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sexta-feira, 1 de abril de 2011

A TRISTE HISTÓRIA DAS TRIGÊMEAS DE CURITIBA. Ou: Os pais tiveram três filhas; o pai só quis duas, por enquanto ficaram sem nenhuma.

O comportamento humano pode, mesmo, ser muito estranho. Um casal de classe média alta queria ter filhos. Procurou assistência médica (inseminação artificial) e soube que teria trigêmeas. A mulher gestou as crianças.
Quando as trigêmeas nasceram, em 24 de janeiro, o pai disse que levaria somente duas. Deixaria uma filha no hospital para adoção. Crou-se um problema e o caso foi parar no Ministério Público que, por meio de liminar da Justiça impediu o casal de levar apenas duas crianças para casa.

É difícil julgar alguém. Mas, o que faz um pai, que aguarda meses pelo nascimento de um filho querer abandoná-lo? Como olharia para as duas que pretendia levar sem lembrar-se da terceira? Contaria isso às duas irmãs um dia?

Os pais perderam a guarda das três crianças, encaminhadas a um abrigo. O Ministério Público informou  que não vai se manifestar sobre a questão, já que todo caso envolvendo crianças é tratado sob segredo de Justiça. A Justiça deve decidir agora o destino dos bebês, se voltam para os pais ou se serão colocadas para adoção.

O médico que acompanhou o caso, Karan Abou Saad, afirmou que em seus 36 anos de profissão nunca viu algo parecido - o pai rejeitar um dos filhos após o casal se submeter à técnica de inseminação artificial. "Nosso sucesso significa bebê em casa. A partir de hoje surgiu uma nova modalidade, de bebê não-aceito. É uma situação inédita", diz Saad.

Quando se submete à técnica de reprodução assistida, os casais assinam um termo no qual se dizem cientes de que poderão ter mais de um filho. O médico Karam Saab disse  que a maioria dos casais inférteis que chega à sua clínica inclusive opta por ter gêmeos.

"Nós desencorajamos. O ideal é ter um bebê de cada vez. Para isso, evitamos excesso de medicamentos. Mas, às vezes, vêm gêmeos, trigêmeos ou quadrigêmeos. E todos reagem bem a isso", afirmou o médico.

Ansiedade máxima 

O especialista lembra que os casais que procuram por uma inseminação artificial entram num ciclo de ansiedade e estresse durante o processo de fertilização, que pode desencadear reações diversas.

"O casal infértil é especial, diferente. Ele não tem condições de aceitar essa deficiência. Ambos entram num ciclo muito grande de ansiedade, estresse, frustrações. Então, nós esperamos qualquer coisa, mas nunca isso. Essa é uma situação inédita. Nenhum colega ou psicóloga que eu tenha conversado relatou algo semelhante", diz o médico.

O casal não permite ser identificado e não vai se pronunciar sobre o assunto. A advogada Adriana Hapner, especialista em direito de família, diz que o caso é delicado e que a prioridade é sempre garantir o direito das crianças.

Decisão não levou em conta o lado emocional


A psicóloga Clodete Azzolin disse, em entrevista ao G1, que  essa rejeição "é fruto de uma sociedade movida pelo excesso de racionalidade, onde tudo está sendo coisificado, inclusive o ser humano". Ela acredita ainda que "agindo assim, o ser humano se afasta cada vez mais de sua natureza, comprometendo inclusive a manutenção dos instintos naturais".

Maternidade fez a denúncia ao MP


O parto dos bebês foi realizado no dia 24 de janeiro deste ano, mas só agora ganhou destaque. A maternidade não quer comentar o assunto, mas foi a instituição que denúnciou
o caso para o Ministério Público do Paraná.

"No momento do parto o pai já disse que levaria somente duas, que a direção fizesse o que bem entendesse", disse um dos funcionários da maternidade, em entrevista à Rádio Band News Curitiba. "No nascimento, ele escolheu duas, mas elas eram prematuras e uma das que ele escolheu teve um probleminha respiratório no início, o pulmãozinho não estava totalmente formado e, de imediato, disse que não iria levá-la porque só queria quem estivesse saudável, porque aquela criança ia dar muito trabalho".

Segundo esse funcionário, que preferiu não se identificar, houve muita comoção na maternidade devido à "frieza" da família ao tomar a atitude de "abandonar" os bebês. "A gente ficou chocado, revoltado com toda essa situação", afirmou. Outra funcionária disse que eles próprios se mobilizaram para dar roupas e fraldas para os bebês. "Ficamos horrorizados, foi uma choradeira, foi meio estranho", reforçou.

Médicos e psicólogos tentaram o trabalho de convencimento dos pais para aceitar todas as crianças, mas não tiveram sucesso. As três meninas permaneceram por um mês na maternidade, embora já tivessem condições de serem levadas para casa com dez dias de vida. Todas estavam saudáveis. Os pais até teriam ido à clínica posteriormente para tentar levar apenas duas para casa. No entanto, elas já tinham sido encaminhadas ao conselho tutelar.

A assessoria do Ministério Público do Paraná, em função do segredo de Justiça determinado pela 1ª Vara da Infância e da Juventude de Curitiba, disse que não poderia sequer confirmar a veracidade da história. A advogada da família acusada de rejeitar as crianças foi procurada, mas em seu escritório a informação é de que ela não falaria com a imprensa por não ter recebido autorização dos clientes.  No entanto, há informações de que ela já teria entrado com pedido de reconsideração da Justiça, requerendo para os pais, que estariam arrependidos, a guarda das três crianças. Em razão do segredo, nem os nomes dos pais nem o da maternidade em que as crianças nasceram foi revelado.

NOTICIÁRIO Bol/UOL, G1, Diário de S Paulo


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