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sábado, 10 de dezembro de 2011

O ÚLTIMO SÁBADO DE WANESSA DE SOUZA PEIXOTO. QUANDO ELA FOI CONDENADA À PENA DE MORTE QUE EXISTE NO BRASIL. Wanessa seguia pela Avenida do Cursino em São Paulo, quando foi executada com três tiros por um motociclista, às 7h30 da manhã de sábado.

WANESSA DE SOUZA PEIXOTO.
CONDENADA À MORTE QUANDO IA PARA O TRABALHO.
OUTRA VÍTIMA DA PENA DE MORTE QUE HÁ NO BRASIL 

Todos os dias em que saio para o trabalho com o meu carro,  ligo o rádio para ouvir a Jovem Pan FM. Não sou ouvinte de rádio, e nem um grande telespectador, mas quando estou no trânsito gosto da companhia do pessoal da Jovem Pan, sinto-me bem, é como se o pessoal fosse da família, os programas seguem num clima bem descontraído.

Às vezes um locutor lê um texto que impressiona muito, pois não é comum esse assunto ser tratado como um tema de interesse por uma emissora. Trata-se da pena de morte que existe no Brasil.

Como, caro leitor, não existe pena de morte no Brasil?

A rádio Jovem Pan diz que há sim, e passei a concordar com ela. Vou mostrar para vocês como a rádio tem razão.

Ontem mesmo (sábado) de manhã, houve mais uma pena de morte sendo aplicada. Foi o caso da pobre Wanessa de Souza Peixoto, vendedora de 22 anos, segundo li na imprensa.

A jovem dirigia seu Fiat Uno em direção ao trabalho, pela Avenida Cursino, no bairro da Saúde, em São Paulo, e parou num semáforo que estava no vermelho. Ao seu lado esquerdo passa uma moto que se adianta um pouco, corta a frente do carro e volta.

A porta do Fiat se abre, parece que o motociclista diz alguma coisa a Wanessa. Em seguida a moto arranca e desaparece adiante, fazendo uma curva à esquerda. O carro de Wanessa ainda tem as luzes do freio acesas, a porta esquerda permanece aberta. O carro começa a descer a rua de marcha à ré, lentamente. Wanessa está começando a morrer.

Alguns motoristas e transeuntes percebem o que aconteceu e param para ajudar Wanessa. O carro é encostado à margem da avenida. Chega uma viatura da polícia militar, e um bombeiro que passava ajuda a levar a garota para um hospital ali perto, guiando o próprio carro dela.

Infelizmente, todo o esforço feito foi em vão. Wanessa de Souza Peixoto morreu após tomar três tiros à queima-roupa. A polícia informou que a bolsa dela foi levada pelo assassino, mas as circunstâncias podem ser de um crime encomendado. O carro parecia estar sendo seguido.

Notícias ao longo do dia dão conta de que a polícia checou o seu ex-marido, e teria encontrado uma arma sem registro. Ele está detido para averiguações. Nada mais foi publicado ontem sobre o caso de Wanessa.

Mais uma vítima da pena de morte que existe no Brasil. E, igual a Wanessa, dezenas de pessoas foram executadas no dia de ontem. E outras dezenas serão executadas neste domingo. Sim, são execuções. Os brasileiros são de casa condenado à morte. Todos os dias. Às vezes nem dentro de casa estão protegidos.

A Jovem Pan diz que a pena de morte que existe no país é apenas para as pessoas de bem. E está absolutamente certa. Os bandidos matam homens, mulheres, jovens como a Wanessa, crianças. Seqüestram pessoas e colocam as armas em sua cabeça e puxam o gatilho. A impunidade é geral.

Como o brasileiro comum, aquele que paga impostos, não pode mais se armar, para se defender, tal a dificuldade para comprar uma arma, a bandidagem que não precisa pedir licença para a Polícia Federal e nem ao Ministério da Justiça para comprar armas de fogo aproveita e faz a festa. Enquanto isso, o governo e ongs idiotas querem desarmar de vez os homens de bem que guardam armas em casa para defender sua família.

Como não há qualquer limite aos bandidos, dotados de todos os direitos, inclusive bolsa para sua famílias, quando estão presos, tornam-se cruéis, atiram com prazer, matam sem necessidade alguma, como se encontrassem um enorme prazer em atirar em pessoas indefesas e apavoradas. Como se fosse um grande vídeo game. Um tipo de jogo. Para acumular pontos.

Para as suas vítimas nada, apenas um buraco de sete palmos de profundidade. Enquanto a família de um bandido é amparada pelo Estado, com o dinheiro do cidadão que paga imposto, o dinheiro das vítimas! a família das vítimas fica na miséria, em muitos casos, pois só restam uma viúva e crianças pequenas, sem amparo. As associações de direitos humanos tratam apenas dos direitos dos bandidos.  

Wanessa de Souza não voltará mais para a sua casa. Não sei, mas pode ter irmãos, pais, parentes que a amavam. Talvez até algum filho, visto que foi casada. Ela foi impedida de ir trabalhar, de lutar pelo seu futuro, de voltar para casa ao fim do dia. Não sabemos, ainda se o crime foi encomendado ou não. Isso pouco importa. O crime foi cometido porque os bandidos sentem, sabem que podem escapar facilmente, que tem a lei ao seu lado. Eles são os carrascos das pessoas de bem. Os verdugos, tratados a pão-de-ló pelas autoridades.

Só quem não tem a lei ao seu lado são os cidadãos comuns, aqueles a quem o Estado protege mal e impede de se auto-defenderem.

Realmente, para o cidadão comum, às vezes Wanessa, às vezes um anônimo qualquer, apenas há a incerteza: será hoje o dia da minha execução e morte?
  



2 comentários:

  1. Vendo o video, lembrei de mais um fato, mais uma lei idiota, neste pais governado por demagogos idiotas: fosse hj esse crime hediondo, os policiais nem poderiam tê-la socorrido e dado uma chance de salvação à ela. Fosse hj, ela teria morrido dentro do carro, numa calçada qualquer. Onde vamos parar?

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