O governo de Cuba (leia-se Raul Castro) que fez um duro ataque ao Partido Comunista Cubano no Sexto Encontro do PC, neste final de semana, em Havana, devido à sua acomodação e burocracia, como se um regime comunista pudesse dar em outra coisa, quer que a economia se recupere e, assim, vai ter que apelar para o demônio. Isto é, para a Iniciativa Privada.
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O trabalhador autônomo, independente, aquele que não tem patrão, o que será patrão de si mesmo. Isso seria algo impensável em Cuba há poucos anos, um país onde toda a população era empregada do Estado, tendo ou não o que fazer.
Planejamento central e totalitarismo dá sempre nisso.
Pois – desde o final do ano passado – os cubanos poderão, caso sejam demitidos (há uma lista de 500 mil a 1,5 milhão que serão demitidos nos próximos tempos, num país que tem 20 milhões de habitantes!) exercer atividades por contra própria.
Serão 178 atividades escolhidas. Mas aqueles com curso superior ou técnico concluído após 1964!, não poderão utilizar essa alternativa. Quem concluiu uma faculdade em 1964 deveria ter uns 22 anos. Isso significa que o cidadão tem hoje um 69 de idade. Então, apenas aqueles que têm mais de 69 anos poderão, caso percam o emprego (médico, arquiteto, advogado, dentista, etc), abrir um negócio particular no mesmo ramo de sua formação.
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Quem tem, por exemplo, 25 anos de trabalho como médico ou dentista (formados em 1986), se mandados embora, não poderão exercer a própria profissão! E o que fará o doutor? Ora, vá vender laranjada na rua ou compre um velho Ford 51 ou um Lada russo e faça um taxi. Ou mande a filha prostituir-se no Malecón!.
Isso é o planejamento centralizado socialista. Obriga um cidadão a ter uma certa formação, depois o demite, e depois o impede de exercer a profissão pela qual o mesmo Estado gastou dinheiro cinco anos na sua preparação!, porque o Estado julgou que era extremamente necessário. As pessoas são joguetes, bonequinhos nas mãos dos burocratas.
Levando em conta que cerca de 70% da população cubana tem hoje entre 15 anos e 64 anos, nascidos e formados após a Revolução Cubana, quase ninguém poderá trabalhar de forma autônoma em áreas de formação superior ou técnica.
Por essa lógica se alguém passou os últimos 10 anos dirigindo táxi e for demitido (os táxis são do Governo como tudo mais), o cidadão faz o que? Nem tentar sair do país, para guiar taxi em Miami ele poderá. Isso que é democracia. Isso que é liberdade. O taxista demitido terá que ser outra coisa. O advogado teráque virar taxista. Porque não deixar as pessoas escolherem o sabem fazer melhor?
Isso já demais para um burocrata, né?
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