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domingo, 3 de abril de 2011

NEM SÓ CIVIS DESTREINADOS LUTAM CONTRA KADAFI NA LÍBIA. Muitos veteranos do Afeganistão combatem pelo lado rebelde na guerra civil.

Abdul Manem al-Madhouni (41 anos),  Abdullah Mansour al-Zwei (42), veteranos da guerra do Afeganistão (a guerra em que os guerrilheiros derrotaram os soviéticos), estão na Líbia, lutando contra o exército de Kadafi. Muitos líbios que estavam exilados voltaram para combater. Osdois são homens do Al-Jamaa al-Islamiya al-Mokatila, ou Movimento Combatente Islâmico, que está na lista da ONU de organizações terroristas internacionais e é considerada, no Ocidente, a filial da Al-Qaeda na Líbia.

Muitos outros veteraos, com treinamento militar no Afeganistão e no Paquistão estão lutando na Líbia, contra Kadafi. Kadafi é maluco e cruel, mas disse que havia gente da Al-Qaeda no leste da Líbia. Obama resolveu ajudar os "civis". Na verdade, se mandar armas ou aviões, estará colocando tais recursos diretamente na mão de soldados experientes e não necessariamente democratas, nem amigos do Ocidente. Obama pode dar um dos maiores passos errados de sua vida, o que poderá ser fatal nas próximas eleições. Recentemente o comando militar da Otan, que controla o ataque às forças de Kadafi, havia alertado para a presença de jihadistas lutando na guerra.   

Quem conta a história de al-Madhouni e al-Zwei é o enviado especial do jornal O Estado de São Paulo à Líbia, Lourival Sant´Anna, e ela começa assim:
'Estado' entrevista dois dos principais líderes jihadistas que voltaram ao país

Foto: Lourival Sant'Anna/AE
Militância. Al-Zwei (E) e Al-Madhouni, veteranos da guerra afegã
 "Os combatentes rebeldes são chamados de "shebab", que em árabe significa jovens. A maioria deles não passa disso: jovens idealistas, muitos universitários de classe média, cujos pais bem relacionados os pouparam até do serviço militar obrigatório e, por isso, nunca pegaram em uma arma antes. Quando os foguetes começam a cair perto deles, sobem no carro e fogem apavorados.
Em contraste, há um pequeno grupo de homens na casa dos 40 anos, de barba espessa, rostos enrugados e olhar de quem já viu outras guerras. Eles avançam sob a barragem de foguetes sentados nos bancos de suas peças de artilharia montadas sobre carrocerias de caminhonetes, disparando os canhões de 14,5 ou 23 milímetros e gritando: "Allah-u-akbar", (Deus é grande). Eles não têm medo da morte, suas armas não são páreo para os foguetes das brigadas de elite de Muamar Kadafi, mas sabem o que estão fazendo.
São líbios veteranos do Afeganistão, que agora lutam a jihad em seu próprio país, depois de terem passado parte de sua vida no exílio ou na temida prisão de Abu Salim, em Trípoli, que Kadafi reserva aos dissidentes. São os homens do Al-Jamaa al-Islamiya al-Mokatila, ou Movimento Combatente Islâmico, que está na lista da ONU de organizações terroristas internacionais e é considerada, no Ocidente, a filial da Al-Qaeda na Líbia.

Dois de seus líderes voltaram do exílio recentemente e concordaram em falar ao Estado, em sua primeira entrevista na Líbia, e também a primeira em que deram seus nomes e se deixaram fotografar. "Chega de nomes de guerra", disse Abdul Manem al-Madhouni, de 41 anos, no único momento em que quase esboçou um sorriso. "Está tudo acabado", completou, referindo-se a Kadafi, que foi alvo de quatro tentativas de assassinato do Al-Mokatila, entre 1994 e 1997, uma vez por ano.

O ditador reprimiu violentamente o movimento, com o objetivo de esmagar qualquer organização opositora. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, o ditador passou a usar a repressão em favor de sua reabilitação no Ocidente, assumindo o papel de dique contra a expansão da Al-Qaeda no Norte da África.
Exílio iraniano. Al-Madhouni voltou do Irã, onde viveu nos últimos nove anos e meio - sete anos e meio dos quais em prisão domiciliar, de acordo com ele por ter entrado ilegalmente no país, vindo do Afeganistão, no calor dos atentados de 11 de Setembro.

Abdullah Mansour al-Zwei, de 42 anos, hesita em dar seu nome, porque pretende voltar à Grã-Bretanha, onde se exilou depois do atentado ao World Trade Center, também vindo do Afeganistão e do Paquistão. No entanto, acaba cedendo. "Esse é o meu nome verdadeiro, não como sou conhecido lá." Ambos são do conselho de 12 integrantes que dirige o movimento. Eles foram para o Afeganistão em 1989, quando tinham cerca de 20 anos, para lutar na jihad contra os invasores soviéticos, no fim da guerra que durou dez anos.

Al-Maddhouni e Al-Zwei chegaram ao Afeganistão alguns meses antes da criação da Al-Qaeda. Admitem que conviveram com Osama bin Laden e lutaram lado a lado com ele. "Viajei com Bin Laden de Jeddah, na Arábia Saudita, para o Paquistão", recorda Al-Zwei, que estudou teologia islâmica na cidade saudita de Medina. "Ele era um homem normal, apenas rico, que ajudava as famílias dos combatentes."

Lista do terror. A Al-Qaeda seria formada meses depois, com esse propósito. "Nós rezávamos do lado dele na mesquita, como qualquer outro", completa Al- Maddhouni, que estudou teologia e assuntos militares tanto no Paquistão como no Afeganistão.
Eles dizem que se reuniram "muitas vezes" com Bin Laden, "todas antes do 11 de Setembro". Segundo contam, eles não se aliaram à Al-Qaeda porque consideravam que deviam concentrar sua luta na Líbia, e não abraçar a causa contra os Estados Unidos. Após a derrota dos soviéticos, ambos continuaram por mais 12 anos no Afeganistão, onde tinham campo de treinamento, armas e segurança."...

LEIA O TEXTO INTEGRAL EM O ESTADO DE S PAULO:

Um comentário:

  1. O ASSASINATO DE Al-Madhouni,pelas tropas de kadafi ,com certeza foi um tremendo tiro no pé veterano do Afeganistao visto pelos jovens como uma lenda viva agora sera tido como um martin acirando ainda mas a luta e o desejo de estabelecer um governo menos autoritario, por outro lado seria comico se nao fosse trajico a otan lutando em uma gerra que eles nem sequer sabem qual a ideologia dos rebeldes estao apenas visando um interesse proprio , lamentavel...

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