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sábado, 23 de abril de 2011

A PÁSCOA DAS TRIGÊMEAS DE CURITIBA. Com quem estarão as meninas separadas dos pais?


Neste domingo de Páscoa ao menos três famílias de Curitiba não cumprirão o ritual da Páscoa de forma adequada. A dos avós maternos, a dos avós paternos e a constituida pelos pais das trigêmeas nascidas no dia 24 de janeiro deste ano, e que completam exatamente três meses de vida no domingo. Penso que terão um domingo muito, mas muito triste mesmo.

Todas as vêzes em que, nestes meses, pensaram na Páscoa, e na alegria das crianças ao receberem ovos de chocolate, devem ter imaginado o futuro vazio que encontrarão pela frente.

Photo by Laura Moss
Estas poucas famílias foram marcadas para sempre pelo episódio das trigêmêas. Os avós, por estarem impossibilitados de verem suas netas. Os avós amariam e quereriam as três, certamente. Onde andarão as "nossas meninas"?

Os pais porque, mesmo dizendo-se arrependidos, e mesmo sendo isso a mais absoluta verdade (hipótese), nunca mais as verão devido à decisão judicial. Ficaram marcados por uma experiência muito estranha.

Primeiro por não poderem ter filhos (um sinal?), depois por, tendo de modo artificial, ganharem três. Depois, pela decisão de ficar com duas. Em seguida pela decisão judicial de que ficariam sem nenhuma. Quererão mais algum filho na vida?

Tenho profunda pena desse casal. E espero que não, mas penso que terão sua vida de casal comprometida na medida em que um começar, co o tempo, a acusar o outro pela culpa de terem ficado sem as filhas. Será um verdadeito tormento.

A sociedade contemporânea, mesmo tendo uma origem na cristandade, está anos-luz distante de suas raízes. Cristo não reconheceria estes tempos como resultado de sus visões e ideias. Ao longo de tempo as pessoas sempre conviveram com a maldade, sofreram por causa dela, e ela continuará existindo. Mas ultrapassar isso tudo com o apoio da compaixão e da tolerência era uma marcada cristandade.

Mas a visão cristã sempre concedeu o benefício da dúvida aos pecadores. A confissão. O arrependimento. O perdão. Três palavras quase sem sentido atualmente. O Estado laico avançou sobre as relações familiares e as leis invadiram o que antes era o espaço da privacidade da família. Os seres humanos sempre foram complicados. Mas hoje a soluções que parecem simples, também são carregadas de consequências.

Acho um absurdo os pais esperarem filhos, ganharem três e depois escolherem dois para levar para casa. Um situação realmente inimaginável.

Por outro lado, ao decretar a separação das trigêmeas a Justiça decreta uma sentença de caráter definitivo, uma pena de prisão perpétua.

 O castigo acompanhará os pais para sempre. Nem pena de homicídio é tão rigorosa no Brasil. Leis e fé. Punição e perdão. Correção e arrependimento. De fato, a família inteira pagará por isso.

Se, pela visão cristã, o arrependimento é possível, e sabemos que é possível, quantos de nós já não se arrependeram de algo feito?, sinceramente, por outo lado a Justiça à vezes parece cruel também.

Os avós pagarão pelos seus filhos. Nunca saberão onde estão as crianças.

Não estou aqui julgando os juízes. Eles apliam as leis. Apenas constatando o material de que é feita a vida humana. Esse é o drama humano.

Disso que Shakespeare se aproveitou. Isso que levou Machado de Assis a ser quem foi.  As crianças são afastadas de seus pais e poderão ter uma vida feliz e estável, sendo realmente amadas por quem as adotar. Se bem criadas poderão, até, um dia, por acaso, saber da própria história e analisar o que seus pais fizeram. Creio que pessoas bem criadas conseguiriam enfrentar essa revelação. 

