QUANDO O TELHADO É DE VIDRO... |
O PT realiza de hoje a domingo o seu 4º Congresso. Uma coisa fica evidente pelas matérias publicadas pela imprensa e que trazem algumas das propostas que serão discutidas e votadas. O PT não gosta muito da atual forma de democracia.
Bem, isso não é novidade, uma vez que o partido joga o jogo democrático apenas para ocupar espaços, mas mantém os olhinhos ávidos e cúpidos esticados para ditaduras, seus modelitos preferidos.
Não à toa o eterno presidente petista, Luiz Inácio Lula da Silva, passou seus governos chamando de amigos e irmãos Kadafi, Ahmadinejad, Fidel Castro, Hugo Chávez e outros ditadores africanos de menor peso e envergadura, mas não menos cruéis. Evidentemente tudo em nome de uma visão pragmática de política. Claro que com a atual situação feia pros lados de Kadafi, Lula, aquele que tem a maior boca do mundo, calou-se para esses assuntos. Mas não era uma questão só de pragmática, é de ideologia mesmo. Basta procurar saber sobre as reais intenções do Foro de São Paulo.
Uma das proposta que serão apresentadas transformaria o Brasil numa Venezuela! E isso é tudo de que estamos precisando: sem imprensa livre, sem propriedade privada, sem eleições democráticas, sem oposição, sem congresso representativo, etc. Em suma, um país que seria transformado em extensão ou propriedade de um partido único. E esse é o caminho que já está sendo seguido pela Bolívia, Venezuela, Equador, Honduras, realmente a mais alta expressão democrática que temos visto!
De Cuba nem se fala. Cinquenta anos de ditadura, perseguição a opositores, torturas, prisões sem motivo algum, sofrimento econômico, absoluta falta de liberdade de expressão nas artes e na imprensa para, enfim, descobrir que o socialismo não funciona mesmo!!! Mas para saber isso teria bastado estudar um pouquinho só os austríacos von Mises e Hayeck! (aqueles do "não há almoço grátis). Mas crente comunista quer lá estudar alguma coisa? Eles já têm as respostas para tudo até o fim dos tempos. E os tempos, para eles, sempre acabam mal.
Uma das coisas que mais incomoda aos petistas é a imprensa livre. Quando estavam na oposição isso não era muito questionado, uma vez que o partido era um grande utilizador dos repórteres simpatizantes e da imprensa para bombardear com escândalos seus adversários. Uma vez no poder a imprensa não pode mais fazer a fiscalização dos poderes, vira um mal, um obstáculo e deve ser combatida por todos os meios possíveis, até com o uso de jornalistas quinta-coluna. Aqueles que se escondem atrás da profissão para corromper a nobre missão jornalística.
Quando petistas começam a falar em contrôle da mídia saibam que se trata, apenas, de censura. Controle da mídia é uma espécie de termo da novilíngua para não falar claramente "calar as boca da investigação jornalística", "calar jornalistas intrometidos", "censurar a imprensa". O que eles gostam é de jornalismo a favor. Mas jornalismo não é contra ou a favor, é jornalismo. A favor é propaganda. O que eles querem é jornal com cara de jornal, para enganar o povo, mas com conteúdo de propaganda. Ora, quem precisa de liberdade para falar a favor?
A imprensa tem feito matérias sobre corrupção no governo. O que os petistas adoravam, até 2002, quando estavam na oposição. Quando eles atiravam as pedras. Agora querem ver o capeta mas não a imprensa livre.
Veja trouxe uma reportagem sobre as atividades meio subterrâneas de Zé Dirceu, envolvendo ministros de Estado. Pronto, já querem o controle da mídia. Ao invés de ver a oportunidade de sanear a corrupção, critica-se a imprensa por demonstrar a corrupção. Que exemplo é esse para os jovens? Onde ficou aquela pregação toda sobre Ética? Era, evidentemente, uma noção muito particular de ética ou um discurso bonitinho para ganhar eleições.
Ninguém gosta da liberdade de imprensa quando o telhado é de vidro
imagem telhado de vidro (glassroof):
http://www.bbc.co.uk/bristol/content/image_galleries/cabotcircus_jan08_gallery.shtml
Diz Reinaldo Azevedo em seu blog:
"O “consultor de empresas privadas” José Dirceu começou cedo, como ele mesmo confessou, nas artes do ludíbrio. Aos 14, então coroinha, enganava o padre e roubava hóstias. Aos 65, acredita poder enganar milhões de brasileiros, inventando uma história ridícula para encobrir a real natureza dos encontros que mantém em seu gabinete clandestino num hotel de Brasília. VEJA o flagrou em plena conspiração contra o Palácio do Planalto — leia-se: contra Dilma —, em meio à crise que acabou resultando na queda de Antônio Palocci. O ex-ladrão de hóstia lançou, então, o grito de guerra “Delenda VEJA!”, na suposição de que haveria um verdadeiro clamor público.
