Se Joaquim Lourenço da Luz, 47 anos, amava Loanne Rodrigues
da Silva, 19 anos, aquela garota bonita de profundos olhos azuis, cobiçada por
dezenas de jovens em Pirenópolis, GO, não como um padrasto, mas como um homem
apaixonado, por que escolheria matá-la e suicidar-se?
Alguém poderia dizer de pronto “porque ele talvez a amasse,
a desejasse e ela o rejeitasse. Isso não seria motivo suficiente para um obsessivo
matar o objeto de sua paixão sufocante?”
Talvez.
Mas o que o levaria a matar-se e a contratar um seguro para
beneficiar um filho de outro casamento? Não seria capaz de simplesmente matá-la
e viver sem ela por perto? Era algo tão avassalador que apenas a própria morte
o aliviaria de seu sofrimento?
Vamos lá: pelo que se entende das matérias publicadas pela
imprensa, Joaquim tinha um casal de filhos, de uns 24 ou 25 anos, com uma
primeira esposa. Joaquim vivia com Sandra Rodrigues da Silva, 37 anos, há 7
anos (2006). Sandra tinha dois filhos: uma menina, Loanne, (em 2006 com 12 anos
de idade) e um garoto hoje com 17 anos de idade.
O SUMIÇO DE LOANNE E JOAQUIM
Na segunda-feira, 16 de dezembro, às 15 horas, Sandra
acompanhou Joaquim e Loanne a um passeio até o morro das Antenas, perto de
Pirenópolis, onde Loanne e Joaquim tirariam fotografias. O lugar é formado por
matas e a paisagem la do alto é muito bonita.
Mas, chegando a um ponto do trajeto Sandra desistiu do
passeio e voltou para casa. Talvez alegasse cansaço. Os dois continuaram a subida.
Algum tempo depois, lá pelas 17 horas, Loanne ligou para
dizer que ela e Joaquim haviam chegado ao topo. Depois, ninguém mais soube
deles, pois ninguém atendeu às chamadas de Sandra, preocupada com o horário,
conforme disse à Polícia.
Loanne e Joaquim foram encontrados no fim da manhã de
terça-feira, mortos, amarrados um ao outro e perto de uma árvore à qual Joaquim
estava preso pelos pés, por meio de uma corrente.
As primeiras informações davam conta de um crime brutal,
pois houve suspeita de que ambos teriam sido torturados e mortos a facadas. Os
dois corpos estavam com vísceras expostas, como se houvessem sido abertos com golpes
violentos.
Mais tarde a polícia divulgou que havia uma faca no local
mas não tinha marcas de sangue, e que ambos foram mortos de um modo terrível e
inusitado: os dois foram amarrados um de frente para o outro e explodidos com dinamite!
COMEÇA A CONFUSÃO
No local onde foram encontrados os corpos havia uma faca,
isqueiro, pedaços de corda e na muito distante os restos de uma barraca
queimada recentemente, como se alguém a utilizasse e tivesse fugido em seguida
ao crime.
Hoje todas as setas apontam para Joaquim como o suspeito número
um do crime. Vejamos: uma testemunha disse tê-lo visto por ali um ou dois dias
antes; poderia estar preparando o cenário para o crime.
A polícia encontrou em sua casa uma bolsa de lona com
pedaços de corda, fita adesiva e restos de dinamite. Do mesmo tipo que o
material usado no crime.
Joaquim trabalhava em uma pedreira e era perito no manejo de
explosivos.
Joaquim, segundo testemunho do seu filho era muito ligado a
Loanne. Joaquim, segundo o irmão de Loanne, gostava de fazer massagem nos pés
dela. A mãe, Sandra, disse que sabia da atenção extremada para com a moça, mas
que nunca viu nada de anormal e acredita que ele cuidava dela com um
verdadeiro pai.
Ocorre que após o duplo crime começam a surgir fatos
curiosos. Em primeiro lugar surge a informação, confirmada pela polícia, de que
Joaquim fez um ou dois seguros em nome de seu filho mais velho, no valor de R$ 30
mil. Ainda teria perguntado ao gerente do banco se o seguro seria pago e caso de
morte por suicídio.
Considerem, essa é uma pergunta muito estranha. O que os senhores
fariam se fossem o vendedor do seguro? Eu perguntaria: o senhor está
pretendendo morrer?
Pois bem, não sei se de fato ele comprou o seguro.
