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terça-feira, 19 de abril de 2011

BULLYING. A saga de idiotas em busca da sociedade perfeita. Leiam "Os meninos da Rua Paulo", sobre quando gente era gente.

O que é razoável, o que não é razoável? Quem define isso? O que é abusivo, o que não é?
Claro, em termos sociais, uma lei poderá definir o que é Bullying, o que não é Bullying. Mas me parece que essa discussão toda esconde, ou mascara, uma outra muito mais sombria e idiotamente utópica: a Busca da Sociedade Perfeita.

Mas, a busca da Sociedade Perfeita leva a: ou forçamos as pessoas a serem boas e corretas, ou tentamos mudar a Natureza Humana. Neste caso,  outra idiotice. As leis e normas servem para tentar manter as coisas nos trilhos. Mas leis que parecem querer mudar o Mundo também ficam parecendo tolas e inócuas, como uma boa parte da nossa própria Constituição. Pela Constituição, o país é um outro muito diferente do que temos, completamente diferente.

Por que sou incisivo? Porque acho que é preciso, para que possamos trocar ideias, pois hoje impera o pensamento politicamente correto e ele não quer ser contestado, que ser o Pensamento Único, quer  impor uma visão de mundo, e quer fechar a boca de quem pensa diferente.

É razoável que uma escola, se é uma escola e não uma estrebaria ou um depósito de crianças, tenha ordem e disciplina. Sem ordem e disciplina ninguém estuda. Estudar não é ser doutrinado ou pagar para ouvir asneiras ou palhaçadas de professores engraçadinhos. Também está muito longe da pedagogia freireana, um engodo para doutrinar, apenas.

Estou falando de estudar, crescer, amadurecer, criar condições para que as pessoas pensem e pesquisem por suas próprias  motivações, valores e interesses, não em fabricar em escala repetidores de meros slogans e palavras de ordem. Isso fazia muito bem a Juventude Hitlerista, ou a versão fascista italiana das crianças de camisa preta (Figli della Lupa),ou versão irmã mais velha, a Juventude Komsomol, soviética. Tudo a mais pura doutrinação. Isso não é educar. Isso é produzir máquinas máquinas idiotizadas de trabalhar para o sistema.
Quem pensa sempre incomoda!

As crianças chegam como se fosse uma cavalaria na escola porque são mal educadas. Há milhares de pais que acham que escola é depósito de gente. Livram-se dos filhos para cuidar da vida. Sei que são coisas do tempo moderno. Mas isso ainda assim é um fato.

Outra coisa, que se cruza com isso, é uma vertente menor, mas não menos nociva, do totalitarismo que quer criar um certo tipo de mundo qualquer, ou transformando a sociedade ou o próprio ser humano.
Cada ativista politicamente correto é um pequeno tirano, pois quer impor, como norma, ao outro, uma forma "certa" de agir e de "pensar" e, agora, de "comportar-se", de "alimentar-se", de ler.
De que estamos falando? Autoritários!!

Mas eles acham que estão certos. A certeza vem de alguma ideologia. E a ideologia está sempre, como já postei outras vezes aqui, baseada em alguma ciência (ou pseudo-ciência) que parece respaldar aquela iniciativa qualquer. Vejam o desastre da União Soviética ou da Alemanha Nazista.

A ciência diz pelas pesquisas "pode ser que em tais circunstâncias comer tomates faz mal. Outras pesquisa indicam  "pode ser que em tais circunstâncias comer tomates pode fazer bem à saúde", etc.
Aí alguns idiotas já querem fazer uma lei para que não comamos tomates.
Ou outros para que o tomate seja obrigatório na Merenda Escolar.
Por que não nos deixar escolher diante das pesquisas? Ou, melhor, será que não posso comer tomates apenas porque gosto, independentemente das pesquisas?

Essa questão toda sobre Bullying reacendida, agora,  pelo Massacre no Rio, remete à infância de Wellington Barbosa de Oliveira. Teria ele sofrido Bullying?
Ele, nas cartas e nos vídeos disse que sim. E isso é causa de um efeito? Bullying mata crianças? (lamento a morte das crianças, isso é outra coisa).

Na verdade, os que combatem o chamado Bullying têm uma certa razão. De outro modo também  exageram. Observem a vida, leiam literatura.

O que me parece é que, por algum motivo, as pessoas estão com medo de viver. Viver pode ser alegria, mas também é dor. Não existe um mundo só do bem  e de felicidade constante. Isso é ilusão, mistificação, ideologia ou tentativa de domínio de uns sobre outros (bullying?).

Há hoje em dia um medo muito grande de morrer, de ficar velho. Vocês sabem das artistas de 80 que querem parecer jovens de 20. Têm o direito, mas às vezes perdem o senso do ridículo.
Está tudo interligado. Esta é uma sociedade que diz atender o idoso, mas quase o obriga a parecer e a comportar-se como um adolescente idiotizado. Há uma tirania da eterna juventude. E os jovens nem sempre têm  maturidade.
É um mundo meio enlouquecido, que alguns teóricos chamam de Pós-Moderno. Apenas chamam.

Quando era criança, ainda bem que tive muitos livros para ler, meus pais não tinham carro, mas tínhamos uma bela biblioteca. Minha quilometragem gastei em leitura. Ainda bem. Obrigado!! E também não tínhamos TV. Por nada não, é que morávamos longe, éramos caipiras. A TV não chegava lá. Ainda bem.

Uma história de crianças em Budapeste
Por Ferenc Molnár  
Uma vez li um livro para adolescentes. Eu deveria ter uns oito ou nove anos. Era um livro sobre grupos de crianças, daquelas que brincavam nas ruas, em terrenos baldios, brigavam na escola, judiavam de alguns mais fracos. Às vezes alguém chorava. Às vezes o mais forte se dava mal e isso unia os demais.
um livro sobre humanos, apenas.

Sobre a vida como ela é. Sobre pessoas normais que riem, choram odeiam e amam. Erram e pedem perdão. Isso parece tão distante hoje, não?

O livro foi escrito no começo do Século XX, por Ferenc Molnár, tinha uma boa tradução no Brasil por Paulo Ronai:  "Os meninos da Rua Paulo".

Naquele tempo os humanos era mais normais. Não havia o politicamente correto. As pessoas aprendiam que nem tudo é só alegria. Aprendiam a defender-se, a construir a própria vida. Não era covardes, alcaguetas como vemos hoje. Não acho que crianças possam,indefinidamente, perseguir outras em escolas ou qualquer lugar, mas acho que precisamos lidar com isso com uma certa naturalidade, com educação, conversando com nossos filhos. de nada adiantaria a nossa presidente (que já fez parte de grupos que queriam mudar o mundo a tiros e bombas) assinar uma Medida Provisória (MP): "de hoje em diante todos estão proibidos de sofrer e ficar tristes."

Seria uma MP inócua. Ridícula. Assim parece absurdo criminalizar o bullying. Hoje já há leis suficientes para lidar com isso. Me parece um exagero de crianças mimadas. Os pais deveriam ser menos protetores de seus filhos, pequenos tiranos egoístas, os professores dar aulas melhores e fazer menos discurso político e doutrinação. As escolas controlar melhor o ambiente geral. Mas não aceitar que pais tontos defendam seus filhos arruaceiros. Tudo se resume a Educação.

Claro, posso estar absolutamente errado!    

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