JOSELY E JULIANA DE OLIVEIRA. O SOFRIMENTO DAS IRMÃS DE CUNHA NAS MÃOS DE UM PSICOPATA. O suspeito Ananias dos Santos, ainda não foi encontrado. O martíro das irmãs por um sujeito cruel.

Josely Laurentina de Oliveira tinha 16 anos e Juliana Vânia de Oliveira 15. Eram duas meninas alegres, felizes, cheias de amigos, e muito bonitas. E bastante religiosas, filhas de uma família católica com três filhas. A irmã mais velha, Betânia, completou 18 anos no último dia 30 de março, dois dias depois que os policiais encontraram os corpos de suas irmãs, com a ajuda de cães farejadores, num matagal a cerca de sete quilômetros de sua casa.

O pai e a mãe delas mal puderam acreditar quando lhes contaram que haviam encontrado as meninas, que estavam sumidas desde o dia 23 do mês passado quando desceram do ônibus, por volta das 18 horas, há um quilômetro de casa, como faziam todos os dias. Foram cinco dias de procura, de espera tensa, de ansiedade, de angústia, e de orações, muitas orações, pedindo ajuda e conforto ao Senhor.

E as meninas, por fim, apareceram, mas do modo mais temido, e nunca desejado, pelos pais. Mortas. E mortas com sinais de violência, e de violência sexual também. O monstro judiou das garotas antes de matá-las a tiros. Talvez tenha até rido de suas súplicas pela vida. Assassinos desse tipo, que parece ter planejado o sequestro, o abuso e a morte cruel, são frios, insensíveis ao sofrimento alheio. São  psicopatas.

Ananias dos Santos, 27 anos

A polícia tem um suspeito, um forte suspeito. Um sujeito de 27 anos, bandido condenado e que estava preso, mas que havia  fugido de um presídio da região há algum tempo, Ananias dos Santos. Hoje Ananias, de 27 anos, que ainda não foi localizado, é um dos 25 fugitivos mais procurados pela polícia do Estado de São Paulo.

Cunha é uma cidade pacata, de topografia bastante irregular, com 22 mil habitantes, 11 mil deles na cidade e 11 mil morando em sítios na zona rural. Fundada no Século XVIII, sempre foi procurada por forasteiros devido ao excelente clima serrano.

É um dos maiores municípios do Estado de São Paulo, e está na área de reserva da Mata Atlântica, não muito distante da cidade colonial de Paraty, no litoral do Rio de Janeiro.

No começo do ano passado a rotina do lugar foi quebrada pelas chuvas que não paravam mais, choveu durante semanas, e as chuvas acabaram matando seis pessoas devido à queda de barrancos e casas. Passado o choque da catástrofe e das mortes de 2010, devido às chuvas, a vida estava quase voltando ao normal, um ano depois.

E a cidade ficou agitada e preocupada com o desaparecimento das duas meninas na noite do dia 23. O noticiário sobre a violência das grandes cidade como Rio de Janeiro e São Paulo, acompanhado pela TV, impressiona e preocupa as pessoas do interior, embora Cunha, devido ao fato de ser uma estância climática, com muitos rios e cachoeiras, ser um lugar bastante ativo em termos de turismo ecológico e rural, e, portanto, acostumado à presença de estranhos circulando pelas ruas e estradas viscinais de terra.

Por ironia do destino, desta vez parece que estranhos forasteiros não têm nada a ver com o desaparecimento e a morte das duas irmãs. Segundo a polícia apurou, o principal suspeito é Ananias dos Santos, o foragido, cuja família mora perto da casa da família Oliveira.

Se os fatos se confirmarem, quando conseguirem prender o suspeito, a história é estranha e dramática. Ananias teria um caso passional com uma auxiliar de enfermagem de uns 50 anos de idade.

Juliana de Oliveira, 15 anos

Mas as meninas vizinhas eram muito bonitas, bonitas demais, e Ananias começou, segundo dizem, a ficar mais e mais interessado na irmã mais nova, Juliana, a de 15 anos.
Tentava aproximar-se, mas não obteve a atenção desejada. Entretanto, segundo apurou a polícia, sua amante teria ficado com muito ciúme. Com um terrível ciúme da garota de 15 anos, jovem, alegre, bonita, simpática.

