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segunda-feira, 30 de julho de 2012

MENSALÃO, CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE. Um novo Brasil poderá nascer deste julgamento?

Se você for pobre, ou não tiver amigos poderosos, talvez não se dê bem caso esteja sendo processado por algum motivo.

Não que a Justiça do Brasil seja, ela, intrinsicamente má, não, mas porque o sistema processual foi feito, pelos legisladores, de um modo que permite ao processado o uso de infinitos recursos, o que leva um processo a dezenas de anos de duração, tornando as pessoas descrentes da eficácia judicial.

Por outro lado, apenas quem puder pagar bons advogados, que custam caro, poderá utilizar todos estes truques, digo recursos, alongando um processo, muitas vezes, até a sua situação limite: o arquivamento ou precrição por decurso de prazo. Aí, mesmo culpado, o sujeito poderá alegar, cheio de orgulho, a sua falsa inocência.

Mas, às vezes, a Justiça tarda, mas não falha. Esperemos que seja desta vez. As gerações mais novas precisam confiar no sistema judiciário, e corruptos precisam saber que a corrupção não deve mais imperar entre nós. Não, ao menos, impunemente.



VEJA E REINALDO AZEVEDO

A edição de Veja, desta semana, é obrigatória para os cidadãos que se querem bem informados.  Leia, abaixo, sobre o julgamento do Mensalão, trechos do texto de Reinaldo Azevedo.


(…)
A partir das 2 da tarde desta quinta-feira, o ex-ministro da Casa Civil de Lula mais 37 acusados de participar do mensalão, o esquema de desvio de dinheiro público para lavar sobras de caixa de campanha e, de quebra, comprar apoio no Congresso, começarão a ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Dirceu é o personagem central do processo. Ao seu destino, estão amarrados a sorte dos demais mensaleiros, o futuro do PT e a imagem com que o governo Lula entrará para a história.

O veredicto sobre o homem apontado pelo Ministério Público como o “chefe da quadrilha” do mensalão fechará uma triste página da história do Brasil.
Dirceu traçou três possíveis cenários alternativos para o futuro. Absolvido, vai entrar no Congresso com um pedido de anistia para retomar a vida política. Quer recuperar o comando do PT e voltar a disputar eleições.

Não lhe agrada a possibilidade de se candidatar a deputado, mas ele sabe que sua enorme rejeição o impediria de vencer eleições majoritárias em São Paulo, onde construiu sua carreira política — mas onde, por medo de vaias, só vai a restaurantes “vazios e decadentes”. Tem muito de autocomiseração nisso. Dirceu é sempre visto em restaurantes paulistanos cinco-estrelas. Por exemplo, em um tradicionalíssimo português dos Jardins. Recentemente, ouviu de Lula a sugestão de transferir seu domicílio eleitoral para o Distrito Federal e disputar por lá o cargo de governador ou senador. Gostou muito. Governador do Distrito Federal dá mais relevância do que deputado federal por São Paulo.

O plano B leva em conta o que é, para ele, o pior cenário: a condenação com pena alta — e cadeia. Nesse caso, Dirceu já definiu o seu projeto: vai virar mártir. Desmontará sua consultoria e voltará para os braços do PT mais radical. Cogita até mesmo denunciar o estado brasileiro a cortes internacionais de direitos humanos. O pavor da prisão fez com que, há dois meses, ele chegasse a pensar em fugir do Brasil. “Para quem já viveu o que eu vivi, sair daqui clandestino de novo não custa nada”, disse, em um jantar na casa do advogado Ernesto Tzirulnik, em São Paulo, na presença de uma dezena de convidados, entre eles o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

A alternativa que seus auxiliares consideram mais provável, porém, é a condenação a uma pena branda ou que já prescreveu, o que o livraria de ir para um presídio. Nesse caso, entraria em cena o plano C, que consiste em “ganhar muito dinheiro”. “O Zé vai compensar nos negócios a frustração pelo fim da carreira política”, diz um interlocutor.

(…)
De tudo o que se diz sobre José Dirceu, nada é tão incontestável quanto um traço de seu caráter. Dirceu tem nervos de aço. A decantada frieza do “chefe da quadrilha” é real. Dirceu se fortalece e foca melhor a mente em momentos de crise. Um hesitante não conseguiria suportar a desconfiança dos próprios camaradas exilados em Havana — para onde foram, com escala no México, depois de ser soltos da prisão em troca da vida do sequestrado embaixador americano Charles Elbrick. Na volta ao Brasil, 25 dos 28 integrantes ex-exilados do grupo do Movimento de Libertação Popular (Molipo), organização terrorista a que Dirceu pertencia, foram mortos ou presos. Dirceu escapou. Sua sorte levantou mais suspeitas.

Dessa vez, muita gente de esquerda jurava que Dirceu era mesmo agente da ditadura brasileira. Nada disso foi provado. Mas o sangue frio lhe permitiu viver por quatro anos na pele do fictício investidor em gado Carlos Henrique Gouveia, personagem que encarnou, no interior do Paraná, até 1979.

(…)
Hoje, José Dirceu de Oliveira e Silva é um homem rico. E frustrado. Sabe que, condenado ou absolvido no julgamento do mensalão, está fadado a enterrar o seu grande sonho, o de um dia presidir o Brasil.

