A cidade de Hama, ao norte de Damasco, na Síria, tem no seu subsolo a histórica cidade de Hamate.
Hama, em sírio, significa Fortaleza. E é isso que está sendo Hama neste momento, uma fortaleza contra os ataques das tropa do Exército sírio obedecendo as ordens do ditador Bashar al-Assad.
Desde meados de março, seguindo a onda de protestos no mundo árabe, diversas cidades sírias têm demonstrado sua insatisfação com o governo central comandado, há 40 anos, pela ditadura controlada pela famíla al-Assad.
No início, o ditador disse que a onda não atingiria seu país, onde governa com mão de ferro, apoiado no Exército no no Partido Baath, um partido nacional-socialista inspirado em alguns fundamentos do nacional-socialismo alemão, do partido nazista, com suas raízes perdidas nos anos 30.
PROTESTO DE "SABOTADORES" EM HAMA |
Al-Assad acreditava que a ditadura não seria abalada pela onda ocorrida nos outros países (o mesmo acreditam os aiatolás do Irã).
Mas a onda foi chegando e abalando diversas cidades, de modo que o Exército foi acionado e já matou mais de 1.400 civis desde o início dos protestos.
Exatamente pelo fato de tropas militares terem sido usadas contra civis Barack Obama e seus aliados da Otan mandaram atacar as tropas de Kadafi.
Mas a Síria é mais complexa e maior que a Líbia. Está faltando coragem e fôlego (financeiro e militar) para a Obama mandar atacar a Síria.
Como já disse aqui antes, os civis sírios parecem não merecer o mesmo respeito que os civis líbios. É um tipo de visão seletiva sobre quem pode morrer.
As revoltas
Diversas cidades sírias já se rebelaram desde março: Deraa, onde logo no início morreram 20 pessoas, depois Latakia, depois Homs, depois Harasta, depois Kashmili. Agora é a vez da Fortaleza, Hama.
Com 650 mil habitantes, às margens do rio Orontes, numa região montanhosa ao norte de Damasco a cidade resiste e protesta contra a ditadura do Partido Baath e da família al-Assad.
Como é comum nas ditaduras, o tirano coloca a culpa em sabotadores, agentes estrangeiros infiltrados, baderneiros. Usa todo o vocabulário usado por Fidel, Chávez e os ditadores de direita que já passaram pela América Latina. Ele mesmo nunca julga seu regime cruel ou perseguidor. Se há insatisfação é porque ou são agentes infiltrados ou é a parcela ingrata da população. Assim, todos merecem morrer. Essa é a lógica das tiranias. temos visto isto na América Latina há anos.
A cidade histórica |
Ditadores são sempre iguais. Não toleram críticas e divergências. O outro ou é companheiro ou adversário. Conhecemos muito esta história aqui no Brasil, desde os tempos da ditadura e nestes tempos de Foro de São Paulo, em que todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que outros.
A imprensa vai registrando os acontecimentos, pois não há outro modo, mesmo sendo uma imprensa esquerdizada e dominada ideologicamente.
Mas contra as informações e imagens que chegam dos países árabes, onde a imprensa nem sempre pode trabalhar com tranquilidade, não há argumentos.
Mas contra as informações e imagens que chegam dos países árabes, onde a imprensa nem sempre pode trabalhar com tranquilidade, não há argumentos.
Assim, bem ou mal vamos acompanhando o massacre realizado pelas tropas sírias contra a sua própria população.
De fato, gostaria de ouvir um protesto veemente do Governo Brasileiro contra a situação, ou do partido governista, o PT, mas ainda não me convenci. PT e Baath fizeram um acordo de cooperação há cinco ou seis anos. Talvez isso impeça críticas mais duras ao massacre que ora acontece na Síria.
De fato, gostaria de ouvir um protesto veemente do Governo Brasileiro contra a situação, ou do partido governista, o PT, mas ainda não me convenci. PT e Baath fizeram um acordo de cooperação há cinco ou seis anos. Talvez isso impeça críticas mais duras ao massacre que ora acontece na Síria.
Foto Hama: Wikipedia
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