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segunda-feira, 4 de abril de 2011

OLLANTA HUMALA, OU "HUMALITA PAZ Y AMOR". O esquema para eleger Lula, em 2002, funcionará no Perú de 2011? É o que assessores petistas estão tentando. Se Hugo Chávez não atrapalhar desta vez.


Ollanta tenta afastar-se de Chávez
Foto blog.delucio.com
Ollanta Humala, o coronel da reserva e líder do Partido Nacionalista Peruano, um partido de esquerda no Peru, tem um grande problema pela frente. O problema é fazer com que os peruanos esqueçam o forte apoio que teve do presidente boliviano, Morales e do venezuelano Hugo Chávez em 2006. Tal apoio, segundo muitos analistas peruanos, teria sido um dos maiores obstáculos a Ollanta nas eleições de 2006, em que foi derrotado pelo candidato Alan Garcia, atual presidente.

Isso não significa, entretanto, que o apoio não exista, apenas não pode ser manifestado, o que pode ser acertado nos bastidores, para que os outros candidatos não digam que Morales e Chávez estão se metendo em quintal alheio. O problema de Ollanta é que não é fácil querer parecer ser uma coisa, sendo outra.

Desta vez, mais escolado, procura afastar-se de Chávez (puro jogo de cena político), para manter o empresariado  militares mais tranquilos. Que é o candidato da esquerda latino-americana (o que inclui Morales e Chávez)  não há dúvidas, basta observar como o retratam os sites e blogs de esquerda. Ollanta é o político "perseguido pela mídia".

De fato, antevendo grandes dificuldades num segundo turno, o primeiro será no próximo domingo, dia 10, embora lidere agora as pesquisas com uns 28%, o coronel da reserva já  no final de 2010 dizia estar muito preocupado com uma fraude que seria preparada por Alan Garcia para prejudicá-lo. Essa é uma conversa já bem antiga quando um candidato de esquerda corre o risco de perder. Já antecipa denunciando uma fraude. Costumes, os mesmos, lá e cá.

Para garantir uma imagem tipo "Lulinha paz e amor", não agressiva ao mercado, não ameaçadora à propriedade privada e aos estrangeiros,  Humala Ollanta conta, segundo a Folha de São Paulo, com a assessoria de vários petistas brasileiros.

Para ajudar Ollanta em sua mudança de imagem e de discurso estão no Peru o ex-marido da senadora Marta Suplicy (PT-SP) e o petista Valdemar Garreta, desde janeiro, segundo a Folha de S. Paulo. A ideia é seguir a estratégia da campanha de Lula, em 2002, quando ele tomou um banho de boutique e fez fotos até fumando charutos em Nova Iorque. (Um operário de bem com o capitalismo?)

A cópia é de tal maneira que o candidato peruano lançou até uma "Carta de Lima", aos moldes da "Carta ao povo Brasileiro", de Lula. A dificuldade será amenizar a imagem de Ollanta, chamado, em seu país de Hugo Chávez peruano. O Perú passa, nos últimos anos, por um bom momento econômico, em termos relativos à América Latina, tendo conseguido o presidente Alan Garcia, manter um controle sobre a tentativa de retorno do grupo terrorista Sendero Luminoso que foi exterminado nos tempos de Fujimori, mas acabou sinalizando alguma vida há uns dois anos. E os peruanos não querem saber de terrorismo, pois viveram isso na pele por muitos anos, e isso é muito doloroso para um país.

Todavia, segundo a Folha, um dos porta-vozes do coronel disse que ele poderá rever contratos de obras na região amazônica peruana executadas por empresas brasileiras.
Já viram esse filme antes? Isso aconteceu na Bolívia e na Venezuela.

Em fevereiro, Ollanta esteve com Lula, nos 31 anos do PT, e teria sido orientado a se afastar de um irmão ultranacionalista, Antauro Humala. Homem forte da administração de Marta na Prefeitura de São Paulo (2001-2004), Garreta afastou-se da vida partidária em 2010. Favre, que sempre militou na área internacional do PT, submergiu em fevereiro de 2009, após separar-se de Marta. Em fevereiro, Humala se reuniu com o ex-presidente Lula, em meio às comemorações do 31º aniversário do PT. A campanha de Humala segue a estratégia traçada por pessoas ligadas a João Santana, o marqueteiro de Lula em 2006 e Dilma Rousseff, em 2010. 

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