O Brasil da Copa do Mundo é o país das oportunidades. Mas o país das oportunidades especialmente para as grandes empreiteiras, e para políticos ambiciosos e demagogos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, corinthiano roxo, que deixou o governo após longos anos de fanfarronices, não moveu uma palha no sentido de fazer as coisas andarem nos trilhos nos assuntos relativos à Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Agora tudo flui para fazer do estádio do Corinthians o centro das atenções, levando o povo de São Paulo a abrir mão de muito dinheiro em nome de uma aventura, para que a cidade entre no circuito da Copa do Mundo de 2014.
Agora tudo flui para fazer do estádio do Corinthians o centro das atenções, levando o povo de São Paulo a abrir mão de muito dinheiro em nome de uma aventura, para que a cidade entre no circuito da Copa do Mundo de 2014.
Lula falou bastante durante seus oito anos, até demais, fazendo parecer que recriou o Brasil, embora tenha se esquecido de que aproveitou a onda da estabilidade criada pelo Plano Real. O governo gastou muito mais do que tinha e centenas de milhões em propaganda.
Agora a inflação ameaça voltar, as casas populares não foram entregues, a fome não acabou, a insegurança não diminui. Tanto que a presidente eleita, Dilma Rousseff, lançou um programa para acabar com a miséria, como se fosse grande novidade. Ela que fez parte do governo anterior, que havia acabado com a miséria!
O Brasil não é, apesar de toda a propaganda oficial (que custa uma imensa fortuna), o paraiso que querem nos vender. Quem mora aqui sabe. O governo acabou de iniciar uma campanha contra a miséria, coisa que eu, juro mesmo, pensei que o governo anterior havia conseguido exterminar. Também pensei que não havia mais falta de habitações, tantos milhões de casas foram prometidas. Apenas prometidas, pelo que parece.
Assim, como nada mais resta fazer, pois não temos problemas com os traficantes de drogas e de armas, nem com as rodovias federais, nem com a saúde pública, nem com a educação, e nem com a miséria, acho razoável que nos dediquemos ao esporte de construir estádios. Mas por aqui esse esporte só anda se clubes e empresas contarem com o apoio do governo, seja ele federal, estadual ou municipal.
É mais ou menos como a pobre área dos supermercados particulares. Uma rede compra dezenas de supermercados ao longo dos anos, até uma hora que se cansa e quer um dinheirinho do governo no negócio, para um empurrãozinho. Razoável né, apenas uns 4 bilhões de reais.
Pois bem, é nesse quadro que entra o projeto que trata das licitações, ou melhor, que praticamente libera os gastos para a construção de obras "relevantes para a execução da Copa". Assim, sem ter que ficar esclarecendo tudo a toda hora para a população xereta e a imprensa bisbilhoteira, e aqueles chatos do TCU, as obras da Copa, e suas consequências vão andar a todo vapor. Se vão custar 1 bilhão, 10 bilhões ou 100 bilhões, pouco importa.
Eu até poderia imaginar a ministra Hoffmann respondendo a uma questão assim: "não fiquem preocupados, isso não criará taxas e impostos. O dinheiro sairá todo do Tesouro". !?!?! (foi o que ela disse sobre o Brasil pagar 3 vezes mais caro por ano para o Paraguai do que paga hoje pela energia elétrica de Itaipu).
E o Tesouro tira o dinheiro de onde? Viram, é assim que gastamos mais do que ganhamos. Isso qualquer pai de família responsável sabe que não deve fazer. Mas os políticos se preocupam muito pouco com isso. A conta é paga por milhões de brasileiros e parece que ninguém ainda sentiu o peso da fatura no próprio bolso.
Por isso há esse deslumbramento todo com a Copa do Mundo. Vamos ver se a Zona Leste vai mesmo se desenvolver por causa das obras da Copa, ou o dinheiro passará ao leste da zona. Se alguém tinha um dinheirinho guardado poderia ter aplicado em algum imóvel por lá. Os preços podem subir bastante.
Não gosto e nem desgosto do Corinthians. Apenas observo como as coisas são conduzidas.
