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domingo, 18 de dezembro de 2011

OS TERRORISTAS E O ESTADO BRASILEIRO ESQUECERAM-SE DAS VÍTIMAS DO TERROR. Para o governo as indenizações são apenas para os que lutaram contra a ditadura para implantar outra ditadura. Enquanto o Brasil não iluminar completamente esse passado tenebroso dos atentados terroristas, as suas vítimas nunca terão existido. Isso não pode mais continuar assim. Buscar a Verdade, toda a Verdade.

"Durante alguns anos fui um terrorista. Minhas bombas explodiram algumas pessoas e outras morreram por conta do uso que fiz de uma metralhadora. Não, eu não sabia quem eram aquelas pessoas. Elas apenas foram azaradas em terem passado pelo local na hora da explosão ou quando houve um atentado a tiros.

Hoje, passadas algumas décadas, sou um anistiado, recebo uma indenização do estado brasileiro e tenho uma boa pensão mensal. As minhas vítimas? As vítimas de meus atos terroristas? Nunca as conheci antes, e nem falei com alguém de suas famílias depois. Nem imagino se algum familiar recebe alguma indenização. Eu lutava contra o governo. Elas tiveram o azar de ficar no nosso caminho."

Se o texto acima fosse o começo de uma biografia de um terrorista brasileiro qualquer, e existiram dezenas deles, não estaria muito distante da realidade. Ser terrorista é exatamente isso, praticar o Terror.  

O terror tem que ser sempre imprevisível. Aterrorizante. Se alguém consegue antecipar um ato de terror então aquilo deixa de ser terrorismo, pois o terrorismo deve desestabilizar a sociedade, criar o medo difuso, o pânico generalizado, o pavor, a intranqüilidade social, o descrédito nas forças de segurança do Estado. Isso é o terror.

Aqui no Brasil o pessoal que foi terrorista gosta de pular essa parte sombria de seu passado e só lembrar que lutavam contra uma ditadura. De fato, houve uma ditadura. Mas os grupos da luta armada jamais lutaram contra a ditadura como um fim em si mesmo, isto é, para acabar com a ditadura e implantar o regime democrático de volta.

Não há um estatuto dos grupos de luta armada, de terroristas, que tenha a democracia por meta. Não, os terroristas foram treinados em Cuba, na Albânia, na China, e em outros países socialistas para colocar em prática o terror e vencer a ditadura militar para, em seguida, instaurar uma ditadura comunista. E esse esforço começou bem antes do golpe militar de 1964.

Nessa luta, muitos foram presos e torturados. Alguns morreram. Mas entre serem presos, torturados e mortos praticaram muitos atentados e muitos brasileiros inocentes morreram. Aqueles anônimos que foram enterrados sem pompa, cujas famílias não recebem e provavelmente nunca receberão um tostão de indenização. E nem uma palavra de consolo.

No Brasil, apenas os terroristas foram indenizados.

Que país estranho. Suas vítimas ou as famílias de suas vítimas nunca receberam nem desculpas, tanto por parte dos terroristas, como por parte do Estado. Isso é uma verdadeira vergonha.

Terrorismo na Espanha.

Na Espanha o ETA, grupo terrorista que lutou 50 anos para a criação de um país basco separado da Espanha matou quase mil pessoas em seus atentados. O grupo comunicou haver parado de agir, definitivamente, este ano.

Não sei se os ex-terroristas receberão indenizações. Não sei nem se terão a coragem de descobrir o rosto e dizer aos jornais “fomos nós que matamos tanto esses anos todos”.
Muitos terroristas bascos continuarão desconhecidos, anônimos, mas não as suas quase mil vítimas.

E o Estado espanhol, desde os tempos da ditadura de Franco, que terminou em 1975, até hoje, assumiu que deve pagar indenizações às vítimas do terrorismo basco.

Aqui no Brasil, apenas os terroristas foram beneficiados. Qual a razão para o esquecimento dos quase 130 brasileiros mortos, muitos de forma absolutamente impiedosa, pelos terroristas da luta armada?

Se o governo brasileiro criou a Comissão da Verdade, por que essa gente não tira a máscara de vez e trata da questão em toda a sua plenitude? Pelo que se lê, parece que a única preocupação é dar nome a antigos torturadores. Talvez para perseguí-los com ações de expiação pública e processos, como estão fazendo os terroristas da esquerda hoje no governo da Argentina ou do Uruguai com os militares que os combateram.

Mas essa gente é tão insensível? Quem se preocupará em dar consolo, pedir desculpas e conseguir indenizações às vítimas dos terroristas? Elas existiram. Quase um terço dos mortos durante a ditadura brasileira (500) foram as vítimas dos atentados terroristas.

Aqueles brasileiros, mortos de forma tão covarde, não merecem ao menos ter um memorial, ao lado de um memorial das vítimas da ditadura? Aquelas vítimas merecem ser tão vergonhosamente esquecidas? Apagadas da história oficial do País?

MENINA DE 22 MESES MORREU EM EXPLOSÃO DE UMA BOMBA

Em 27 de junho de 1960 a pequena Begoña Urroz, de apenas 22 meses, estava com uma tia na estação ferroviária de Amara, na Espanha. Sua mãe havia até uma lojinha comprar alguma coisa. Quando voltou, descobriu que uma fortíssima explosãi havia destruído parte da estação e que sua filha, um bebê, estava com queimaduras em 90 por cento do corpo. Isso é um ao de terror.

