De tanto ouvir falar no caso do pequeno cão Yorkshire, de 3 anos, que morreu após ser barbaramente torturado (prefiro torturado a espancado porque a palavra parece mais forte e definir melhor o que vi horrorizado) pela sua dona, na frente de uma criança pequena, resolvi ver o vídeo no YouTube.
Não consegui ver aquela maldade fria e silenciosa sem um nó no estômago. Inimaginável que uma pessoa, que pelo visto é uma enfermeira, e casada com um médico, possa cometer tal barbaridade.
Cães dão trabalho. É preciso ter uma certa paciência. Se moram em apartamentos, soltam pelos, podem fazer suas necessidades no lugar errado, podem latir fora de hora. É preciso amor e paciência para ensiná-los, mas eles aprendem.
Já tivemos vários cães em casa. Atualmente tenho uma dálmata maravilhosa comprada pequena para a minha filha pequena, quando uma outra cadela morreu. Uma de minhas mais antigas visões de infância é a de um cão fila que tínhamos em casa, de quando eu tinha uns três anos de idade. Porque me refiro a isso? Porque a criança pequena que aparece na pequena área de serviço não parece ter mais que dois ou três anos de idade.
Será que a criança percebeu o que a sua mãe fazia? Serão essas lembranças guardadas para o resto da vida? A mulher não parece, na sua sequência de atos de empurrar o cão, erguê-lo e jogá-lo contra o chão (pobre, senti o impacto), onde ele fica trêmulo, estar preocupada por fazer aquilo tudo na frente da criança. Se a criança tivesse, já, alguma maturidade, deveria estar pensando: "não posso deixar a minha mamãe nervosa, senão..."
Pessoas compram animais achando que são brinquedos de pilha. Quando enjoam ou se irritam descarregam a raiva nos pobres bichos. Há milhares de cães abandonados porque seus donos se cansaram de brincar com eles.
Achei um pouco estranho alguém filmar a casa do outro. De algum modo isso é um tipo de invasão de privacidade. Como o que estava acontecendo era um ato de crueldade contra um animal, e isso é crime, aquele que filmou deveria ter gritado e chamado a atenção da mulher e avisado que iria chamar a polícia.
Apenas ficar filmando tudo, até o fim, em silêncio, é como se fosse uma espécie de voyeur. Todos nós, que ficamos vendo até o fim, ficamos muito incomodados com a imagem, mas eram as imagens de um filme. Quem filmou assistiu ao fato, testemunhou tudo aquilo em silêncio.
Quem fez o filme poderia ter interrompido a barbaridade. Creio que isso também acabou revelando uma certa crueldade. Nunca gostei das matérias da Globo com câmara escondida. Acho um mau jornalismo. Não creio ser um método muito válido em uma democracia, num estado de direito. É um tipo de bisbilhotice.
Mas quem filmou, filmou e pôs o vídeo na Internet. Agora já foi visto por centenas de milhares de pessoas e as autoridades terão que tomar alguma providência. Espero que tomem mesmo, pois quem faz tamanha maldade com um pequeno animal merece ser confrontado com a Lei.
O filme revela até que ponto o ser humano é estranho e contém a violência dentro de si. A mulher revela um outro lado, que deve ser diferente de seu normal, porque o que fez difere de seu perfil colocado no Facebook em que se diz enfermeira e amiga dos animais.
Confesso que depois do que vi não gostaria de ser tratado por uma enfermeira assim, de modo algum.
Você gostaria, caro leitor?
SÓ VEJA O VÍDEO SE NÃO TIVER SANGUE DE BARATA
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