O JULGAMENTO DO MENSALÃO. Será que desta vez o País mostrará estar mais maduro?

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quinta-feira, 26 de julho de 2012

TRABALHO POSITIVO DA PM DE SÃO PAULO INCOMODA QUEM ESTÁ ACOSTUMADO COM A POLÍTICA DO QUANTO PIOR, MELHOR. Leia a mensagem do Comandante Geral da PMSP, Coronel Roberval Ferreira França sobre a verdadeira campanha que há contra a corporação.

Talvez por ser ano eleitoral, talvez por ser um Estado em que a Segurança Pública, apesar de algumas notícias ruins, como em todos os lugares (leram sobre o atirador do Colorado?), o fato é que há como que uma campanha contra a Polícia Militar de São Paulo. 

São Paulo é o Estado, hoje, mais seguro do País, ao contrário de alguns administrados, até, por gente de partido que costuma atirar pedras quando oposição e se cala quando está na máquina e a situação é tão feia, em termos de segurança, como na Bahia, por exemplo. 

Assim, reproduzo aqui a carta do Comandante-geral da PM, Coronel Roberval Ferreira França, explicando o que é de fato o trabalho da polícia militar paulista, uma das melhores do Mundo.    



Carta ao Povo de São Paulo e do Brasil

A Polícia Militar defende e protege 42 milhões de pessoas que residem no estado de São Paulo. Para quem pergunta se a população confia na Polícia, os números falam por si: no último ano, atendemos a mais de 43 milhões de chamados de pessoas pedindo ajuda, socorro e proteção; realizamos 35 milhões de intervenções policiais, 12 milhões de abordagens, 310 mil resgates e remoções de feridos e 128 mil prisões em flagrante (89 mil adultos e 39 mil “adolescentes infratores”); apreendemos 70 toneladas de drogas e mais de 12 mil armas ilegais; recuperamos 60 mil veículos roubados e furtados. De janeiro a junho, a população carcerária do estado cresceu de 180 mil para 190 mil presos, o que representa 40% de todos os presos do Brasil.

O estado de São Paulo ocupa o 25º lugar no Mapa da Violência 2012, publicado em maio pelo Instituto Sangari e registra hoje uma taxa de 10 homicídios/100 mil habitantes, uma das mais baixas do país. Só para ilustrar, o Rio de Janeiro registra a taxa de 30 homicídios/100 mil habitantes, e Alagoas chegou à impressionante taxa de 73 homicídios/100 mil habitantes. Tudo isso parece incomodar muito algumas pessoas, que tentam, por várias medidas, atacar e enfraquecer uma das mais bem preparadas e ativas polícias do nosso país. Essas pessoas ignoram muitos fatos e verdades. Neste ano, tivemos mais de 50 policiais militares assassinados covardemente e temos hoje mais de 5 mil policiais militares que ficaram inválidos na luta contra o crime.

Mesmo assim, não iremos nos acovardar. A Polícia Militar de São Paulo continuará sendo a força e a proteção das pessoas de bem que vivem em nosso Estado. Como policial, tenho orgulho de fazer parte dessa grande instituição e, como comandante, tenho orgulho dos 100 mil profissionais que trabalham comigo na luta contra o crime.

Peço a todas a pessoas de bem que acreditam em nosso trabalho que divulguem esta carta.

Muito obrigado!!!

Roberval Ferreira França
Coronel PM
Comandante Geral

ADVOGADOS LIGADOS AO PT QUEREM RETARDAR JULGAMENTO DO MENSALÃO.

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HOMENAGEM AO INÚTIL ESFORÇO PETISTA





MASSACRE DO CINEMA. JAMES HOLMES, THE JOKER, E O MR. HYDE QUE PODE HAVER EM CADA UM DE NÓS. A principal questão nessa tragédia não é a posse de armas, mas a loucura e a revelação da maldade. Holmes, acreditando ser o Coringa, matou 12 pessoas e feriu 58 em um cinema do Colorado, na estréia de “O Retorno do Cavaleiro das Trevas”, de Batman. .

"MY MIND IS BURNING"

“A cada dia me desinteresso mais em estudar a mente e seus mistérios. Nunca  compreenderei seu funcionamento”, deve ter pensado James Eagan Holmes, de 24 anos de idade, após anos de estudo intenso e dedicado quando, em junho deste ano, pensou em parar o seu doutorado em neurociências.


Será que foi Holmes quem decidiu parar de estudar neurociências ou aquele  outro  ser que habita sua mente, o Coringa, The Joker, o inimigo mortal do Batman? Aliás, quando Holmes começou a se transformar no Coringa? Ninguém sabe, por enquanto.

Ninguém pode dizer que Holmes fez o que fez por conta da influência das histórias em quadrinho ou da violência de alguns filmes. Milhões de pessoas assistem a tais filmes, ninguém sai atirando nos outros ou imagina ser um personagem de ficção.

O que aconteceu na cabeça de James Holmes? O que aconteceu com ele? Talvez percebesse a chegada do Mal, pois mandou uma semana antes uma carta, que nunca foi aberta, a um professor de psiquiatria de sua universidade. Holmes tentou avisar aos outros sobre Joker.  

Culpar o cinema ou culpar as armas pelo massacre é como culpar o mensageiro após uma má notícia. Claro que a indústria das diversões tem baixo nível, mas esse é um outro problema, que não cabe discutir aqui agora.