Colocar uma bomba em um armário de bagagem de um estação de trens para produzir danos indiscriminadamente é um exemplo de uma ato de terror. Isso está minuciosamente explicado no Manual do Guerrilheiro Urbano –de Carlos Mariguella, o novo herói do povo brasileiro, segundo ongoverno- e que foi adotado por muitos grupos terroristas do mundo na segunda metade do século XX.

A morte de Begoña Urroz e de mais de 800 outras pessoas na Espanha, nos últimos 50 anos, vítimas dos terroristas bascos, dos terroristas islâmicos e de outros grupos que existiram naquele país, é o que está emum belíssima reportagem puboicada no jornal El País, com uma emocionante coleção de fotografia.

A Espanha saiu da ditadura de Franco, entrou no regime democrático há várias décadas e o Estado, impotente para controlar o terror, indeniza as vítimas dos terroristas. Isso é absolutamente decente.

O contrário disso é absolutamente indecente.


REPORTAJE: VÍCTIMA DEL TERRORISMO

51 años de retraso para Begoña

El Gobierno reconoce ahora que la niña asesinada en 1960 por una bomba en la estación de Amara es la primera víctima del terrorismo e indemniza a su madre con 250.000 euros.

BEGOÑA, BEBÊ DE 22 MESES
MORREU EM EXPLOSÃO DE
UMA BOMBA 

Más de 51 años han tenido que pasar para que el Gobierno haya reconocido que Begoña Urroz Ibarrola, de apenas 22 meses, es la primera víctima del terrorismo en España desde el fin de la Guerra Civil.

Lo acaba de hacer el Ministerio del Interior, que ha acordado la concesión de una indemnización de 250.000 euros, según han confirmado fuentes del departamento que dirige Antonio Camacho.

La octogenaria Jesusa Ibarrola planea donar parte del dinero a instituciones benéficas ligadas a la Iglesia
Esta niña inauguró así una trágica lista en la que hasta hoy figuran los nombres de más de un millar largo de personas, asesinadas por ETA, los Comandos Autónomos Anticapitalistas, los GRAPO, los GAL, el terrorismo islamista, diversos grupos de ultraderecha y otras organizaciones y grupúsculos ya desaparecidos.

La pequeña Begoña falleció el 27 de junio de 1960 como consecuencia de la deflagración de una maleta incendiaria depositada en uno de los armaritos de la consigna de la estación de Amara, en San Sebastián.

El atentado, que tuvo escasa repercusión social, solo mereció en los periódicos de la época una breve nota del Ministerio de la Gobernación en la que daba cuenta de la explosión de cinco artefactos: uno en un furgón del tren correo Barcelona-Madrid, entre los municipios zaragozanos de Quinto y Pina de Ebro, y los otros cuatro en otras tantas consignas de Barcelona, Madrid y San Sebastián (una en la estación del Norte y otra en la de Amara).

El de Amara fue el más grave de una cadena de atentados inusual hasta entonces bajo la férrea dictadura del general Francisco Franco. Además de Begoña, que sufrió quemaduras en el 90% de su cuerpo, también resultaron heridos por el mismo artefacto el estudiante Valeriano Bakaikoa Azurmendi, de 15 años, que regresaba a San Sebastián tras pasar unos días de vacaciones con unos familiares de Rentería; la encargada de la consigna, Soledad Arruti, de 60 años; Pascual Ibáñez Martín, de 29; Francisco Sánchez Bravo, de 42, y María García Moras, de 49.

Durante medio siglo, Juan Urroz, un vasco-navarro empleado en la fábrica de electrodomésticos Moulinex, y su esposa Jesusa Ibarrola deglutieron su pena y su dolor con discreción, sin ayuda y en silencio. Un silencio que Jesusa rompió por primera vez en enero del año pasado, cuando siendo ya octogenaria aceptó hablar con EL PAÍS.

"Nosotros estuvimos convencidos de que la bomba de Amara la puso alguien de ETA. Y mucha gente también lo pensaba. Pero era algo de lo que nadie hablaba. En aquellos años nadie hablaba de esas cosas", han dicho Jon y Begoña, hermanos de la niña asesinada. ETA, que en aquellas fechas solo tenía un año de existencia, jamás ha reivindicado la autoría de aquel artefacto incendiario. Hay estudiosos que imputan el bombazo de Amara, al igual que otros que hubo en la misma época, al Directorio Revolucionario Ibérico de Liberación (DRIL), de ideología anarquista.

Ninguna autoridad contactó nunca con los Urroz, excepto en el acto protocolario del funeral, para ofrecerles ayuda. Ellos tampoco reclamaron nada a nadie. Únicamente contrataron hace unos años a un abogado para que moviera el asunto, pero no consiguieron nada, se acabaron cansando y desistieron de todo.

Sin embargo, al poco de publicarse esta historia olvidada, la Dirección General de Apoyo a Víctimas del Terrorismo conectó con la familia Urroz. Les ofreció las indemnizaciones previstas por la legislación. "Hablaron con nosotros y yo sé que a mi madre le solicitaron una serie de documentos para poder acogerse a este tipo de beneficios", cuenta Jon Urroz.

LEIA A REPORTAGEM TODA EM EL PAÍS.
http://www.elpais.com/especial/las-victimas-ante-el-final-de-eta/

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