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terça-feira, 5 de julho de 2011

NA SÍRIA O MASSACRE DE CIVIS CONTINUA. APARENTEMENTE COM A CONCORDÂNCIA DE BARACK OBAMA. Se fosse contra já teria mandado atacar, como no caso da Líbia. Tropas sírias já mataram mais de 1.400 pessoas.

A cidade de Hama, ao norte de Damasco, na Síria, tem no seu subsolo a histórica cidade de Hamate.

Hama, em sírio, significa Fortaleza. E é isso que está sendo Hama neste momento, uma fortaleza contra os ataques das tropa do Exército sírio obedecendo as ordens do ditador Bashar al-Assad. 

Desde meados de março, seguindo a onda de protestos no mundo árabe, diversas cidades sírias têm demonstrado sua insatisfação com o governo central comandado, há 40 anos, pela ditadura controlada pela famíla al-Assad.

No início, o ditador disse que a onda não atingiria seu país, onde governa com mão de ferro, apoiado no Exército no no Partido Baath, um partido nacional-socialista inspirado em alguns fundamentos do nacional-socialismo alemão, do partido nazista, com suas raízes perdidas nos anos 30.

PROTESTO DE "SABOTADORES" EM HAMA
Al-Assad acreditava que a ditadura não seria abalada pela onda ocorrida nos outros países (o mesmo acreditam os aiatolás do Irã). 

Mas a onda foi chegando e abalando diversas cidades, de modo que o Exército foi acionado e já matou mais de 1.400 civis desde o início dos protestos.

Exatamente pelo fato de tropas militares terem sido usadas contra civis Barack Obama e seus aliados da Otan mandaram atacar as tropas de Kadafi. 

Mas a Síria é mais complexa e maior que a Líbia. Está faltando coragem e fôlego (financeiro e militar) para a Obama mandar atacar a Síria.

Como já disse aqui antes, os civis sírios parecem não merecer o mesmo respeito que os civis líbios. É um tipo de visão seletiva sobre quem pode morrer.      

As revoltas

Diversas cidades sírias já se rebelaram desde março: Deraa, onde logo no início morreram 20 pessoas, depois Latakia, depois Homs, depois Harasta, depois Kashmili. Agora é a vez da Fortaleza, Hama.

Com 650 mil habitantes, às margens do rio Orontes, numa região montanhosa ao norte de Damasco a cidade resiste e protesta contra a ditadura do Partido Baath e da família al-Assad. 

Como é comum nas ditaduras, o tirano coloca a culpa em sabotadores, agentes estrangeiros infiltrados, baderneiros. Usa todo o vocabulário usado por Fidel, Chávez e os ditadores de direita que já passaram pela América Latina. Ele mesmo nunca julga seu regime cruel ou perseguidor. Se há insatisfação é porque ou são agentes infiltrados ou é a parcela ingrata da população. Assim, todos merecem morrer. Essa é a lógica das tiranias. temos visto isto na América Latina há anos.

A cidade histórica

Ditadores são sempre iguais. Não toleram críticas e divergências. O outro ou é companheiro ou adversário. Conhecemos muito esta história aqui no Brasil, desde os tempos da ditadura e nestes tempos de Foro de São Paulo, em que todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que outros.

A imprensa vai registrando os acontecimentos, pois não há outro modo, mesmo sendo uma imprensa esquerdizada e dominada ideologicamente.

Mas contra as informações e imagens que chegam dos países árabes, onde a imprensa nem sempre pode trabalhar com tranquilidade, não há argumentos. 

Assim, bem ou mal  vamos acompanhando o massacre realizado pelas tropas sírias contra a sua própria população.

De fato, gostaria de ouvir um protesto veemente do Governo Brasileiro contra a situação, ou do partido governista, o PT, mas ainda não me convenci. PT e Baath fizeram um acordo de cooperação há cinco ou seis anos. Talvez isso impeça críticas mais duras ao massacre que ora acontece na Síria. 

Foto Hama: Wikipedia

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