A questão é, o que leva um sujeito inteligente, estudioso, respeitado em seu meio social, a ser envolvido por um personagem como o Coringa? Como Holmes começou a transformar-se no Joker?

Claro que isso não diminui o que aconteceu: Joker-Holmes matou 12 pessoas e feriu 58. Joker-Holmes comprou mais de seis mil munições e quatro armas, legalmente. Portanto, bem ou mal, agiu como James Holmes, pois The Joker não poderia comprar armas e munições. Mas era Joker manobrando a mente de Holmes? Joker pensava: hoje levarei Holmes até a loja para comprar uma Remington calibre 12?

AS ARMAS DE HOLMES-JOKER:
CALIBRE 12 REMINGTON; FUZIL AR-15 E DUAS
PISTOLAS
GLOCK

Vejam que essas questões são curiosas, intrigantes. Holmes e Joker moravam no mesmo corpo? Eram duas partes em uma mesma mente dividindo um quarto, um beliche, ou ora um reinava e depois se escondia ou fugia para reinar o outro? Eram dois lados de uma mesma moeda?

Ambos (Holmes-Joker) sabiam que precisavam tomar certo cuidado. Por isso Holmes foi ao cinema de Aurora, e só depois do filme começado saiu da sala e voltou como The Joker, com suas armas infernais.

A loucura, ou os problemas psicopatológicos, em seus vários aspectos, são uma das raízes da cultura. 


Dessas raízes fazem brotar obras de arte, do fundo de almas atormentados, como as de Nietszche, Dostoiewski ou Van Gogh, ou loucura total e absoluta, como no episódio do massacre promovido por Holmes-Joker.

Nunca saberemos, talvez. Quando o arqui-inimigo do Batman começou a tomar conta da cabeça de James Holmes? 


Quando James Holmes,  o Henry Jekyll, começou a se transformar em Edward Hyde, The Joker? 


De certo modo, a história de Holmes & Joker é a do Médico e o Monstro, Jekyll & Hyde. Sempre pode haver uma sombra perturbadora em cada ser humano.  

Assim sendo, com toda a discussão que possa haver sobre armas e filmes e TV, tais acontecimentos continuarão a nos assombrar, e a repetir-se. Hyde está escondido em cada um de nós? 

MÃE DE HOLMES FICOU ASSUSTADA COM O ACONTECIMENTO
ARLENE HOLMES

Arlene Holmes fala sobre o filho James Holmes

quarta-feira, 25 de julho de 2012

CORINGA AMERICANO QUERIA MATAR TODO O ELENCO DE BATMAN. James Holmes, The Joker, pode ter pensado em reproduzir parte de The Dark Knight.

JAMES HOLMES, THE JOKER.


A CENA DO HOSPITAL, COM O CORINGA DO FILME.



Imagem do Coringa:
http://www.usmagazine.com/uploads/assets/articles/54434-the-dark-knight-rises-shooting-suspect-james-holmes-told-police-hes-the-joker/1342801511_james-holmes.jpg

O TIME DO STF ESTÁ ESCALADO PARA JULGAR O MENSALÃO.

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MOZART, O RÉQUIEM DO MERCOSUL E O FORO DE SÃO PAULO. Ou, a Flauta Mágica dos ideólogos de esquerda.

O FORO DE SÃO PAULO CONDUZINDO O MERCOSUL PARA O ABISMO

Recentemente presenciamos o deprimente espetáculo, regido pelo Brasil, em que o Paraguai, pais co-fundador, foi suspenso arbitrariamente do Mercosul para se permitir a entrada malandra da Venezuela no bloco. 

Uma verdadeira vergonha, visto que a Venezuela não passa de uma ditadura mal-disfarçada, onde não se respeitam os direitos humanos, o direito á liberdade de expressão, a liberdade política, e a propriedade.

A desculpa para a suspensão dos direitos do Paraguai foi o impeachment do então Fernando Lugo, um presidente irresponsável que caiu por não cumprir nada do que prometeu e ser absolutamente incompetente e conivente com o aumento da violência no campo.

De um pais com imensas reservas de petróleo e um possível bom futuro, a Venezuela transformou-se numa piada grotesca, a caminho de ser uma imensa Cuba do Sul. O Mercosul, de bloco econômico de livre comércio transformou-se em um grupelho de países regido por ativistas esquerdistas desmiolados que conseguiu paralisar as relações econômicas e transformar a entidade num palco para imensas e toscas manifestações de vaidade.

De fato, o Mercosul não passa, agora, de mera extensão do Foro de São Paulo, entidade fundada por Lula e Fidel Castro, em 1991, para propagar a visão comuno-socialista na América Latina e alcançar o poder na região (ver vídeo de Lula falando ao Foro na edição de ontem do blog).  

Abaixo, um  excelente texto publicado no Estadão (link no pé) de Rubens Barbosa, o primeiro coordenador do Mercosul, de 1991 a 1994, quando o bloco se destinava a facilitar o comercio regional.