Quando encontraram os corpos e começaram a investigar, e levantaram essa história de ciúme meio doentio, chegaram a suspeitar que Ananias teria sequestrado e matado as meninas só para provar seu amor à amante, que o teria estimulado a matá-las.

São apenas suspeitas, conjecturas, hipóteses. Tanto que a Justiça expediu mandado de prisão apenas contra Ananias, e não contra a sua amante. Mas o que aconteceu, como aconteceu e porque aconteceu, só saberemos com o tempo. Quando Ananias for preso.

Por via das dúvidas, o veículo da auxiliar de enfermagem foi periciado para saber se havia sangue ou se o barro encontrado nos pneus era compatível com amostras coletadas pela polícia no local onde os corpos foram encontrados.

Josely de Oliveira, 16 anos

Após o encontro dos cadáveres, em adiantado estado de decomposição, a polícia começou a cruzar informações e soube que Ananias, no dia seguinte ao desaparecimento das meninas foi até a casa delas e conversou com o pedreiro José Oliveira, a quem, por ser vizinho próximo, inventou uma desculpa qualquer e pediu que Oliveira escondesse um revólver, em uma pilha de lenha, como um favor, pois ele estaria com alguns problemas.

Supõe-se, agora, que Ananias, se foi ele o assassino, ainda quis incriminar o próprio pai de Josely e Juliana. Coisa demoníaca. Realmente um ato de um sujeito frio e muito calculista, sem escrúpulos. Verdadeiro bandido.

Se foi mesmo Ananias que matou as irmãs, trata-se um um homem muito mal. A polícia verificou, após o encontro dos cadáveres, que as meninas sofreram muitas violências. E era provavelmente escuro, numa mata fechada, ninguém as escutaria, e aos tiros. Por isso os investigadores não descartaram, até agora que Ananaias possa ter contado com a ajuda de alguém. O local é de acesso difícil, e elas eram duas.

A cidade ficou muito impressionada, e muito revoltada. Lentamente começaram a circular as informações sobre as pobres garotas sequestradas por um bandido.
Ainda não há comprovação, mas os laudos poderão indicar violência sexual, embora os corpos estivessem vestidos. Ha via marcas de ferimentos no pescoço, e o mamilo de um dos seios da mais velha havia sido puxado com extrema violência,  segundo pessoas informaram à imprensa.  Elas foram torturadas pelo assassino. Elas sofreram muito, choraram muito, antes de morrer, pelos indícios. Por fim, após ferí-las e, talvez seviciá-las, o bandido disparou dois tiros contra Josélia e quatro tiros contra Juliana.
O monstro abandonou o local e deixou ali os corpos expostos ao tempo, e aos animais. Pode ser, também, ainda não se sabe, que elas tenham sofrido e morrido em outro lugar, e sido jogadas ali depois, tal a dificuldade de acesso da área.

Mais de mil pessoas foram ao enterro das irmãs, e fizeram um longo e indignado protesto em marcha pela cidade, pela falta de segurança. E criticaram muito o fato de que o juiz, o promotor e até o delegado não morarem na cidade. Essas mortes brutais abalaram mesmo bastante a paata cidade de Cunha.

O pai, o simples pedreiro José Benedito de Oliveira, católico praticante, mostrou uma resignação que espantou a muitos e até indignou a outros. Eu, de fato, não me espantei. Sendo José uma homem de grande fé, e crente em Deus, e seguidor das leis da Igreja Católica perdoou o assassino. Evidentemente está abalado, perdeu duas das três filhas de uma maneira horrível, mas demonstra a calma dos fiéis:

"Espero que o suspeito seja preso o quanto antes. Assim como eu sempre quis o bem das minhas filhas, não vou querer o mal de ninguém. Mas quero que se faça Justiça. Para mim está perdoado", disse o pai da meninas, o pedreiro José de Oliveira.

Duas de suas filhas sumiram há 20 dias. Há 15 foram encontradas mortas brutalmente. O assassino ainda não foi encontrado.

Resta agora a José consolar pobre mãe e a filha que restou. Como bons católicos, não guardam ódio no coração.

José Benedito  de Oliveira, 57 anos, é um homem profundamente bom. Deus o proteja.