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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

FUNCIONÁRIOS DO SERVIÇO FUNERÁRIO DE SÃO PAULO BRINCAM COM A MORTE. MAS A MORTE EXIGE RESPEITO. Uma sociedade que não cuida de seus mortos não deve ser levada a sério. Serviços funerários são considerados essenciais e a greve é ilegal.



Parece bobagem tratar da Morte? Parece injusto criticar o descaso demonstrado para com os mortos pelos funcionários públicos de São Paulo? Pois a mim não parece. Que negociem suas pendências salariais com a prefeitura Municipal de São Paulo de outra forma. A paralisação de um serviço essencial como o funerário é ilegal.

Centenas de pessoas nascem e centenas de pessoas morrem por dia em São Paulo, um das maiores cidades do mundo. É uma vergonha que seus mortos não tenham o devido respeito por parte daqueles que lidam com os rituais ligados aos enterro e à cremação. Mais de 300 pessoas morrem por dia em São Paulo. O que acontecerá aos seus corpos aguardam a boa vontade dos sindicalistas?

Rituais são sagrados, não apenas mera formalidade legal ou um caça-níquel para vagabundos. Os corpos, sejam enterrados ou cremados como na nossa cultura, ou dispostos de outros modos, como em outras culturas, merecem todo o respeito.

Os mortos saíram deste mundo. Enquanto vivos plantaram sua sementes, alguns nem tiveram tempo para isso, pois morreram muito cedo. Pais, filhos, avó, tios, tias, irmão irmãs. Mães. Como tratar com descaso a dor alheia por conta do salário?

Todas as culturas sempre trataram os corpos dos mortos com cuidado e respeito. É o mínimo que se exige. Não se trata de falar aqui, de uma indústria da morte, como a americana, mas do cuidado real necessário para com aqueles que nos deixaram.

Mas a morte é democrática, ela nos espreita e, a qualquer hora, chegará para os vagabundos também. E os levará, com certeza. A morte nunca brinca em serviço.

É uma vergonha que desrespeitem os cidadãos que pagam seus salários, por meio de pesados impostos, deixando seus mortos sem pronto atendimento. Os mortos surgem dos hospitais, das ruas, dos acidentes de trânsito, dos assassinatos, de causas as mais absurdas como cair de uma escada e quebrar o pescoço, ou ser atingido por uma marquise que desaba sem aviso. Os mortos também precisam ser cuidados.

Famílias sofrem ao longo de doenças intermináveis, ou são pegas pela mais absoluta surpresa.  A Morte merece respeito, muito respeito.

SÃO PAULO

São Paulo tem 22 cemitérios e 1400 funcionários de serviço funerário. No dia de finados do ano passado dois milhões de pessoas visitaram os cemitérios para cuidar dos restos dos mortos e limpar seus túmulos. Ninguém gosta de imaginar um corpo abandonado, nu,  sobre uma  mesa de pedra ou numa geladeira por falta de atendimento correto para o enterro ou cremação.


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