Réquiem para o Mercosul
24 de julho de 2012

Rubens Barbosa

Wolfgang Amadeus Mozart morreu cedo, com pouco mais idade que o Mercosul, que completou 21 anos. Teve uma vida foi bastante agitada, alternando momentos de sucesso e de dificuldades. Nos últimos anos, com a saúde crescentemente debilitada, recebeu a visita de um misterioso personagem que encomendou a criação de uma peça fúnebre, um réquiem, mediante o oferecimento de boa recompensa. Mozart, sem recursos, acedeu e começou a compor, mas morreu e deixou uma obra inacabada.

Lembrei-me do Réquiem de Mozart e do fim da vida do compositor de Salzburg ao acompanhar os últimos desdobramentos do que está acontecendo com o Mercosul. Os países-membros compuseram o Réquiem ao atenderem ao pedido da Venezuela.

O Mercosul começou com um movimento andante grazioso, passou pelas fases de andante con spirito, andante con moto, allegro moderato e, com o novo membro, em vez de um allegro majestoso, vai acabar lacrimoso...

A chegada do visitante ao Mercosul, da maneira ilegal como está sendo feita, encerra antecipadamente uma obra que poderia ser tão grandiosa como a de Mozart. O quarteto - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - poderia ter-se beneficiado de um processo de integração que, passando da atual união aduaneira, levaria ao mercado comum.

Em 2006, quando foi admitido como membro pleno em processo de adesão, sintomaticamente, em Córdoba, na Argentina, Hugo Chávez disse que a partir daquele momento "tudo seria diferente, pois haveria um relançamento do Mercosul". Chávez estava certo.

A agonia do Mercosul começou com sua politização. Passaram a predominar a retórica e as decisões político-ideológicas sobre a realidade econômica. Esqueceu-se de que o Mercosul não é uma união de governos, mas de Estados. A partir desse momento, mudou a lógica do processo de integração do Cone Sul, com a formação do eixo Buenos Aires-Caracas. Prevaleceram as agendas nacionais sobre a agenda da integração regional. A Venezuela, por seu lado, procurará utilizar a plataforma do Mercosul para seus próprios projetos.

O ingresso da Venezuela, aprovado - contra o aconselhamento do Itamaraty - com o mesmo rito sumário, Dies Irae, que afastou Fernando Lugo da presidência do Paraguai e determinou a suspensão do país, representou uma agressão institucional. A adesão, decidida por motivos políticos, sem cumprir as condições negociadas pelo Protocolo de 2006 nem ter sido feito corretamente o depósito dos instrumentos de ratificação, pode representar um custo altíssimo para os membros fundadores. A decisão abre a porta para o ingresso da Bolívia, do Equador e do Suriname nas mesmas circunstâncias, isto é, sem apreciação técnica. Como há algum tempo disse o presidente Lula, "o Mercosul é como o coração de mãe: sempre cabe mais um".

Depois de politizar o Mercosul, pretende-se transformá-lo num mecanismo de desenvolvimento econômico com ênfase no social e no político, panaceia que resolveria todos os problemas dos países-membros. Como se fora possível modificar uma realidade de dificuldades e de assimetrias inevitáveis em qualquer exercício de integração, soprando uma "Flauta Mágica", tocada de forma dissonante por apressados ideólogos.

Debilitado pelo descumprimento das normas e regras previstas no Tratado de Assunção de 1991, bem como pelas recorrentes restrições à liberalização e à abertura do mercado dos países-membros, o subgrupo regional, como inicialmente previsto, chegou a seu fim de maneira inglória. "Cosi Fan Tutti", todos fazem isso, repetem os formuladores das decisões no bloco, referindo-se às barreiras protecionistas.

A disposição e a força criativa, que sobraram em Mozart para compor o Réquiem, faltaram aos dirigentes do Mercosul nos seus estertores para tentar reavivar seus mecanismos institucionais. No momento atual, os entraves comerciais, a falta de apoio para a defesa dos interesses setoriais que impediram a integração das cadeias produtivas afetadas por medidas burocráticas ilegais, sobretudo da Argentina, desviando nossas exportações para concorrentes asiáticos, e a insegurança jurídica tornaram o Mercosul menos atraente para o Brasil.

Sem acabar com o Mercosul, pois nenhum governo está preparado para assumir o ônus dessa decisão, o Brasil deveria libertar-se das amarras da negociação conjunta para os produtos que poderiam ser liberalizados com terceiros países que se dispuserem a negociá-los separadamente. Quem poderá duvidar de que, com a Argentina e a Venezuela no bloco, dificilmente será concluído qualquer acordo de livre-comércio com terceiros países?

Parafraseando Groucho Max, quem vai negociar com o Mercosul, que aceita a Venezuela de Chávez como sócia?

Para o Brasil a entrada da Venezuela poderia ser positiva do ângulo estratégico (o Mercosul estender-se-á da Patagônia ao Caribe) e comercial (se for cumprido o que foi negociado no Protocolo de Adesão, com a abertura do mercado venezuelano a produtos brasileiros pela liberalização do comércio e pela aplicação da Tarifa Externa Comum).

Sob o aspecto político, contudo, poderá pôr a política externa brasileira em situação delicada pela mudança do eixo Brasília-Buenos Aires e por eventuais problemas internos na Venezuela, sem mencionar os possíveis vetos de Caracas a negociações comerciais de nosso interesse.

