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terça-feira, 12 de abril de 2011

A MORTE DAS IRMÃS DE CUNHA. ANANIAS MATOU JULIANA POR AMOR, E PORQUE JULIANA E JOSELY O HUMILHAVAM: "Fedorento", "fedido", "caipira". Assim, ele resolveu tomar uma decisão. Como quem mata insetos incômodos.


ANANIAS DOS SANTOS: EU ERA HUMILHADO *
A vida pode oferecer muitos dramas e tragédias. A história das irmãs de Cunha, Josely de Oliveira (16) e Juliana de Oliveira (15) é um exemplo. Segundo o assassino, Ananias dos Santos (27), elas morreram porque riam dele, debochavam dele, chamando-o de “fedorento”, “fedido” e “caipira”. E ele disse ser apaixonado pela irmã mais nova. Ao menos, isso foi parte do depoimento dele hoje pela manhã na Cadeia Pública de Guaratinguetá (SP), onde foi ouvido pelo delegado Marcelo Vieira Cavalcanti.

Vou aqui falar sobre dramas  e tragédias, antes de contar o que disse Ananias ao delegado, me acompanhem para entender meu ponto de vista.

Diriam alguns que a vida imita a arte, e que  a arte imita a vida. Prefiro sempre pensar que a arte é que imita a vida, porque sempre surgem histórias inacreditáveis que, elas, sim, servem como idéias para romances e, filmes e novelas. A história das irmãs Oliveira, assim como tantas outras envolvendo a presença da Morte, dor e sofrimento e, às vêzes superação, sempre poderia gerar um roteiro sobre o absurdo do comportamento humano.

No Brasil, os cineastas preferem ficar fazendo filmes cheios de sociologia barata sobre as favelas do Rio ou a seca do Nordeste (nada contra o Rio e nem contra o Nordeste), mas chega de clichês. Os americanos fariam um filme centrado no drama das irmãs e na recusa de uma delas em relação ao interesse de Ananias. Ingmar Bergman transformaria a história em um denso drama cheio de rancor, ódio recalcado, dissimulações, como em Cenas de um casamento.

Willian Shakespeare faria uma bela peça sobre o comportamento humano, assim como o nosso grande Nelson Rodrigues. Um drama desses,com o devido respeito, seria um prato cheio para o nosso dramaturgo maior.

Infelizmente são os fatos do cotidiano,  no qual pessoas foram envolvidas de modo dramático, que geram boas histórias, e é por isso que os leitores as procuram. Os leitores querem saber tudo sobre um caso porque colocam-se no lugar dos personagens da trama indagando: o  que eu faria em seu lugar? O que eu faria como Ananias? O que eu faria como Juliana?

Tais histórias nos ajudam a pensar sobre a vida, o absurdo, o drama, a estranheza das pessoas, as desculpas que encontram para seus atos, a inconseqüência de alguns atos que realizamos. Tais histórias, queiramos ou não, são muito didáticas e nos ensinam muito sobre a natureza humana.

De volta a Ananias

Ananias dos Santos esteve preso na Cadeia de Tremembé até 2009, quando fugiu após receber uma daquelas autorizações para sair da cadeia em datas especiais. Nunca mais voltou para a prisão, tornando-se um procurado.
Escondeu-se em Cunha, na casa de seu pai.
Por ali fez amizade com José de Oliveira, 57 anos, pedreiro e pai de três filhas adolescentes (Josely, Juliana e Betânia). Betania completou 18 anos dois dias após os policiais encontrarem os corpos de suas irmãs, no último dia  28 de março, abandonados em um matagal.

Ananias fez serviços para Oliveira. E ficou de olho nas meninas. Meninas bonitas, alegres, simpáticas. Devem ter atraídos muitos olhares dos adolescentes de Cunha.
E atraíram a atenção de Ananias. Ele ficou apaixonado. Por Juliana, a mais nova.

E tentou, tentou ser mais amigo delas para chegar perto de Juliana. Talvez namorar com ela. Mas as meninas, contou Ananias, com o passar do tempo, e percebendo a sua insistência, começaram a zombar dele, a rir dele, a chamá-lo de “caipira”, “fedido” e fedorento”. Primeiro a irmã mais velha, Josely, que andava sempre com a Juliana, depois a própria Juliana, aquela por quem ele disse estar apaixonado. E isso foi se tornando insuportável. Foi ficando impossível agüentar as zombarias logo de quem amava. Desprezo é algo que dói muito, machuca muito. Ele foi ficando cada vez mais furioso e frustrado. E voc~es sabem como frustrados furiosos podem ser perigosos.

Assim, Ananias começou a pensar em que solução daria para isso tudo. Não agüentava mais. Na verdade, enquanto isso, ele mantinha um caso amoroso com uma enfermeira de 50 anos de Cunha, a mesma que a polícia ainda continuará investigando porque os policiais ainda acreditam que ele não agiu sozinho.

Ananias começou a remoer o assunto com seus botões. Ficou uma semana pensado em como dar um fim a esse inferno. E, finalmente, concluiu que o melhor era eliminar as duas irmãs. Comprou uma espingarda Remington de 16 tiros usada, calibre 22, sem registro legal, e decidiu acabar com a história.

No dia 23 foi encontrar-se com as meninas no ponto de ônibus onde elas desembarcavam, vindas da escola, às 18 horas. Tinham que caminhar um quilometro até chegar em casa. Ele as obrigou a desviar do caminho e as levou até a mata, onde deu disse que deu um tiro no rosto de Josely e, devido à reação de choque histérico de Juliana, foi obrigado a dar três tiros nela. Pá. Pá.  Pá. Silêncio. Escuridão na mata.

Ananias olha para aquelas duas que o chamavam de fedido, fedorento e caipira.
Cumpriu sua estranha e desumana missão. Agora está em paz, não será mais humilhado.

Juliana, se não podes ser minha, não será mais de ninguém.
(Ao fim do depoimento disse que queria o perdão do pai das meninas mortas.) 

Novas investigações

A policia ainda não sabe se a história contada por Ananias é totalmente verdadeira.
Ele usou alguém veículo para leva-las tão longe?
Ele as seviciou sexualmente? As primeiras informações da imprensa davam conta de que pessoas ligadas à família disseram que sim, que ele teria se aproveitado de ambas de matá-las. A perícia medica responderá.
Ele agiu sozinho, ou teve a ajuda de alguém em alguma etapa da execução de seus crimes?
Bem, a essas perguntas somente os delegados e investigadores de São Paulo poderão responder dentro de alguns dias. Ou não.


Texto baseado nas informações da Imprensa
Veja o vídeo abaixo da R7: 



http://www.m7news.com/2011/04/policia-tem-duvidas-video-da-prisao-de.html

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