Outro dia comentei aqui como o Brasil é um país estranho. No Brasil, até a direita é esquerda. Mas, mais estranho ainda, é que a direita é quase zero, não há um único partido de direita. E não confundam direita com nazismo, porque aí as coisas ficariam insustentáveis, nada mais perto da chamada direita nazista que o comunismo. Basta ver o ideário do Nacional-Socialismo alemão, do NSDAP. Há mais convergências que divergência, inclusive no trato discriminatório aos judeus.
Na verdade, no Brasil de algumas décadas atrás, gente nacionalista seria chamada de direita, porque estaria numa posição antagônica aos internacionalistas, sempre de esquerda. E o que aconteceu neste país muito louco? A esquerda agora é que é nacionalista, ultranacionalista, até. Assim, não sobra qualquer brecha para a direita, ou os conservadores. Basta ver a relação de nossos esquerdistas com ultranacionalistas do Peru, Bolívia e Venezuela (embora para mim o Chávez nunca tenha passado, mesmo, de um coronel populista, típico da A. Latina).
A esquerda adora taxar de direita qualquer um que se atravesse no seu caminho devido, ainda, ao pós Segunda Guerra Mundial e ao estigma nazista. No entanto, isso está muito longe da verdade. Os socialistas e os nazistas, embora por caminhos diferentes, mas ambos apoiados em um discurso pseudo-científico, caminharam longos trechos juntos na década de 30, quando Hitler e Stálin andaram pensando em dividir a Europa entre si. Na Alemanha dos anos 30, os comunistas (o maior PC forada Rússia) muitas vezes saiam com os futuros SA para baterem nos social-democratas da República de Weimar.
Um conservador poder ser chamado de direita, um nazista nunca. Ambos os regimes, o socialista e o nazista abominavam o capital privado, disciminavam judeus, o socialismo querendo reconstruir o mundo com base na Sociologia e o nazismo querendo reconstruir o mundo com base na Biologia
O socialismo, mais universalista, mais globalizante; o nazismo, mais voltado para as fronteiras da pátria alemã. O problema é que, para Hitler, Alemanha era onde houvessem alemães, o que indica que o nazismo também poderia pretender expandir-se até ocupar o mundo. Talvez não houvesse lugar para dois totalitarismos tão sedentos. E, de fato, não houve.
Após o Tratado Ribbentrop-Molotov, pelo qual dividiram a Europa, Hitler e Stálin acabaram se tornando antagônicos porque Hitler resolveu invadir a Rússia.
Como interessava aos aliados derrotar o mais rápido possível a Hitler, decidiram dar uma chance para Stálin, que mudou de lado. Desde então, com grande habilidade, os totalitários esquerdistas conseguiram, primeiro banir os nazistas do cenário político, ficando com todo o mundo à disposição, ao menos potencialmente. Daí não pararam mais, e temos, então toda a histórias da revoltas, rebeliões, e golpes da segunda metade do Século XX patrocinados pela esquerda em sua tentativa de avançar mundo afora, e países adentro. Claro, surgiram ditaduras de direita, militares, nacionalistas, sempre tentando barrar os comunistas.
Ditaduras, sempre, desprezíveis, como todas as ditaduras.
O que resultou disso tudo foi que sempre que alguém quer bater em conservadores, anti-esquerdistas, o que for, mandam logo a maldição: direitista!. Se colar colou. Como vivemos em uma época de muita gente despreparada política e culturalmente, fogem das palavras como o diabo foge da cruz ou os vampiros das balas de prata. Assim, quando interessa associar alguém ao Mal, lá vái: Direitista. E os tontos se calam e não reagem. Um bom exemplo é o tal partido PSD, do Kassab e outros ex-DEM. Nem direita, nem esquerda e nem centro. Que, diabos, é isso? Boa parte, a maior parte dos brasileiros é conservadora, porque não há um partido para eles?
Na Europa foi bastante visto o documentário Soviet Story, mostrando o genocídio comunista contra os ucranianos, ou os poloneses. Com isso, já surgiu um movimento, na Europa Central, países vítimas do comunismo e do nazismo, para banir os símbolos comunistas como foram banidos os nazistas. Os nazistas, acusados de genocídio, ganharam "o direito" de não poder participar da política na maioria dos países. O mesmo prêmio não foi dado aos comunistas, cujos regimes mataram muito mais gente, mas tiveram a sorte de mudar de barco e lutar contra os nazistas no final da guerra, os mesmos de quem eram bem chegadinhos antes de 1939 e até a invasão da Rússia pelas tropas de Hitler. Ironias do destino.
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