O último movimento do Réquiem, Libera Me, que não foi escrito por Mozart, ajusta-se ao quadro agonizante do Mercosul, pois inclusive tem relação com o Brasil. Dentre as alternativas compostas para o final do Réquiem estão "Os manuscritos do Rio", de autoria de Neukomm, encontrados em 1819. Esse finale completa, de forma perfeita, o divertissement mercosulino.

Libera Me! Réquiem para o Mercosul!

É triste ver o Mercosul virar tema de anedota.

* FOI O PRIMEIRO COORDENADOR NACIONAL DO MERCOSUL (1991-1994)

LEIA TUDO SOBRE O ASSUNTO NO ESTADÃO:

terça-feira, 24 de julho de 2012

MENSALÃO NO STF. FIQUE LIGADO, CIDADÃO, NÃO DEIXEM ENGANAR VOCÊ: Nunca houve um escândalo, em toda a República, como o do Mensalão.

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EM MENSAGEM DE APOIO A HUGO CHÁVEZ, LULA DIZ QUE FORO DE SÃO PAULO É CADA VEZ MAIS INFLUENTE NA AMÉRICA LATINA. O Foro é a entidade esquerdista que a imprensa fingiu desconhecer, e que a esquerda negava existir.

LULA: OS PARTIDOS DO FORO TÊM UMA INFLUÊNCIA CRESCENTE NA VIDA
POLÍTICA E SOCIAL
NO CREO EN LO FORO, PERO QUE HAY, HAY.

Os esquerdistas sempre negaram que houvesse um articulação supranacional (Foro de São Paulo) para ganhar os governos na América Latina e se apoiarem uns aos outros. Bem, a mentira não se sustenta mais, embora algumas pessoas, como o filósofo Olavo de Carvalho alertasse sobre o perigo há quase 20 anos!

Notem como Lula se refere a "nós", a esquerda em conjunto. Não há, pelo que se percebe, a distinção entre os interesses nacionais de cada Estado. É tudo nós. Nós quem? O Foro articulado, ora. Assim, Lula, como ex-presidente, não tem o menor pudor e vergonha de intrometer-se na política venezuelana, assim como o Chapolim de Cacas (Caracas só depois da queda de Chyávez)
mandou recados para o Brasil apoiando Dilma Rousseff.

E falam em moralidade e ética!




HUGO CHÁVEZ CONTA COMO CONHECEU REYES (DAS FARC, JÁ MORTO!) E LULA

MASSACRES. HOLMES, BREIVIK, WELLINGTON. BATMAN, NORUEGA, REALENGO. E a culpa é das armas de fogo? Olhem bem para as fotografias!!!

JAMES HOLMES - COLORADO

WELLINGTON BARBOSA - REALENGO 

ANDERS BREIVIK - NORUEGA

ESSES SUJEITOS SERIAM PERIGOSOS ATÉ COM AGULHA DE TRICÔ.
SERIAM TEMÍVEIS COM PALITOS DE DENTES.
ASSUSTADORES COM ESPETOS DE CHURRASCO.

"NÃO HÁ COMO LEGISLAR SOBRE A LOUCURA"

MENSALÃO: O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA. Vamos esperar que o STF cumpra o seu papel.

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segunda-feira, 23 de julho de 2012

"MY NAME IS JOKER, JAMES HOLMES JOKER. I WILL KILL YOU". Coringa acaba com a festa do Batman no Colorado. Não é possível legislar sobre a Loucura.

E AGORA? O QUE FAZER COM VOCÊ, JOKER? 

SOBRE ARMAS, LEIS E LOUCOS 

 Bene Barbosa
 Mais um massacre justamente numa "área livre de armas de fogo". A Cinemark se notabiliza pela imposição de uma severa política antiarmas para suas salas.

