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segunda-feira, 18 de abril de 2011

BRASIL, UM PAÍS BEM ESQUISITO. Movimentos sociais que não existem legalmente, existem para invadir propriedades, fazer exigências e receber dinheiro público. Além de muito espaço na imprensa!

Um professor sempre dizia que o calendário serve para sincronizar a sociedade. Dito e feito. Lá vamos nós, todos os anos, ser sincronizados pelo espaço dado pela Imprensa às invasões do MST e outros movimentos de sem terra, Brasil afora. Todos os anos, em abril, os movimentos invadem propriedades para "lembrar" o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido há 15 anos.

Tudo perfeito, apenas fica a dúvida se, para lembrar algo como aquele crime, é preciso perturbar toda a Sociedade. Informa a Imprensa que, neste "Abril Vermelho", a marca dada à lembrança, o MST ocupa 70 fazendas  e 13 sedes do Incra, em 17 estados e no Distrito Federal.

Para quem não existe, como tais movimentos, para responder à Lei quando ocorrem danos, crimes, depredações e violência, até que conseguem uma excelente projeção na mídia. Tem até setor de Comunicação.

A Imprensa, que deveria ser a atividade do espanto, por natureza, não deveria ficar espantada e começar a  fazer perguntas? Perguntar não ofende, nunca, quando se sabe perguntar, e quando se é profissional. Como algo que não existe consegue tanta atenção e espaço e tantas verbas públicas? Como o que não existe invade propriedades e obstrui estradas e vias públicas?

Creio que posso arriscar uma resposta: a visão da Imprensa a respeito dos movimentos dos sem terra incorporou o "coitadismo" típico da interpretação da realidade da América Latina, pela esquerda. Assim como o "coitadismo" justifica as maiores barbaridades cometidas por bandidos no Rio de Janeiro, onde impera a "Cultura Bandida". A esquerda vê  isso tudo como um tipo de manifestação dos oprimidos, etc, na velha linguagem e cantilena marxista dos anos 60!

Os movimentos sociais de sem terra, tem de fato, reivindicações a fazer. Tem demandas.
Muitas podem ser, até, justas. Tais demandas são normais em democracias. O que não é normal é justamente a democracia não fazer valer as leis quando há excessos. As partes não podem prejudicar o conjunto. Quando há excessos, e eles acontecem muitas vezes, lemos muitas notícias a respeito e assistimos pela TV, os movimentos nunca são diretamente processados por danos morais ou criminais. Eles não existem!, dizem. Então, porque tanto espaço dado a eles?

Massacres devem ser lembrados, pois não poderiam  acontecer. Mas não é necessário ficar lembrando, muitas vezes de forma ameaçadora. Para quê as centenas de foices, machados e outras ferramentas que funcionam como armas mortais? Para conceder drama às fotografias. Para criar um "clima". 

Certamente,  muitos que aparecem  empunhando  aquelas ferramentas-armas nem sabem manejá-las corretamente, tal é a quantidade de moradores de periferia que já perderam o contato com a zona rural, ou nunca tiveram, como lemos nas matérias que, vez ou outra, mas muito poucas, nos falam sobre os tais acampamentos e o recrutamento de famílias. Embora existam matérias que contem sobre as escolas e o que se estuda em algumas delas, sob as vistas de posters de Marx e Che Guevara. 

No massacre, 19 sem-terra morreram e mais de 70 ficaram feridos. Os processos relativos aos policiais culpados ainda rolam na Justiça, é mesmo tudo muito moroso. Ainda teremos, provavelmente, muitos "Abril Vermelhos" 

O Abril Vermelho tem, até, um caráter enciclopédico, tal a quantidade de recados que eles querem passar ao povo brasileiro. É quase uma escola. Há bloqueios de estradas, debates, marchas, ocupações. Tudo para nos lembrar das reivindicações, além  do massacre. Querem assentar 100 mil famílias, querem um plano de metas de assentamento, mais crédito rural aos assentados, renegociação das dívidas, construção de casas, escolas, infraestrutura.  Quase um outro país dentro do País.


Também fazem discursos contra os agrotóxicos, mas não discursam (ainda não discursam) contra as cestas-básicas que recebem, pagas pelos contribuíntes, cheias de produtos produzidos pela agro indústria nacional, contra a qual falam tanto. Um dos setores mais importantes da economia nacional.

São contra a aprovação do novo código nacional e pelo fim dos desmatamento. Uma pessoa meio distraída poderia confundir essa imensa pauta com a de alguma pauta partidária. Seria distração, exagero, ou verdade? Como eles são sem-terra, isso parece suficiente para lhes dar uma certa autoridade para ensinar aos que vivem escalavrando as mãos, extraíndo da terra o que consumimos. Eles, inclusive.

O Brasil, é mesmo,  um país muito estranho.  

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