Mas a história parece que pode ficar mais complicada. Há um
ano Loanne, ao chegar de uma festa, levou, na porta de casa, uma forte paulada
na cabeça, o que a mandou para uma internação e 37 pontos no corte. Foi feito
um BO mas o caso não foi resolvido. Afinal, quem deu uma pancada capaz de matar
na cabeça de Loanne?
Quem a amava demais?, quem passou a odiá-la por algum
motivo? Algum ex-namorado? Joaquim? Alguém com muito ciúme dela? Algum outro
parente próximo?
BILHETE ESTRANHOS
Após a morte de ambos surge a história de quatro bilhetes
que, supostamente, teriam sido escritos por Joaquim, capazes de incriminá-lo
fortemente. Resta saber se foi ele mesmo que os escreveu. Existem motivos para
essa dúvida.
O primeiro deles, sem assinatura, é de alguém enfurecido com
Loanne e faz referência ao violento ataque contra ela, que quase a matou. O
bilhete, muito mal escrito, em um português de alguém com baixíssimo nível de
instrução, diz que ela escapou, mas que não escapará novamente, pois pode ser
que, de outra vez, não apareça o maldito padrasto para protegê-la.
O bilhete fala em “falsa e traiçoeira”, e mais “tanto homem solteiro pra você não basta...” Sugerindo que ela foi logo escolher um casado.
O bilhete fala em “falsa e traiçoeira”, e mais “tanto homem solteiro pra você não basta...” Sugerindo que ela foi logo escolher um casado.
Muito mais do que um bilhete de um assassino homem parece
ser a exposição da mágoa de uma mulher profundamente traída.
O segundo bilhete, supostamente escrito por ele seria uma
queixa dele a Loanne por ela haver mudado a cor do cabelo! O bilhete tem uma
assinatura supostamente de Joaquim.
O terceiro bilhete é uma poesia escrita por Joaquim, cujo
teor não foi divulgado.
O quarto bilhete, supostamente de Joaquim, foi apresentado
por Sandra à polícia na quinta-feira, dia 19; nele Joaquim pede para ser
enterrado com uma toalha com a bandeira do Flamengo. Mas, notem, Sandra disse à
polícia que o tal bilhete teria sido escrito há mais de um ano.
Na sexta-feira, dia 20, a imprensa divulgou que Joaquim
havia pedido demissão de seu emprego na pedreira.
O filho mais velho de Joaquim disse à polícia que, certa
vez, pegou Joaquim e Loanne abraçados numa cama, numa atitude meio suspeita.
Também o filho de Joaquim disse que Sandra, tempos atrás, teria
expulsado Joaquim de casa por conta de seu ciúme (Joaquim) em relação a Loanne.
Sabe-se que Joaquim mantinha atenção constante sobre Loanne,
por celular, quando ela saia nos finais de semana para ir a festas. Seria uma
atenção de caráter quase doentio.
PERGUNTAS SEM RESPOSTA:
1. Independente da atração por Loanne, algum familiar sabia
das intenções suicidas de Joaquim?
2. O que fez Sandra quando recebeu ou encontrou um bilhete
de teor suicida um ano atrás?Achou normal? Comentou com os filhos ou parentes?
3. Alguma vez Joaquim
e Sandra brigaram por conta de ciúmes de Sandra em relação a Loanne?
4. Sandra achava normal a obsessão de Joaquim por Loanne?
Se o caro leitor é um homem (neste caso deixo a mulheres
fora) escreveria sobre Loanne ser “falsa e traiçoeira e que com tantos homens
solteiros por aí”... Isso não parece ser um raciocínio feminino?
5. Loanne e Joaquim não poderiam ter sido tocaiados no alto
do morro, agredidos e amarrados um ao outro e explodidos por um ou mais
estranhos a serviço de alguém?
Conclusão:
Talvez Joaquim, loucamente apaixonado por Loanne, a tenha
levado à morte por alguma recusa. Preferindo ir junto.
Talvez alguém tenha imaginado um caso entre eles e resolvido
terminar com os dois; alguém apaixonado por ela, ...ou por ele.
Talvez alguém enfurecido pelo ciúme, pelo ódio... pelo amor...ou
pela traição.
Quem sabe? Você tem alguma idéia, caro leitor?
Quem acendeu o pavio daquela dinamite? O delegado, certamente, não deixará pergunta
sem resposta antes de fechar o inquérito.
VIDEO SOBRE O CASO LOANNE
LEIA MAIS SOBRE O CASO LOANNE:
http://laudaamassada.blogspot.com.br/2013/12/crime-choca-pirenopolis-morte-de-loanne.html |
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