Tela "Opium", de Dylan |
Foto de Leon Busy, início do Século XX |
O grande Bob Dylan, quem diria, e para meu desgosto, é acusado de plágio no fim de sua vida artística. Claro que, enquanto músico e compositor, alcançou um nível raramente alcançado por outros ídolos, tendo influenciado diversas gerações de músicos e cantores. É certo que, em sua produção textual, já chegou a ser acusado de plágio. Mas esse carimbo infame lhe caiu agora pesado sobre o nome em uma atividade mais recente, que desenvolve em paralelo à musica: a pintura.
Críticos de arte e apreciadores de artes em geral, especialmente pessoas com cultura fotográfica, acusam Dylan de, na exposição que faz em Nova York, inaugurada há uma semana, haver plagiado fotografias de fotógrafos famosos como Henri Cartier-Bresson e Leon Busy. A exposição de Bob Dylan se chama “The Asia Series” e mostra pinturas que deveriam refletir suas memórias ou experiências no Japão, China, Vietnã e Coréia. No entanto, para surpresas dos visitantes, as pinturas remetem, diretamente, a fotografias existentes há muitas décadas.
Tela "Trade", Bob Dylan |
Foto de Cartier-Bresson nos anos 1940 na China, perto da Revolução Chinesa |
Li comentaristas tentando amenizar a enrascada em que se meteu o compositor propondo o seguinte dilema: as imagens de Dylan refletem suas experiências ou são reproduções estilizadas de fotografias feitas por outras pessoas?
Resta evidente que se fosse uma exposição de Dylan apenas para mostrar seu talento com os pincéis e tintas, posto que ele não se propõe mesmo a ser um Michelângelo ou um Picasso, ou um Edward Hopper, e nem poderia, ainda vá lá, e ele poderia chamá-la de “Dylan revê grandes fotografias”, ou Dylan reverência mestres da Fotografia”. Completamente aceitável. Usando uma arte reconheceria o valor de outra.
Mas o problema é que as imagens pintadas são quase cópias das fotografias localizadas. Qual a razão para isso? Se as séries de Dylan devem remeter às suas experiências ou lembranças, coisas de natureza subjetiva, como ele foi expressar isso de forma quase idêntica às fotografias apontadas? Coincidência? Certamente não. Inverossímil demais. As imagens são muito, mas muito parecidas.
Qual a necessidade disso para Bob Dylan? Ser reconhecido como pintor como é como musico? Impossível, e ele deve saber perfeitamente disso. Necessidade de dinheiro e fama? Negativo, ele deve nadar em dinheiro, como Tio Patinhas.
Necessidade de estar no foco do noticiário? Talvez lhe faltem afagos ao Ego.
Apenas uma charada de artista enfastiado com a vida (na velhice já não dá para brincar de protestador revolucionário como quando jovem) que já satisfez todas as suas necessidade? Sabe-se lá.
Mas pegou mal.
A cultura é um conjunto de signos e referências mais ou menos estável, e mais ou menos em movimento. Assim, muitas vezes devido às influências artistas fazem obras que dão pistas de suas leituras passadas. No cinema isso é comum, o espanhol Almodóvar vez ou outra homenageia Buñuel; na fotografia há gerações de bressonianos. Até no desenho animado um filme como Fuga das Galinhas faz referencias ao famoso Fugindo do Inferno, com Steve McQueen. Há milhares de exemplos.
Isso faz parte do processo cultural, de enriquecimento de repertório. O caso de Dylan parece ser outro, a não ser que ele se explique. Parece mesmo uma pisada na bola.
REPRODUZIDO DE WIKIPEDIA:
Bob Dylan (nome artístico de Robert Allen Zimmerman; Duluth, 24 de maio de 1941), é um cantor e compositor norte-americano. Nascido no estado de Minnesota, neto de imigrantes judeus russos, aos dez anos de idade Dylan escreveu seus primeiros poemas e, ainda adolescente, aprendeu piano e guitarra sozinho. Começou cantando em grupos de rock, imitando Little Richard e Buddy Holly, mas quando foi para a Universidade de Minnesota em 1959, voltou-se para a folk music, impressionado com a obra musical do lendário cantor folk Woody Guthrie, a quem foi visitar em Nova York em 1961.
Em 2004, Bob Dylan foi escolhido pela revista Rolling Stone, como o 2º melhor artista de todos os tempos, ficando atrás somente dos Beatles e uma de suas principais canções, "Like a Rolling Stone", foi escolhida como a melhor de todos os tempos. Influenciou diretamente grandes nomes do rock americano e britânico dos anos de 1960 e 1970.
Em setembro de 1959, Zimmerman se mudou para Minneapolis, para estudar na universidade de Minnesota. Durante a época, seu interesse inicial no rock and roll deu lugar a uma aproximação ao folk. Em 1985, Dylan explicou sua atração pelo folk: "A coisa sobre o rock'n'roll é que para mim de qualquer jeito ele não era suficiente... Havia bons bordões e ritmo pulsante... mas as canções não eram sérias ou não refletiam a vida de um modo realista. Eu sabia que quando eu entrei na música folk, era um tipo de coisa mais sério. As canções eram enchidas com mais desespero, mais tristeza, mais triunfo, mais fé no sobrenatural, sentimentos mais profundos".[13] Logo começou a tocar no 10 O'Clock Scholar, uma cafeteria a poucas quadras do campus universitário, e se viu envolvido no circuito folk de Dinkytown.
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