Os problemas enfrentados pela Policia Militar nas UPPs do Rio de Janeiro, com a corrupção de policiais por traficantes indicam, claramente, como combater a corrupção é algo extremamente difícil.
Desde que o governo Cabral começou com a implantação das tais unidades pacificadoras, a mistificação de que o domínio dos traficantes sobre os morros do Rio estaria com data marcada, se expandiu. Como é impossível acabar com o crime sem prender os criminosos, parece que tudo e sempre marketing, propaganda.
Há inúmeros blogueiros e jornalistas que parecem funcionar com verbas públicas, uma vez que são incapazes de, além de noticiarem os fatos, produzir questionamentos razoáveis sobre eles. A política de segurança no Rio de Janeiro é lamentável, parece que vive de fachada, criando aparências. Talvez prender seja complicado, pois não haveria cadeia para todo mundo. Quem sabe o Rio não devesse, então ter mais presídios? Essa política de esquerda de passar a mão na cabeça de traficantes só prejudica a Cidade e o País, aumentando o índice de violência.
As tais UPPs são uma forma de criar a impressão de que o Estado, que durante tanto tempo se afastou da realidade dos morros e favelas do Rio de Janeiro, abandonando a população, está tomando o terreno dos traficantes. Tudo mera ilusão. Temos visto protestos de moradores contra a presença das tropas militares e da policia, a não ser aquela banda podre já corrompida pelos bandidos e que convive com a situação, tolerando o tráfico de drogas e outros crimes.
De verdade, a criação das UPPs, vendida como uma saída genial de Cabral e seu secretario de segurança, Beltrame, revelou-se apenas uma bela trama, isto sim, para a época pré-eleitoral.
Alguns críticos isolados questionam a instalação das tais unidades, uma vez que, a chegada dos policiais, com maior ou menor espalhafato midiático e caveirões apenas espanta os bandidos do território, para favelas vizinhas.
A famosa ocupação do Alemão foi uma coisa absolutamente espetaculosa, visto que bandos de bandidos fugiram pelos morros acima, sem que qualquer figurão do crime fosse preso. Tais ocupações apenas vendem uma falsa ilusão de segurança aos incautos. Os bandidos começam a agir em outras área da Cidade ou do estado, ou em estados próximos. Depois de algum tempo começam a voltar, após retomar certos laços com moradores e conhecer melhor que está fazendo o policiamento.
CORRUPÇÃO É FORTE
A imprensa publica que investigações da PM indicam uma rede de corrupção de policiais de UPPs. Os bandidos, voltando vagarosamente ao antigo território, começam a negociar com alguns policiais um relaxamento na fiscalização. Assim, com o envolvimento de alguns policiais mais graduados no esquema de corrupção, os bandidos já estavam interferindo até na escala dos policiais, fazendo com que os linha-dura fossem afastados da área.
A PM fez escutas e descobriu que na Coroa, Fallet e Fogueteiro cerca de 30 policiais estariam envolvidos. Um tal Alan, traficante, tinha conseguido com os policiais corruptos criar áreas sem patrulhamento, para facilitar o comercio das drogas. O suborno, segundo o jornal O Dia, seria de um valor total de 53 mil reais, a ser dividido entre os policiais, na base de R$100,00 a R$500,00 para cada um. O Sargento Rinaldo do Desterro Santos, segundo a PM, cobraria 100 reais para afastar cada policial inconveniente aos traficantes. Recentemente três policiais foram presos com R$13 mil que não souberam explicar de onde vinham.
É triste, mas a corrupção no Rio de Janeiro é muito mais entranhada na cultura local do que parece. O filme Tropa de Elite I mostrou bem como funciona a bandidagem e colocou o dedo na ferida: quem consome drogas gosta de protestar contra a violência
em Copacabana, em happenings para a TV.
No Rio de Janeiro, como em outros lugares do Brasil, a corrupção é generalizada. Tudo se vende, de cds piratas a policiais honestos, por chefes gananciosos, como se viu.
E a topografia do Rio não ajuda muito. Logo os traficantes descobrem de onde são os policiais e ameaçam suas famílias. Mesmo nas favelas, muitas famílias gostam da ordem imposta pelos bandidos. Muita gente acaba ganhando um pouco de dinheiro com as festas patrocinadas por traficantes. E tais festas são um modo de arregimentar futuros usuários mas, mais que isso, novos ajudantes.
Traficantes, como não são invasores, mas “do pedaço”, também tem família por ali, o que cria vínculos fortes com o que os cariocas chamam “a comunidade”. Assim, a rede de solidariedade entre bandidos e moradores é mais forte do que se imagina ou se admite dizer. Basta ver a ligação de escolas de samba com contraventores.
O noticiário mostra que a corrupção, no Brasil, está na favela, nos palácios, nos tribunais, nos quartéis, em Brasília. A corrupção torna o Brasil um pais diferente. As redes de solidariedade contribuem para que essa situação não mude nunca. Basta lembrar o caso de uma deputada de Brasília, que recebeu montes de dinheiro mas não foi cassada. A Comissão de Ética da Câmara concluiu que a corrupção foi anterior ao mandato. Mas não se tratava de julgar um crime, mas um procedimento ético ou sem ética de um deputado. Creio que muitos devem ter se reconhecido na mesma situação.
Assim não legaremos grande coisa aos nossos filhos.
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