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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MASSACRE EM LIÈGE. NORODINE AMRANI É UM NOVO BREIVIK? O sangue dos inocente corre em Liège, na Bélgica. Cinco mortos e 123 feridos.

POLICIAIS PROCURAM O ATIRADOR

As balas cortam a Praça Saint Lambert em várias direções. O zumbido agudo e metálico passa perto das pessoas que se atiram no chão ou saem correndo desesperadamente, como se estivessem sendo perseguidas por milhares de abelhas assassinas.

Na praça está montado um parque de diversões e há uma feira natalina. Há centenas de pessoas por ali àquela hora. A Praça Saint Lambert é a praça principal de Liège, o centro nervoso da cidade.

É pouco mais de meio dia em Liège, na Bélgica, e um sujeito (no momento do pânico ninguém sabia quantos seriam os atiradores) além de atirar doidamente, a esmo, ainda arrancou o pino de uma granada e a lançou à distância.

Uma forte explosão. Pessoas caindo, feridas. E mais, e mais, e mais.

O medo e o pavor tomam conta da praça, a principal de Liège, onde fica a majestosa sede do Palácio da Justiça. Pessoas gritam apavoradas, algumas feridas se arrastam em busca de proteção. Lojas fecham as portas e apagam as luzes. Os pedestres buscam proteção atrás de qualquer coisa. Para alguns, inutilmente.

Outra granada é lançada, outra explosão, mais gente ferida.

CINCO MORTOS E 123 FERIDOS
O sangue começa a escorrer em alguns pontos da calçada de pedra. É dia de julgamento no tribunal, logo policiais começam a aparecer na praça, armados, mas ninguém sabe exatamente o que está acontecendo, quem é o maluco, ou se há mais atiradores.

O atirador faz novos disparos com um fuzil AK-47. Lança outra granada. Outra explosão, feridos, sangue. Mais sangue.

O atirador lança ainda uma quarta granada e faz mais disparos com o fuzil. Rajadas em todas as direções. Finalmente, segundo algumas testemunhas, ele dá um tiro de pistola na própria cabeça e cai na calçada fria de um dia nublado e chuvoso em Liège. Outros dizem que ele se matou com um tiro de fuzil na cabeça.

De qualquer forma, ele está morto. O som de sirenes das ambulâncias não pára de cortar o silêncio que se fez na Praça Saint Lambert. Um silêncio tenebroso, pesado, como o silêncio de alguns cemitérios.

O saldo é macabro. Após alguns instantes de desorientação a polícia começa a tomar conta da situação e os serviços de emergência são capazes de informar o saldo do massacre: inicialmente quatro mortos, e mais 75 feridos, sendo cinco deles muito graves.

À noite a polícia informa que morreu uma quinta pessoa, um bebê de apenas 17 meses.
Os mortos, além do atirador foram dois garotos, um de 15 e um de 17 anos, e uma senhora de 75 anos de idade. Os feridos são totalizados em 123 pessoas. O atirador fez um grande estrago.

A Bélgica ficou atônita ontem. Ninguém entendia o motivo para tal acontecimento. Um frio percorreu o corpo de muitos habitantes de Oslo, na Noruega. Lembraram-se imediatamente do massacre promovido por Anders Breivik, há alguns meses, quando ele matou dezenas de pessoas após explodir um prédio do governo e metralhar jovens em uma ilha.

Seria o ataque na Bélgica um ataque terrorista do tipo do de Breivik? Breivik agiu por ódio aos imigrantes, e especialmente, segundo ele, à classe dirigente do país. E o que teria acontecido em Liège? Ali há muitos estrangeiros, árabes, islâmicos. Seria algum atirador racista ou seria um ataque do terrorismo islâmico?

Durante horas a população especulou, e a imprensa também especulou. A polícia finalmente informou que o atirador agiu sozinho, que seu nome é Norodine Amrani, de 33 anos, origem árabe, e que há alguns anos havia cumprido pena de prisão  por ter uma plantação de 2.800 pés de maconha. Também, na ocasião, foram encontradas em sua casa mais de 9 mil peças de armas e dezenas de armas inteiras.

Norodine seria um traficante de drogas e de armas, talvez. Mas a polícia belga ainda não esclareceu se ele agiu só, com alguma motivação especial, se enlouqueceu, se foi por alguma vingança, se deixou alguma carta ou mensagem e, finalmente, porque razão atirou contra si mesmo.

A Bélgica não se esquecerá facilmente desse dia, nem de seus mortos e feridos, e nem de Norodine Amrani.


O CORPO DO ATIRADOR

Seria Amrani, um novo Breivik?

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