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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

غوطة دمشق|سقبا|2011/12/30|أحرار سقبا بعد صلاة الجمعة جـ1 REPRESSÃO MATA 35 NA SÍRIA NA SEXTA-FEIRA. BASHAR ASSAD ESTÁ A CADA DIA MAIS PERTO DO FIM.

Segundo ativistas de direitos humanos, apenas nesta sexta-feira (30) 35 pessoas foram mortas na Síria pelas tropas do governo. Aproveitando a presença dos observadores da Liga Árabe na Síria, a população saiu às ruas em muitas cidades, apesar da repressão pelas forças de segurança de al-Assad. Apenas na cidade de Homs, uma das maiores do país, e praticamente sitiada por tropas militares, há semanas, cem mil pessoas saíram de casa para protestar. Estima-se que em toda a Síria mais de 500mil pessoas desafiaram o governo.

Desde o início da revolta já morreram mais de 5 mil pessoas na Síria, incluindo 2 mil soldados, conforme o governo. Em suma, a Síria está embarcando em uma guerra civil.

A Síria atual surgiu, como país, em 1946, de 1949 a 1970 passou por vário golpes de estado. Desde 1963 é governada pelo partido Baath (de orgem nacional-socialista). Está sob a influência da família Assad desde 1970. Nunca teve um dia de regime democrático. 

Não gosto de ditaduras. Mas entendo perfeitamente a existência de ditaduras nos países árabes e islâmicos, por exemplo. A maior parte dos países de origem árabe nunca teve um dia, ao menos, de experiência democrática.

Já disse, neste blog, que o fim de Bashar al-Assad no governo é certo. Ele já ultrapassou o ponto em que poderia encontrar uma solução para os distúrbios. Não tem mais volta, terá que administrar o caos e evitar mais banhos de sangue.

A população, encorajada pela presença dos observadores da Liga Árabe começam a pedir maior intervenção da ONU. Quando Kadafi ainda vivia eu escrevi que Assad era premiado por não ser atacado pela Otan, apesar de suas tropas estarem matando civis, quando essa foi a desculpa para a Otan interferir na crise interna da Líbia, que depois tornou-se uma guerra civil.

A Síria já está em fase de guerra civil, pois há grupos armados lutando contra o governo. Não se trata mais de tropas militares ou não reprimindo civis desarmados. Há um bom tempo isso não é mais verdade. Há meses soldados do exército desertaram para não ter que atirar em civis. Mas hoje, há grupos sendo armados por grupos radicais islâmicos e há compra de fuzis russos no Líbano.

A revolta na Síria lembra muito o que ocorreu no Irã, nos anos 70. Havia um rei, o Xá, que permitiu uma certa ocidentalização do país, sendo as muheres bastante beneficiadas com as reformas. Mas havia o interesse dos religiosos em tomarem o poder, o que aconteceu com o aiatolá Komeini.

Como o Xá era aliado americano, a esquerda era contra ele e apoiava Komeini que vivia exilado na França. Quando Komeini derrubou o Xá e assumiu o poder chutou a esquerda para escanteio, pois islâmicos religiosos não são esquerdistas.

A Síria é controlada por um partido que se diz socialista (na verdade é nacional-socilaista pan-arábico). Mas certamente não é marxista.  Mas os religiosos estão fora do poder. No caso de Assad, a esquerda o apoia, pois a Síria sempre esteve ao lado da União Soviética, mas muito mais por uma questão de interesses econômicos que de ideologia. 
CONFUSÃO HISTÓRICA

A situação da Síria é muito complicada. O regime de Assad representa uma minora alauita (10 por cento da população) que controla a maioria sunita. Isso, por si só já é um problema, como o enfrentado no Iraque por Sadam Hussein, quando o embate era entre sunitas e xiitas.

Além de alauitas e sunitas, a Síria tem drusos e cristãos ortodoxos. Assad, apesar da ditadura, que não é de caráter religioso, mantém a ordem e impede que persigam os cristãos. A população cristã teme que, com a queda de Assad, ou o aumento da confusão, comecem a ser perseguidos, como já ocorre no Egito. As ditaduras, onde não há prática e tradição democrática de convivência dos diferentes, é que impõe a Pax Romana, no caso, a Pax de Assad.

Como acho que Assad não durará muito, haverá um período de fortes crises, inclusive econômica, pois o país fica enlouquecido, até que surja outra Pax, e acho que será a dos religiosos radicias islâmicos, como parece está a acontecer no Egito.

Isso tudo significa que a tal Primavera Árabe nunca existiu. Existiu, sim, uma onda de revoltas, que creio induzidas de dentro de mesquitas, com o propósito de instaurar novos tipos de ditaduras. Sob a mal disfarçada influência do Irã.  

POPULAÇÃO APROVEITA OBSERVADORES PARA PROTESTAR



PROTESTOS AUMENTARAM NA SEXTA-FEIRA

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