http://www.sponholz.arq.br/ |
Imagino, caro leitor, que você também gosta do esporte bretão, como diria Nelson Rodrigues. Afinal, todo brasileiro, diz a lenda, é um técnico em futebol, embora isso não nos tenha ajudado em muito.
Neste final de ano, talvez eu devesse escrever sobre coisas mais leves, como futebol (sou Palestra); mas, creio, existem assuntos ligados ao futebol, no momento, mais importantes que as apreciações sobre a dona redonda e os 22 que correm atrás dela.
Um desses assuntos é a realização da Copa do Mundo no Brasil.
Imagine você, se o senhor, ou a senhora, tem uma filha, se estaria disposto a gastar 200 mil reais numa festa de casamento dela, a sua princesa, se não tivesse um mero tostão furado em caixa e não pudesse mais usar o cheque especial e nem seus cartões de crédito.
O que fazer? Ser realista, não? Não fazer uma festa assim. Ou endividar-se até o pescoço, sem meios de pagar a dívida, de modo absolutamente irresponsável?
Qualquer pessoa normal faria isso: minha filha: não tenho essa grana. Não é o que acontece todos os meses para administrarmos o nosso orçamento doméstico?
Por que, então, quando se trata do dinheiro de todos (o tal dinheiro público) passamos a acreditar que não é dinheiro de ninguém, que é sem dono? E isso estimula políticos e administradores irresponsáveis a gastarem muito mais do que existe no orçamento do País.
Não é verdade. Não é dinheiro sem dono. O dinheiro foi pago pelo contribuinte, não é do governo. Você pagará o que foi gasto nos impostos, de um jeito ou de outro. E com juros e correção monetária.
Lembre-se da máxima: “não há almoço grátis”.
Se o Brasil, por um lado, não tem todo o dinheiro necessário para a fazer a festa milionária da Copa do Mundo, para quê comprometer o futuro?
Estádios imensos.
Aeroportos em ruína.
Falta de estradas e avenidas.
Falta de segurança.
Se sabemos, por outro, como já temos lido pela Imprensa e visto na TV, que as obras serão superfaturadas, seremos roubados, extorquidos e que teremos que ceder a pressões indecentes da Fifa sobre a nossa Constituição, por que concordamos?
Qual o sentido disso tudo?
Somo idiotas, ou masoquistas? O que vocês pensam sobre isso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário