida
sobre a própria Gabriela Nishimura. Não se esqueçam todos, no caso ela foi, é, e será sempre a vitima. Pagou com a própria vida.

Confio no trabalho da Imprensa, no trabalho da Polícia e da Promotoria, e na responsabilidade e boa-fé das pessoas com suas falhas.


PS: Diante das aparentes contradições e imprecisões verificadas no levantamento das informações a Promotoria Pública resolveu solicitar a interdição total por dez dias do Hopi Hari, em data a ser definida em breve, para que todos os brinquedos sejam periciados. Se for necessário o parque ficará fechado por tempo indeterminado.


A diretoria do parque parece te reconhecido que ocorreu alguma falha grave, e concorda em assinar um Termo de Ajustamento de Conduta para que as falhas e brinquedos sejam verificadas. Parabéns à Promotoria. O caso é muito sério e os consumidores não podem  ser expostos. 


LEIA AQUI MAIS INFORMAÇÕES DE VEJA:


O parque de diversões Hopi Hari reconheceu pela primeira vez, nesta quinta-feira, que Gabriella Yukari Nichimura, de 14 anos, sentou numa cadeira que deveria estar interditadaA adolescente morreu ao cair do brinquedo La Tour Eiffel, também conhecido como elevador.
"Nós já sabemos como o acidente ocorreu", afirmou Rogério Sanches, promotor criminal de Vinhedo. "Gabriela estava sentada inadvertidamente numa cadeira que deveria estar interditada e isso foi confirmado por funcionários do parque. Agora, vamos apurar de quem é a responsabilidade". Sanches informou que o Ministério Público está investigando todas as pessoas responsáveis pelo brinquedo, desde funcionários diretamente ligados à operação, até superiores e o gerente-geral.
A partir desta quinta-feira o Hopi Hari poderá ser fechado para que seja feita a perícia em todos os brinquedos do parque. A alternativa foi proposta pelo MP e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) deve ser assinado com a direção do parque ainda nesta tarde. A informação foi confirmada pela promotora Ana Beatriz Vieira, que acompanha o caso.
A decisão do MP foi tomada depois que novas evidências sobre o acidente foram divulgadas nesta quarta-feira. Fotografias tiradas minutos antes da queda mostram que a adolescente estava sentada numa cadeira localizada na ponta – e não no meio, como foi divulgado inicialmente. O assento deveria estar interditado.
De acordo com Sanches, a perícia atestou que a trava do assento da ponta, onde estava Gabriela, faz um movimento de chicote e se abre na descida. “Ela subiu segurando só no colete. Estava flutuando", afirmou Sanches nesta quarta-feira. "Essa menina entrou numa verdadeira arma”.
Ademar Gomes, advogado da família de Gabriela, confimou que processará o Hopi Hari por dolo eventual. Silmara Nichimura, mãe de Gabriela, revelou que ninguém checou a trava de segurança do brinquedo no dia do acidente. A promotora Ana Beatriz afirmou que o local deverá ficar fechado por 10 dias, mas o prazo não foi confirmado pelo advogado do parque, Alberto Toron. O Hopi Hari abre normalmente entre sexta-feira e domingo e fecha na segunda para manutenção dos brinquedos.
LEIA MAIS SOBRE O CASO:
  

Um comentário:

  1. ta me cheirando algum sacrificio feitos pelos donos milionarios do parque , algum sacrificio humano santanico que tiveram que faser o demonio deu tudo pra eles mas exije um sacrificio com certesa foi .

    ResponderExcluir