Mas quantos seguem o Zé, exceção feita àqueles que o temem ou são muito bem-pagos pra isso? Só os blogueiros do nariz marrom, financiados por empresas estatais, fizeram eco à sua tolice. O Brasil inteiro viu um ministro de estado, um presidente de estatal e parlamentares comparecerem ao beija-mão do poderoso chefão. VEJA estava no lugar certo na hora certa. Os que visitaram Dirceu é que estavam no lugar errado na hora errada. A piada já corre na Internet, e eu não resisto: VEJA é essencial numa boa faxina!
Pois bem: o PT realiza neste fim de semana, começa amanhã, o seu 4º Congresso. Com o estímulo de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, o partido prepara uma moção de apoio a Dirceu e elabora uma texto pedindo — ó, que surpresa! — o que eles chamam por lá “regulamentação da mídia”. É estupendo!
E quem elaborou o primeiro texto em defesa da censura? O deputado federal José Guimarães (CE). No dia 8 de julho de 2005, no auge da crise do mensalão, José Adalberto Vieira da Silva, seu assessor — pobrezinho de dar pena — foi flagrado no aeroporto de Congonhas carregando numa valise R$ 200 mil em dinheiro vivo e escondendo outros US$ 100 mil na cueca. Que desculpa ele deu? Disse que era agricultor e que havia acabado de vender verduras no Ceagesp! José Guimarães é irmão de outro José mais famoso, o Genoino, que presidia o partido na tramóia do mensalão. O pobre Silva teve de se virar nas desculpas. Ninguém compareceu em seu socorro. Qualquer suspeita de que o dinheiro pertencesse a seus chefes era coisa de gente de má fé, né? Os irmãos, naturalmente, não sabiam de nada.
Existiria alguém mais adequado para propor a “regulamentação da mídia” do que um homem ligado ao escândalo da cueca, irmão de um dos mensaleiros processados pelo STF? Acho que não! A coisa, convenham, faz um sentido danado. Há dias, noticiou-se que também o PT, além do governo propriamente, havia desistido de censurar a imprensa, depois de sucessivas tentativas frustradas, o que incluiu até o Programa Nacional de Direitos Humanos — coisa originalmente denunciada por este escriba, lembram-se?, lá naquele longínquo janeiro de 2010. Pois é. O ministro Paulo Bernardo já deixou claro que não tem simpatia pela proposta do ex-ministro da Supressão da Verdade, Franklin Martins. Mas há gente no PT que não pensa em outra coisa.
É fabuloso! VEJA fez reportagens de que Antonio Palocci não gostou nada. Palocci acabou caindo, e não se falou em censura. VEJA denunciou a cleptocracia do Ministério dos Transportes. Uma penca de gente foi demitida, inclusive o ministro. E não se falou em censura. VEJA evidenciou os desmandos no Ministério da Agricultura, onde um lobista, atualmente foragido, tinha até sala. Foram defenestrados ministro e secretário-executivo. E não se falou em censura. Em suma: três ministros de estado perderam o cargo — a revista não derruba ninguém; OS FATOS QUE ELA APURA É QUE O FAZEM —, e os petistas resistiram, sem tentar ressuscitar “o controle da mídia”.
Mas bastou que a verdade iluminasse os corredores do governo clandestino de Dirceu, expondo seus convivas, e eis que os petistas tentam dar fôlego novo à tese da censura, que eles por lá chamam de “controle democrático da mídia” ou qualquer porcaria assim. É o sonho dourado da tal canalha do nariz marrom. Essa gente está enfurecida com Paulo Bernardo porque este não deu seqüência à proposta de Franklin e do Babalorixá de Banânia. O que não se fez por três ministros de estado se faz agora em defesa de um deputado cassado, acusado pela Procuradoria Geral da República de “chefe de quadrilha”.
Dilma e Lula devem comparecer ao evento na sexta. O desagravo ao ladrão de hóstia e a defesa do “controle da mídia” devem ser feitos no sábado. Está tudo devidamente compreendido: Dirceu e Lula querem controlar a imprensa para que ninguém os controle. Mas perderão de novo!
Por Reinaldo Azevedo
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