Parece que, no Brasil, deixar tudo para a última hora favorece a execução de planos. De quem? Quais planos? Isso não importa agora. Uma vez que não temos mais tempo para seguir as leis, é agora que as coisas acontecerão!
O Brasil é o país dos paradoxos. Quando não dá mais para fazer algo é que se torna possível. Especialmente com dinheiro público.
ALGUNS ITENS PARA PENSARMOS. ALGUNS FIOS PARA TECERMOS.
1. O presidente do Corithians é filiado ao PT.
2. Lula, o eterno presidente do PT é corinthiano.
3. Lula foi cogitado para a presidência do Corinthians
4. Lula será o tema do enredo da escola Gaviões em 2012.
5. A Odebrecht faz inúmeras obras públicas e no exterior, inclusive com recursos do BNDES
6. A Odebrechet está pondo dinheiro próprio no Fielzão, sem contrato (as obras já haviam iniciado antes das isenções, etc)
6. Um dirigente que comanda um time como o Corinthias, que construa um estádio da Copa, poderá ter um belo futuro político.
7. Esportes e política pode configurar uma associação perigosa.
8. Na Argentina a presidente Kirchner está tomando medidas populistas para dar acesso aos estádios aos torcedores.
9. Na Argentina a aproximação com as torcidas tem finalidade política.
10. A transmissão de todos os jogos esportivos na Argentina foi estatizada.
Vocês têm outras idéias?
VEJAM O PROJETO DO FIELZÃO
JOGO SUJO - O MUNDO SECRETO DA FIFA
Andrew Jennings
“Repórteres investigativos nem sempre vivem para ver os caras malvados receberem a merecida punição, mas o mundo inteiro assistiu ao desmantelamento da corrupção olímpica em 1998, quando o Senado dos Estados Unidos investigou o escândalo e fui convidado a depor como testemunha em Washington. Eu podia ter parado por aí. Mas foi então que recebi um telefonema de Colin Gibson, editor de esportes do Daily Mail, pedindo que eu desse uma olhada nas pessoas que comandam o futebol internacional. ‘Ah, Colin, pare com isso. O futebol é coisa graúda. Eu levaria anos para descobrir o que acontece dentro da Fifa.’ Levei anos. As coisas que descobri são tão estarrecedoras que até eu mesmo fiquei chocado. Alguns caras malvados passaram por lá − ou ainda estão lá − tirando tudo o que podem. O futebol ainda é um jogo bonito, é claro. Isso eles não podem roubar de nós. Mas, conforme você vai ler aqui, na Fifa acontecem negócios abomináveis. Eu gostaria que o futebol tivesse a liderança que merece. Nesse espírito, dedico este livro a todos os torcedores e fãs do futebol.”
“A Panda Books faz um gol histórico ao trazer para o Brasil o livraço de Andrew Jennings. Jennings é um destemido repórter inglês que brinca com as palavras para denunciar a sério, e na BBC, o nebuloso grande mundo do futebol.”
Juca Kfouri
“Com a pontaria muito mais calibrada que a dos artilheiros da Copa do Mundo, o jornalista vai relatando casos de corrupção que apurou para produzir seu livro sobre a Fifa – mesmo sendo o único jornalista do mundo banido das coletivas da entidade desde 2003.”
O Estado de S. Paulo
“Jennings se tornou o inimigo número 1 da Fifa, especialmente se seu presidente, Joseph Blatter.”
Carta Capital
Sobre o autor
Andrew Jennings é reporter investigativo há mais de trinta anos, cineasta, consultor e comentarista. Trabalhou nos jornais britânicos The Sunday Times e Daily Mail, na BBC, além de contribuir em diversas publicações. Autor de documentários e livros sobre corrupção nos esportes, Jennings tornou-se conhecido no mundo todo como o “único profissional de imprensa banido das coletivas da Fifa”. Traduzido para mais de 12 línguas, Jogo sujo [Foul!] foi transformado em documentário da BBC e exibido em todo o mundo.
Visite o site do autor
www.transparencyinsport.org
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