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sexta-feira, 22 de abril de 2011

A MONARQUIA É UM GOVERNO JUSTO? "Um mau monarca constitucional é superior a um bom presidente" (Taki)

Monarquia: o mais justo de todos os governos

Taki Theodoracopulos:
Taki's Magazine, 21 de abril de 2011

Até que ponto a monarquia é um governo justo? Um erudito bizantino escreveu que era o mais justo, ao ponto que Deus a sustentava, desde que os imperadores fossem eleitos pelo exército ou por um senado aristocrático. Com sua coroação, os sucessores legítimos e os usurpadores se tornavam da mesma forma automaticamente sagrados. Os antigos gregos tinham ido um passo além. Eles não exigiam um apoio divino ou a perfeição de seus reis, só a grandeza. Agamêmnon, Menelau, Odisseu, Aquiles e Leônidas foram todos eles grandes reis mas não seres humanos perfeitos. 
O práticos romanos desconfiavam da moralidade grega em relação a reis e heróis e em Marco Aurélio eles produziram o tipo supremo do rei filósofo com quem Platão havia apenas sonhado. Marco escreveu em suas Meditações que "Deve-se governar de acordo com a razão, em obediência com a Proviência, a serviço dos súditos."  (Exatamente como o auto-designado Rei dos Reis, o escroto Moammar Gaddafi.) Coitado do velho Marco: Seu reino foi um desastre depois do outro. Traição, uma peste terrível, guerra e falência. Ele sacrificou a própria vida para preservar as vidas fúteis de seus servos. Isto é que são boas intenções.

O mundo moderno deitou água em seu vinho -- uma velha expressão grega -- e o reis e rainhas hoje em dia são em sua maioria monarcas constitucionais, exceto em países-piadas como a Arábia Saudita, o Bahrein, o Kwait e o resto das minúsculas cleptocracias com ouro negro jorrando de baixo.

Foi tarde na vida que eu me convenci de que um mau monarca constitucional é, no entanto, superior a um bom presidente. A política moderna envenenou nosso sistema a tal ponto que só um monarca não-eleito pode ter sucesso em unir o povo. Olhe para o Japão e veja como o imperador conseguiu impedir um país que levou duas bombas atômicas, sofrendo perdas terríveis após a guerra, de se transformar em uma Somália. É claro que o povo japonês é homogêneo, trabalhador e extremamente disciplinado. Eles não têm intrometidos multiculturais afim de causar. Mas se o César americano não sustentasse o Mikado em sua posição, não tenho certeza de que o Japão teria se tornado a segunda maior economia do mundo tão rápido quanto se tornou.

Aí, olhe para meu país, a piada da Europa, onde um presidente depois do outro olhou para o outro lado enquanto as mesmas pessoas que o tinham posto lá depenavam o país. A Grécia eram uma nação próspera quando a monarquia foi abolida em um referendo onde o rei não teve o mesmo espaço. Na verdade, ele assistiu aos resultados desde Londres. O mesmo para a Itália, uma nação ingovernável que só um monarca poderia unir, mas o último deles abdicou após perder um referendo constitucional supostamente fraudado, em 1946. (E os comunistas estavam decididos a conclamarem à desobediência civil se ele tivesse continuado. Verdadeiros e bons democratas, este pessoal).
O caso da Alemanha é estranho. É o país mais rico e bem-sucedido da Europa, embora seu Exército seja ridículo. Tenho certeza de que se o Kaiser não tivesse sido forçado a abdicar, Hitler nunca teria se tornado chanceler. Em outubro de 1918, depois que a Ofensiva Ludendorff desabou sob os contra-ataques Aliados, a Turquia, a Áustria e a Bulgária tinham desistido e em 3 de novembro a Marinha imperial havia se amotinado em Kiel. O Kaiser abdicou seis dias depois.

KATE MIDDLETON
 Com o rápido colapso da autoridade, os sentimentos revolucionários se espalharam da Rússia bolchevique para a Alemanha. Mas a renovação da Alemanha tinha de vir da Direita ao invés da esquerda, especialmente após a Revolta Espartacista de 1919. Um Kaiser poderia ter sustentado a via do centro. Mas estou digredindo.

Hoje, os países escandinavos e os Países Baixos são monarquias constitucionais que estão muito bem. Até a Bélgica -- um não-país -- é mantida unida por sua monarquia.

O que me traz ao casamento real de 29 de abril*. Como todas as pessoas razoáveis, espero que William um dia se torne rei e sua noiva a rainha. A pobre e velha Camila é rodada demais; ao menos é o que pensa Taki, o grande expert em monarquia. Para que dar a encrenqueiros profissionais uma oportunidade de fazerem escândalo?
Para que trazer adoradores fingidos de Diana de volta ao front da campanha anti-monarquista? Eu acho que o príncipe Charles daria um grande estadista idoso e conselheiro para seu filho se ele se retirasse e William daria um rei muito popular ao suceder ao trono. Isto daria à monarquia o impulso de que ela precisa, ainda mais com o que a realeza menor fez nos últimos trinta anos para impulsionar a circulação de tablóides escandalosos.

Sou um monarquista tão apaixonado que meu próprio casamento foi postergado para eu não roubar os holofotes de William e Kate. Não foi segredo para o grupo da Spectator que o venerando editor iria ser meu padrinho quando eu me casasse com a segunda-editora em 29 de abril no oratório de Brompton. Aí a Sepctator recebeu uma ligação histérica de Buckingham, pedindo ao venerando que mudasse de data, pois as multidões poderiam ficar confusas e nos ovacionar ao invés da realeza. O venerando editor cedeu. Meu círculo de amigos íntimos também demonstrou seu espírito pasqualino riscando Bernard-Henri Lévy e Jeffrey Epstein de minhas núpcias iminentes. Eu acho isto chocantemente elitista, racista, sexista e anti-semita. Eles também riscaram John Bercow, pelo motivo de ele ser anão.

Então, ao invés de me casar em 29 de abril, vou competir nos campeonatos de judô de Orlando, na Flórida. Esta foi uma semana muito difícil para este pobre jovem grego, mais uma vez deixado esperando no altar. Feliz Páscoa a todos vocês, exceto pelo homem que ligou do Palácio de Buckingham.

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