Como sempre acontece, o mais recente ataque contra um grupo de vítimas indefesas, desta vez em um cinema nos EUA, onde 12 pessoas foram mortas, reacende a sanha dos desarmamentistas americanos, dentre os quais o prefeito de Nova Iorque, Mike Bloomberg, um dos expoentes políticos americanos que acham terem nascido com o dom de saber o que é melhor para mundo todo.
No Brasil, via de regra, aqueles que pregam o desarmamento como forma de impedir tais massacres se assanham rapidamente ao sentirem o cheiro de sangue inocente, impelidos quase sempre pelo antiamericanismo tupiniquim, mas invariavelmente esquecendo - ou fazendo questão de esquecer - que tais acontecimentos não são, nem de longe, exclusividade norte-americana.
Em 1999, um louco invadiu um cinema de São Paulo e abriu fogo usando uma submetralhadora comprada poucos dias antes em uma favela da capital – arma ilegal, evidentemente. Matou três pessoas e feriu outras 5; e Só não houve mais vítimas porque um herói anônimo pulou sobre ele e o desarmou antes que recarregasse sua arma. Em 1997, Fernando Henrique Cardoso havia transformado o porte ilegal de armas em crime, aumentando muito as restrições relativas à posse e ao porte de armas no Brasil.
Japão, 2001. Um homem com problemas mentais invade uma escola, mata oito crianças e fere outras 13 usando uma faca. O massacre que assustou o Japão não foi o primeiro e não seria o último. A posse e o porte de armas para civis são proibidos no Japão desde o século XV.
Em 2010, em Naping (China), um desequilibrado mental invadiu uma escola primária e, também usando uma faca, matou oito crianças e feriu gravemente outras cinco. Entre 2010 e 2011, outras 116 crianças e adultos seriam vítimas de ataques semelhantes na China Comunista, fazendo com que o governo proibisse a divulgação de outros ataques para evitar os chamados “copiadores”. Na China, as armas de fogo são terminantemente proibidas para os cidadãos.
Cumbria, Inglaterra, 2010. Um homem, durante um surto psicótico, mata aleatoriamente 12 pessoas e fere outras 11. Foi acompanho por quilômetros por uma viatura de polícia, cujos policiais estavam também desarmados e não puderam fazer nada. Em 1997, a Inglaterra praticamente proibiu as armas particulares para seus cidadãos.
Em 2011, mais um massacre. Desta vez um louco invadiu uma escola no Rio de Janeiro e assassinou friamente 12 adolescentes. A carnificina só parou quando ele foi baleado por um policial que invadiu a escola. Sete anos antes era aprovado o chamado “Estatuto do Desarmamento”, que proibia o porte de armas e criava restrições quase intransponíveis à compra de uma arma legal.
Casos semelhantes aconteceram em diversos outros países, entre eles os pacíficos Canadá e Finlândia. Em todos, houve premeditação e, como autores, viram-se pessoas com distúrbios mentais, que utilizaram as armas que tinham à disposição ou foram capazes de colocar às mãos. Também em todos os casos, a lei, mais ou menos restritiva, de acesso às armas não foi capaz de impedir as mortes, simplesmente porque nenhuma das armas foi usada legalmente.
Recorrer ao desarmamento quando um caso assim acontece é fugir para o simplismo, é apelar, muitas vezes, para o confortável discurso fácil que joga nas armas o poder sobrenatural de agir por conta própria. Ao mesmo tempo, é enterrar a cabeça no chão e negar a existência de pessoas más e insanas, capazes de matar crianças inocentes sem qualquer remorso ou arrependimento. É negar a maldade, negar a existência de lobos no meio das pacatas ovelhas. É, em última análise, balir discursos pacifistas, na defesa pueril de leis restritivas, enquanto os lobos-loucos ignoram sua existência e se preparam para o banquete sangrento.
O primeiro ministro inglês, após o citado ataque de Cumbria, resumiu magistralmente sua posição ao ser inquirido sobre mais restrições às armas: “não é possível legislar sobre a loucura”. E não é, mesmo.
Bene Barbosa, presidente do Movimento Viva Brasil, é bacharel em direito e especialista em segurança pública.
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MIDIA SEM MÁSCARA:
Foto reproduzida da Internet: Foto: - / AP Photo/Denver Post,RJ Sangosti,Pool

quinta-feira, 19 de julho de 2012

ENDIVIDAMENTO DOS BRASILEIROS É CADA DIA MAIOR.

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A INCRÍVEL HISTÓRIA DO MECÂNICO INDIANO QUE TRANCAVA A VAGINA DA ESPOSA COM UM CADEADO. Mas a história, embora absurda e triste, poderia ter tido um desfecho muito diferente. Com um sabor de vingança.



Costumo lembrar sempre da proposta de Edgard Morin sobre qual deveria ser o nome científico correto da espécie humana: “homo sapiens demens” , e não apenas “sapiens sapiens”. O ser humano é louco demais. É da natureza humana. É como se fosse uma derivação de sua capacidade imaginativa; enlouquecida, é claro.

O Daily Mail apresenta uma notícia muito curiosa, a de um mecânico da cidade de Indore que, por desconfiar da fidelidade da esposa,  antes de sair de casa para o trabalho, pela manhã, colocava um cadeado na vagina da coitada e a deixava em casa entregue a seus afazeres domesticos. Sohanlal Chauhan, de 43 anos de idade, começou com essa mania estranha há uns quatro anos, segundo contou à policia sua mulher.

Após tanta humilhação e, aparentemente sem ter culpa alguma (mesmo assim não se justificaria a medida tomada por Sohanlal), a coitada de Sita Chauhan, de 38 anos de idade, foi parar no hospital, após uma tentativa de suicídio, quando o tal cadeado foi descoberto.

Na verdade, o mecânico acabou chegando a uma solução conhecida talvez a uns 600 ou 700 anos, mais ou menos, o cinto da castidade. Segundo uma pesquisa, o cinto poderia ter sido aplicado às mulheres para garantir a fidelidade, mas não apenas por isso. Muitas também o teriam utilizado para evitar tentações e até estupros, como era mais comum há séculos.

De qualquer forma, a esposa contou que Sohanlal fez dois furos laterais na vagina da esposa, por onde passava o cadeado. A chave, quando ele foi detido pela policia, estava guardada na meia! Está sendo acusado por lesões corporais graves e crueldade.

Final diferente

Independente da crueldade do ato, não sei se Sita andou pulando a cerca. Todavia, caso isso tivesse acontecido, teria sido ainda mais interessante que ela, apesar do cadeado colocado pelo marido, houvesse arranjado um amante... chaveiro.

O idiota do Sohanlal nunca teria descoberto nada! E continuaria levando as chaves inúteis nas meias.

PS. Mas não imaginem que essa é uma história exótica só possível na Índia. Em Santa Catarina aconteceu algo assim, em maio deste ano. Mas o idiota usou arame farpado na mulher!   

