NORODINE AMRANI
Talvez ele nunca tenha sido, de fato, perseguido pela policia, mas o massacre que promoveu perseguirá a história da cidade para sempre.
Parece que gostava de se imaginar perseguido pela policia, embora, de fato, tivesse sido preso por ser plantador de maconha e colecionar armas. Pelo visto, algumas armas ou partes eram ilegais, pois esse foi também um dos motivos de sua prisão anterior.
"Era um delinquente que, por toda sua vida, passou por dificuldades: do tribunal da juventude ao tribunal criminal tribunais de apelação... Como esta pessoa foi capaz de se vingar de uma população inocente? Nós tentaremos compreender", afirmou, nesta quarta-feira, o promotor-geral de Liège, Cédric Visart de Bocarmé, à rádio pública RTBF.
Nascido no dia 15 de novembro de 1978 em Ixelles, um bairro de Bruxelas, Nordine Amrani perdeu os pais novo e foi deixado "à sua própria sorte", segundo seu advogado, Abdelhadi Amrani, que não é seu parente. Esta situação o teria conduzido para o caminho da delinquência.
Claro que não passa de uma desculpa esfarrapada, uma vez que milhares de pessoas ficam à sorte e nem por isso meterem-se com drogas, armas e bandidagem.-
Nordine Amrani já era alvo de diversas acusações criminais. Era um fugitivo da justiça, acusado de tráfico de entorpecentes, posse de armas, receptação de cargas roubadas e abuso sexual.
A polícia descobriu em sua casa em 2007 um arsenal - mais de 9.500 cápsulas de munição, silenciadores e vários fuzis -, além de 2.800 plantas de cannabis. Talvez fumasse maconha demais.
Foi condenado a 5 anos e meio de prisão por uma série de crimes, antes de ser colocado em liberdade condicional no dia 8 de outubro de 2010.
Era um soldador de profissão, e tinha voltado a trabalhar quando saiu da prisão. "Esse cara realmente tinha ouro em suas mãos. Ele era capaz de desmontar um carro e remontá-lo de olhos fechados. A mecânica era seu negócio", lembrou seu ex-advogado. Nordine Amrani, que tinha uma companheira, sentia-se, apesar de tudo, perseguido pelos policiais.
"Ele acreditava que já tinha pagado sua dívida com a sociedade. Ele acreditava que, durante toda a sua vida, as autoridades voltariam com seus antigos arquivos. Que nunca o deixariam em paz", disse.
Entre as suas fichas criminais: um escândalo sexual, pelo qual foi convocado a comparecer na terça-feira às 13H00 no serviço de polícia do Tribunal de Liége. Ele não apareceu, e neste momento disparava contra a multidão na praça Saint Lambert, onde fica o tribunal.
Para um de seus amigos, seus problemas com a polícia fragilizaram Nordine Armani, que mudou de comportamento mais recentemente. "Ele me disse: ''em dezembro, terei mais um caso na justiça'', e por causa disso ficava estressado e agoniado", contou este amigo à rádio RTL-Belgique. Mas ninguém imaginava o que poderia acontecer.
"Com certeza ele gostava muito de armas, é claro que ele tinha seu passado criminoso, mas era um homem muito calmo", afirmou ainda o advogado Amrani.
"Em nenhum momento, durante os procedimentos criminais, descobriram qualquer desequilíbrio", declarou a procuradora do rei de Liège, Danièle Reynders, na terça-feira (13) durante uma coletiva de imprensa.
Depois de atirar na multidão e jogar várias granadas, Nordine Amrani virou sua arma contra si e atirou em seu próprio rosto. Morreu, e levou consigo mais quatro pessoas, deixando feridas 123 outras, cinco em estado grave.
Não deixou nenhuma mensagem para explicar seu ato, nem mesmo para sua companheira.
http://news.nationalpost.com/2011/12/14/belgian-gunman-nordine-amrani-an-ex-convict-in-fear-of-fresh-jail-term/
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