Assim não se contrói um país decente. Na lista do respeito ao outro, os professores deveriam estar, sempre, em primeiro lugar, além dos pais, é claro.
Toda vez que leio uma notícia de agressão a um professor fico triste, muito triste. Na verdade, quase doente. Eu me recuso a entrar na discussão sobre a qualidade dos professores. Suponho que devam ser bem preparados para a tarefa (mas esse é outro problema). Antes de qualquer coisa penso que ser um professor é uma tarefa que deveria ser a mais respeitada, talvez como a de um bombeiro, que salva vidas.
Filho de uma professora primária estadual, daquelas que começaram a exercer o magistério ainda nos distantes anos 40, parece que, quando leio sobre agressão a professores, estou lendo sobre casos bizarros de países absolutamente sem qualquer nível civilizatório.
Lembro como minha mãe falava com carinho de seus alunos do grupo escolar, de como corrigia com o máximo cuidado as lições feitas por eles em cadernos de capa colorida, conforme a série, primeira, segunda, terceira, quarta. Um professor é um educador, antes de tudo.
Ela sempre reservava uns dez minutos, ao final da aula, para contar histórias, que lia das coleções de Monteiro Lobato e outros autores. Eu nunca fui aluno de minha mãe, na escola, sempre senti inveja deles. Mas sempre tive excelentes professores, e estudei sempre em escolas públicas.
Jamais compreenderia as estrebarias em que se tornaram as escola de hoje em dia, especialmente as públicas, mas também as particulares, tomadas pela covardia dos dirigentes de contrariar pais arrogantes que acham que com um ou dois mil reais estão “comprando” a educação de seus filhos.
Com pais assim, jamais crianças serão educadas. Serão o inferno do futuro, pois estão recebendo o pior exemplo, dentro de sua própria casa.
Estes são tempos muito ruins para os educadores. Um professor mal pode chamar a atenção de um aluno. Pode ser literalmente agredido. Alunos entram e saem sem pedir licença, usam celulares, computadores, dizem palavrões, ameaçam fisicamente, e até batem e agridem seriamente professores.
Não consigo me esquecer de um caso de poucos anos atrás em que um aluno de ginásio, na região de São José do Rio Preto, SP, colocou fogo no cabelo de sua professora diante da classe, passando atrás dela, que estava sentada, e utilizando um isqueiro o incêndio. A professora ficou desesperada e muito alunos apenas souberam rir, com escárnio.
APENAS UMA MENINA LEVANTOU-SE PARA AJUDAR A PROFESSORA!
Fiquei pasmo. Cheguei a mandar um protesto para a Secretaria de Educação, como cidadão. Pelo que li na imprensa, a professora pediu que transferissem o aluno de classe, pois ela não poderia mais dar aulas para ele após o incidente.
Qual foi a resposta? Não, ele não poderá ser transferido, seria humilhante para ele! Um garoto perverso que coloca fogo no cabelo de uma professora não pode ser transferido porque seria considerado indigno para ele, menor de idade?
E a professora? Não tem sentimentos? Professor não tem dignidade, ou deve oferecer o cabelo aos pequenos "neros" que reinam alimentados pela frouxidão do Estatuto da Criança? E o exemplo de punição que deveria servir para todos os seus companheiros de turma?
Este é um pais de merda em que o “coitadismo”, o “pobrismo” foram tomando conta de tudo, da política à educação, gerando monstros comportamentais. Disciplina, ordem, educação, senso de dever, são contrapontos perfeitos para “direitos”. Nenhuma criança pode ser criada normalmente, como um bom cidadão, sem saber que a todo direito existe, em oposição, um dever.
Esse “pobrismo”, esse passar a mão na cabeça dos aloprados, essa impunidade constante, ainda vai fazer com que ninguém mais queira ser educador no Brasil. Claro que estou falando de educadores, não propagandistas ideológicos, falsos professores, profetas do caos que, aí sim, na zona, na bagunça, acham que estão participando de um processo de educação e conscientização. De que? Da barbárie?
Falsa ilusão. Estão ajudando a construir um pais de idiotas, insensíveis, gente sem respeito pelo outro, sem a noção de seu papel no mundo. Não à toa nossos estudantes dão verdadeiros vexames nos exames internacionais. Nunca os estudantes brasileiros desceram tão baixo. Muitos desses professores fingem que ensinam, e seu alunos fingem que aprendem...
O imperador do Japão, que um dia já foi considerado um deus, só curva sua espinha para um tipo de ser humano: seu mestre, seu professor. NO BRASIL NOS CURVAMOS APENAS PARA OS CORRUPTOS.
Gutenberg J.
AGORA O CASO DA PROFESSORA DE MOGI DAS CRUZES QUE FOI CHUTADA NAS COSTAS.
QUANTOS CASOS ASSIM VOCÊS CONHECEM? VAMOS RELATAR?
21/09/2011 11h44 - Atualizado em 21/09/2011 11h53
'Fui atingida pelas costas, nem vi', diz professora agredida por aluno em SP
Caso aconteceu segunda-feira (19) em escola de Mogi das Cruzes.
Agressão ocorreu após professora pedir para jovem desligar o celular.
Luciana Bonadio
Do G1 SP
A professora de 54 anos agredida por um aluno nesta segunda-feira (19) na Escola Estadual Euryclides de Jesus Zerbini, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, disse que estava de costas quando foi atingida pelo aluno da 7ª série do ensino fundamental. “Fui atingida pelas costas, nem vi. A princípio, achei que ele tinha me empurrado, mas, segundo o relato dos alunos, ele veio com o pé nas minhas costas”, relatou nesta quarta (21) ao G1 a professora, que pediu para ser identificada apenas como Marlene.
O caso aconteceu logo depois do início da aula. Segundo a professora, ela entrou na sala por volta das 8h40 e pediu silêncio. Ela percebeu que havia celulares tocando música e pediu para que os estudantes desligassem os aparelhos. Mas o jovem de 14 anos não obedeceu, segundo a professora. “Eu pedi três vezes e ele não se manifestou. Na quarta vez, eu me dirigi a ele e pedi, por favor, que ele desligasse. Ele me ignorou”, contou. Marlene afirma que pegou o aparelho e disse que os pais do aluno deveriam retirá-lo na secretaria da escola.
Professora é agredida após pedir para aluno desligar celular em SP
A professora relata que, quando se dirigia à porta da sala, sentiu o golpe nas costas. Ela bateu a cabeça em uma carteira antes de cair no chão. “Eu caí e os meninos da sala vieram me ajudar a levantar. Nem olhei para ele e logo me levaram até o posto de saúde”, lembra Marlene. Levada a um hospital, ela passou por exames, recebeu medicamentos e foi liberada.
A gente tem que lidar com esse tipo de situação porque nós, como educadores, estamos aqui para indicar caminhos do bem", disse a Professora Marlene.
Marlene retornou às aulas nesta quarta-feira (21), mas ainda não encontrou o estudante, que está suspenso por três dias. “É bastante constrangedor, principalmente pelos alunos, todos querendo saber como estou. É difícil, uma coisa que a gente não deseja para ninguém”, disse. Ela afirmou que ainda não conseguiu imaginar como será rever o jovem. “A gente tem que lidar com esse tipo de situação porque nós, como educadores, estamos aqui para indicar caminhos do bem.”
Ela dá aulas há 13 anos e diz nunca ter passado por situação semelhante. “Nunca passei por isso na minha vida, é uma coisa que a gente não espera”, contou. A família dela está preocupada com seu retorno à escola. “Eles ficaram revoltados, todo mundo fica com esse tipo de coisa, preocupados em ter que voltar à escola”, afirmou. A professora ainda não sabe se continuará a lecionar para a turma do adolescente. “Não sei o que vai acontecer.”
O caso foi registrado pela polícia como ato infracional, por envolver um adolescente. O Ministério Público vai pedir que o jovem compareça com um responsável em juízo para ser ouvido. A professora também prestará depoimento. Apenas depois disso será decidido se o jovem irá cumprir uma medida sócio-educativa ou será encaminhado para a Fundação Casa. A Secretaria de Estado da Educação disse que a escola prestou todo o atendimento necessário à professora.
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