LEIA O TEXTO DE DAILY MAIL:

MENSALÃO. VAMOS LÁ, DOUTOR BARBOSA! FAÇAMOS A JUSTIÇA VALER "NEZTEPAIF"

SANGUE NA SÍRIA E NA MÃO DOS OMISSOS. HÁ UM ANO, NO DIA 15 DE JUNHO DE 2011, ESTE BLOG PUBLICOU O TEXTO A SEGUIR SOBRE A VIOLÊNCIA NA SÍRIA E A INDECISÃO DA ONU E DE BARACK OBAMA. Há uma diferença crucial: naquele tempo os mortos eram 1.100, hoje suspeita-se que passem de dezoito mil!

(Publicado em 15 de junho de 2011)

REPRESSÃO? QUE REPRESSÃO?





Leio em jornais europeus que a  ONU emitiu boletim condenando a violentíssima repressão promovida pelo regime de Bashar al-Assad (Partido Baath) aos civis que protestam contra a ditadura.  Até o momento nenhum líder mundial, a começar pelo demagogo número 1, Barack Obama, fez a menor ameaça demandar bombardear as tropas sírias para dar proteção aos civis massacrados pelos comandados pelo irmão de al-Assad, Maher, o repressor.

Não sei se há um limite mínimo (ou máximo) de mortes, ou alguma outra exigência para que as tropas da Otan ataquem a Síria com a vontade e a brutalidade com que estão acabando com a Líbia, sob o pretexto de impedir que Muamar Kadafi seja violento com  civis desarmados.

Perto de 1.100 pessoas já morreram na Síria, mais de dez mil foram presas sob o pretexto de estarem fazendo baderna ou por outras acusações. Assad está procurando reduzir a força dos que protestam, pois mantém uma ditadura controlada por um partido de origem nazista, baseada na ideologia do panarabismo, estimulada pela mesma raiz que levou ao plano de Hitler de reunir todos os alemães sob uma única bandeira.

Curiosamente, o Baath é um partido que têm boas relações com partidos e movimentos de esquerda na América Latina, especialmente no Brasil, onde chegou a manter convênio de cooperação com o PT.

Por que as lideranças de esquerda no Brasil não protestam contra a violência do regime de Assad contra os direitos humanos dos civis sírios? Os protestos da Síria são feitos por gente má, da direita? É isso? O sangue deles não é vermelho como o dos torturados pela nossa ditadura? Mas isso é assunto para outro texto.

Assad, com toda a sua crueldade e violência, ainda não convenceu o valente Obama a mandar atacar Damasco. teria peito para tanto, ou só chuta cachorros mortos como Kadafi? No fim das contas, os civis líbios apanharam de Kadafi, dos inimigos de Kadafi (orientados pela AlQaeda) e dos aliados de Obama.

A Líbia é, hoje, um país destruído e uma economia falida. Possivelmente sua estrutura política será desmoronada e o país se divida em tribos, como antes. Um ministro alemão esteve por estes dias no país e até já reconheceu o governo rebelde, seja lá ele quem for. Os aliados enlouqueceram, podem estar dando ainda mais força aos terroristas que querem acabar com o Ocidente.

PS:

Um ano após, a situação está muito pior, com o país beirando a guerra-civil, e a ONU sempre, e apenas, condenando a violência. A Primavera Árabe é apenas um pesadelo interminável.

Imagem de al-Assad:
http://www.wankers.co.nz/2011/05/07/bashar-al-assad/61606-syrias-president-bashar-al-assad-answers-journalists-after-a/


quarta-feira, 18 de julho de 2012

MENSALÃO. SÓ FAÇA O QUE SEU MESTRE MANDAR!

http://www.sponholz.arq.br/

A INSUPORTÁVEL AUSÊNCIA DE BABILA. Ou, a escolha de Babila. A ex- modelo de SB do Campo já não está entre nós. Sua vida foi cortada por uma faca guiada pela mão enlouquecida por ciúme e ódio de seu marido. Após o crime, ele tentou matar-se, e está em uma UTI.

BABILA
Babila, que só tinha sonhos, morreu de forma trágica, como num pesadelo. Babila, de 24 anos de idade, foi assassinada pelo seu marido, na madrugada do último dia cinco. Não vou contar a história de Babila Teixeira Marcos, essa história está em todos os jornais, revistas e sites de notícias. Mais um crime que deixou a população chocada.

Quando ela foi assassinada, na cama de seu quarto, seu filho de dois anos de idade, dormia tranquilamente no quarto ao lado. Graças a Deus, a criança nada percebeu. Babila tinha um belo par de olhos azuis. Isso deve haver enfeitiçado o rapaz com o qual, depois, acabou se casando.

Contudo, com o passar do tempo, e foram apenas quatro anos, os sonhos de Babila foram sendo cortados um a um pelo namorado, noivo, e depois marido, até que, naquele dia terrível, mais que cortar seus sonhos, ele cortou sua vida. Ele cortou os amigos dela, as sessões de foto, os programas de TV, os contatos sociais. Babila foi sendo isolada do mundo, como se fosse um bibelô frágil e quebradiço.

Todos que já leram Nelson Rodrigues sabem que essa é uma das fórmulas da tragédia. O possessivo, inseguro, que isola, isola, isola, e sufoca o ser amado com aquilo que ele acha ser um amor especial, mas que não é mais que um sentimento doentio de insegurança. 