Mas a sociedade das leis, em que as leis vão perdendo as suas raízes na cristandade, vai ficando estranha. Antigamente lares, com todos os seus dramas (brigas, bebidas, abandono), com as pessoas tendo que prestar contas a Deus pelos seus atos.
Hoje, que ninguém mais acredita em prestar contas a Deus, lares são meros depósitos de pessoas administradas pelo Estado.

Alguma coisa ficou perdida no meio do caminho. Não acham?

COMO ACONTECEU

Pais teriam autorizado adoção de trigêmea ainda na gravidez. Despachos da Justiça do Paraná relatam que os pais das trigêmeas que estão em um abrigo de Curitiba assinaram, ainda na gravidez, documento permitindo a adoção de uma de suas filhas.

Matéria publicada nesta sexta-feira (08) na versão eletrônica do jornal Folha de S. Paulo, cita que as decisões, datadas de março, são respostas a pedidos do casal para retomar a guarda das crianças, nascidas em 24 de janeiro.

Em depoimento citado em um dos despachos, uma psicóloga da maternidade relata que os pais disseram ter feito fertilização in vitro para ter filhos e que, dos quatro óvulos implantados na mãe, três fertilizaram, mas o casal só queria duas das três meninas.

A psicóloga diz ainda que durante a gravidez eles procuraram, no exterior, meios de abortar uma das crianças. A advogada do casal não comentou a informação. Ainda segundo a psicóloga, depois que as crianças nasceram os pais orientaram os familiares a não visitar os bebês e disseram que só haviam nascido duas meninas.

O documento que permitia a doação de uma das meninas foi feito em agosto de 2010, cinco meses antes do nascimento das crianças, segundo as decisões da Justiça.

Em fevereiro, três semanas depois do nascimento, os pais confirmaram o desejo de renunciar a uma das meninas, dessa vez na Justiça e especificando qual das crianças. Na época, os bebês, que nasceram prematuros, ainda estavam internados.

Foi depois desse documento que a maternidade procurou o Ministério Público, que deu início ao pedido de abrigamento das trigêmeas por considerar que “os pais não teriam condições de paternidade e maternidade”.

O casal se arrependeu da decisão quatro dias depois, mas já era tarde: a Justiça havia determinado o acolhimento das crianças.

A advogada do casal, Margareth Zanardini, afirma que os pais querem “desesperadamente” as três filhas de volta e estão “procurando todos os meios” para isso.

No processo, Zanardini diz que “a atitude equivocada dos pais não pode representar uma punição aos genitores, e muito menos às crianças, que são as maiores prejudicadas com a determinação do abrigamento”.

Segundo ela, os pais não contaram com apoio psicológico na decisão de doar uma filha e, em vez disso, foram “tachados de insensíveis”.

A advogada do casal defende que as crianças têm o direito à convivência com os pais, assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Ela também solicitou laudos psiquiátricos para atestar que os pais têm condições de cuidar dos bebês.

Em consulta à versão on-line do “Diário Oficial da Justiça” do Paraná. Zanardini disse que a divulgação dos despachos é “totalmente irregular” e que já solicitou à presidência do Tribunal de Justiça providências para tirá-los do ar.

Domingo de Páscoa 

O domingo de Páscoa celebra a ressurreição de Jesus. Junto com o Natal, a Páscoa é considerada uma das datas mais antigas e jubilosas do calendário cristão. As cerimônias religiosas e outras celebrações da Páscoa variam de país para país.

Nos Estados Unidos, muitas "cerimônias ao nascer do sol" acontecem ao ar livre na manhã de Páscoa. Essas cerimônias matinais simbolizam o túmulo vazio que foi encontrado na manhã de domingo e da chegada de Jesus a Jerusalém antes do amanhecer do domingo de sua ressurreição.

"Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram". (Marcos 16:6, NT) É importante entender que a Páscoa não foi celebrada ou mencionada na Bíblia. Porém, o período de 3 dias da Sexta-feira da Paixão até o domingo de Páscoa se tornou uma cerimônia tradicional entre os cristãos.
  

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