Pesquisar este blog

sábado, 17 de dezembro de 2011

CHINA CONTROLA INTERNET PARA CONTER PROTESTOS E REBELIÕES. Ditaduras não gostam da liberdade de expressão.

Ditaduras sempre sempre dedicam uma atenção especial aos meios de comunicação, sejam eles os meios de comunicação privada, como o telefone, os gravadores, a máquina de escrever, a câmara fotográfica, ou os meios de comunicação de massa (imprensa, rádio, televisão).

Com o advento da Internet e depois das redes sociais, a questão ficou mais complicada ainda, as ditaduras precisam dos meios modernos, para fazer propaganda, disseminar ordens, e obter melhor rendimento da economia, mas não podem controlar totalmente os mesmos meios que também podem servir aos críticos do regime. Apesar de ditaduras, não podem ficar desconectadas do resto do mundo, e nem travadas internamente. Onde isso acontece, como vemos em Cuba ou na Coréia do Norte, fica claro o resultado catastrófico.

Já nos meados dos anos 60 o teórico Magnus Enzensberger, marxista, dizia que os sistemas fechados (como da então União Soviética ou China) não teriam como impor uma quarentena de informações aos seus próprios povos, uma vez que a falta de circulação de informações prejudica grandemente a economia e mantém as pessoas alienadas da realidade.

Claro que Enzensberger, por ser marxista, achava que os meios de comunicação nas mãos das pessoas comuns poderiam ter um teor revolucionário, libertador, na perspectiva dele, é óbvio, um marxismo meio libertário e anarquista. E que se um governo bloqueasse todos os recursos comunicativos, selecionando que, por exemplo, pudesse ter um telefone, a sociedade travaria.

De certa forma o desmoronamento da União Soviética deveu-se mesmo a isso, a falta de informações de qualidade em circulação favorecia boatos e mentiras oficiais, impedindo que a população tivesse uma visão razoável do todo. Ninguém sabia direito o que acontecia na realidade.

Assim, a China talvez tenha extraído alguma lição do desastre soviético e tentado estimular a economia e o aumento da taxa de circulação de informações. Todavia, a existência de uma Intranet na China, com mais de 450 milhões de usuários é um grande risco para a ordem política.

Os chineses são usuários fanáticos da rede. Desse modo, o desafio do governo é controlar milhões de conexões e acessos por dia.

Isso é possível? Os chineses do partido comunista temem uma Primavera Chinesa.

A CHINA E AS REDES SOCIAIS

Da Agência Estado
Preocupada com o papel das mídias sociais nas revoluções que destituíram governos autoritários no mundo árabe neste ano, a China vai na contramão e trabalha para conter as manifestações eletrônicas de descontentamento que poderiam alimentar uma onda de manifestações contra o governo local. O país passou a reprimir as versões chinesas do Twitter, principal mídia usada para convocar os protestos que, até recentemente, eram raros por lá.

Manifestantes protestam em Xangai contra o preço elevado dos imóveis na cidade chinesaA partir de agora, está proibido o anonimato nas redes sociais, apontado por autoridades chinesas como o principal fator de aumento da dissidência e veiculador de protestos. As autoridades chinesas relutam em proibir completamente o uso das redes sociais, já que sem elas seria impossível identificar os dissidentes. A proibição do anonimato é uma das formas de ter conhecimento dos responsáveis pela propagação das insatisfações.

A China se prepara para realizar a transição de poder entre os dois principais líderes, evento que acontece a cada década no país. As novas regras anunciadas pelo governo de Pequim tem como alvo as ásperas conversas em serviços como o Sina Weibo, que tem atraído uma enxurrada de usuários chineses para compartilhamento de mensagens, fotos e vídeos. A principal norma a partir de agora é não usar pseudônimos nas redes sociais. Autoridades locais também verificarão a autenticidade dos nomes dos usuários para inibir a anonimidade que tem ajudado a encobrir a dissidência online.

As novas regras também proíbem a veiculação de informãções confidenciais e de material do Estado que possam afetar a segurança nacional, assim como a inserção de comentários que estimulem comportamentos de ressentimento étnico, discriminação e convocação de encontros que "prejudiquem a ordem social", informou a agência estatal de notícias Xinhua. As regras não determinam quais serão as punições.

As iniciativas respondem também a uma rebelião de moradores de Wukan, no sul do país, contra a tentativa dos governantes locais de venderem suas terras. O protesto é destaque entre uma série de manifestações que têm revelado as tensões sociais e econômicas que afligem a nação asiática. Moradores da cidade de Wukan mantinham, na sexta-feira, bloqueios a estradas para prevenir que forças de segurança entrassem na cidade.

Em julho, a colisão de um trem de alta velocidade desencadeou um debate na internet sobre o custo humano do modelo de desenvolvimento econômico acelerado da China. As redes sociais também se transformaram em uma plataforma para críticas públicas sobre a segurança dos ônibus escolares e gastos do governo, após uma série de acidentes fatais com veículos de transporte de estudantes. Agora, censores da internet ttrabalham para prevenir que as manifestações no sul se transformem no motivo para galvanizar uma controvérsia nacional. O descontentamento inicial em Wukan não está direcionado ao governo central, mas com a ajuda das redes sociais o tom pode mudar.

LEIA O TEXTO INTEGRAL EM:

Nenhum comentário:

Postar um comentário