O marido deveria achar o máximo ser o marido de Babila. Como se fosse seu dono. Não à toa a mãe de Babila chegou a dizer à imprensa, de modo sofrido, mas verdadeiro: “ela dormia com o inimigo”.  

Nesta narrativa apenas Babila terá nome. Seu marido será apenas seu marido; a mãe, mãe; o pai, pai, e o filho, simplesmente o filho. Quero centrar a história em Babila. Sua mãe e seu pai são todos os pais e mães que enfrentam, com seus filhos, as mesmas preocupações e cuidados que eles com Babila.

É disto que se trata esta história. 

Os pais fazem um tremendo sacrifício para criarem um filho, uma filha e, num belo dia, a filha está apaixonada por um desconhecido. Babila começou a tirar fotos como modelo e a desfilar bem cedo, com pouca idade. Não sei se ainda teria uma longa carreira de modelo, mas é o que ela perseguia, e o fazia com gosto e vontade. Mas, aos 20 anos conheceu aquele que, um dia, tiraria a sua vida.

Tive um excelente professor que dizia que a Cultura é uma grande árvore que nunca para de crescer, ao longo do tempo. É alimentada por algumas raízes. Entre elas, as nossas preocupações com a Morte, o significado dos Sonhos, os jogos (sorte/azar; competência) e outras mais que não importam aqui. 

As raízes da Cultura sempre nos fascinarão, pois são a história da vida, e das incerteza da vida, o conteúdo dos dramas e tragédias. A história de Babila envolve raízes poderosas: a Morte, a Sorte e o Azar. A morte levou Babila pelas mãos de seu marido.

Ela teve todo o apoio dos pais para perseguir seus sonho. Enfeitiçou seu amado com seus belos olhos, mas foi enfeitiçada por ele que a queria isolada do mundo. A pressão que ele exerceu sobre ela levou a crises, e a uma encruzilhada definitiva: a escolha entre perseguir os sonhos ou viver um pesadelo. Duas estradas, dois caminhos.

O futuro é incerto, mas, como disse Borges, o Argentino, no futuro tudo cabe. Com relação ao pesadelo, é o que ela já vivia com seu marido. Bem que ela tentou, afastou-se de todos e viveu só para a família. Seus pais, sempre dedicados, chegaram a vender a própria casa para que ela pudesse ter um comércio de venda de água engarrafada. Os pais tiveram que alugar uma nova casa.

Mas ninguém aguenta tanta asfixia. Um dia ela disse à mãe que desejava separar-se do marido, não aguentava mais viver daquele modo. Sua mãe e seu pai sofriam muito com isso, e o marido, inabalável no seu modo de ser.

Babila foi levada à encruzilhada do sonho e do pesadelo. Quando conversou sobre isso com o marido ele não deve haver suportado a ideia de perdê-la. Num ato de fúria acabou matando-a a facadas. Percebendo o que havia feito, tentou matar-se.

A vida é assim, vivemos dia após dia e a morte sempre está por perto. Escapamos hoje, amanhã, mas um dia ela chega sem avisar. Babila não teve sorte. Quando tentou seguir a estrada dos sonhos, não conseguiu desvencilhar-se do seu pesadelo. 

A vida é feita de exclusões, decisões parciais. Ela foi excluindo de sua vida tudo o que o marido quis, mas não foi suficiente. Quando ela, então, decidiu voltar à vida, ele a excluiu com uma longa faca.  

Lembro de um belo livro de Roland Barthes, A Câmara Clara, sobre fotografia, em que ele, na primeira linha, escreveu sobre uma foto de um sobrinho do imperador Napoleão. Um retrato em que o fotografado encara a lente de frente: “Eu vejo os olhos que viram o Imperador”, escreveu Barthes sobre a experiência de encarar o fotografado.

Penso nos lindos olhos de Babila. Qual teria sido a última imagem presa nas suas retinas? O marido alucinado desfechando facadas contra ela? A faca suja de sangue tão perto de seu corpo?

E, qual a última imagem de Babila retida nos olhos de seu marido? 

Aqueles olhos azuis se apagando e uma expressão de dor com a pergunta definitiva: Por quê? 

PS:   

Babila tentou, mas não conseguiu livrar-se do feitiço de seu marido. Nada expressa melhor essa situação dramática que a música The Thrill is Gone, interpretada por B.B.King: “a emoção acabou, baby... eu estou livre do seu feitiço”. 

  Infelizmente, livrou-se de um modo triste, cruel, e involuntário. 


The Thrill Is Gone

BB King

The thrill is gone
The thrill is gone away
The thrill is gone baby
The thrill is gone away
You know you done me wrong baby
And you'll be sorry someday

The thrill is gone
It's gone away from me
The thrill is gone baby
The thrill is gone away from me
Although I'll still live on
But so lonely I'll be

The thrill is gone
It's gone away for good
Oh, the thrill is gone baby
Baby its gone away for good
Someday I know I'll be over it all baby
Just like I know a man should

You know I'm free, free now baby
I'm free from your spell
I'm free, free now
I'm free from your spell
And now that it's over
All I can do is wish you well

Written by Rick Darnell & Roy Hawkins