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quinta-feira, 14 de julho de 2011

A HISTÓRIA DO PORSCHE VOADOR E DA MOÇA QUE ENCONTROU A MORTE EM UM TUCSON, NUMA ESQUINA DE SÃO PAULO. Não havia como escapar. A morte marcou encontro com a advogada na esquina das ruas Bandeira Paulista e Tabapuã, no Itaim Bibi.

Não era para ser assim, mas foi. Não era para haver morte, mas houve. Se o Hyundai Tucson não houvesse cortado o sinal vermelho, não teria acontecido o acidente. Apesar da velocidade do Porsche. Se o Porsche não estivesse trafegando tão rápido quando o Tucson cortou o sinal vermelho, não teria acontecido o acidente.

Se, se.  Ora, a vida é feita de ses e de não ses. 

No caso do trágico acidente no  cruzamento das ruas Tabapuã e Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, não houve chance para o se. O Porsche, pelo que foi divulgado, trafegava em altíssima velocidade, e o Tucson cruzou um sinal vermelho, segundo testemunhas. Dois erros. 


Esses erros foram fatais, custaram uma vida., a vida de Carolina Menezes Santos. Poderiam ter sido duas mortes, ou mais. Mas uma morte já é, sempre, demais.

Toda a imprensa destacou a velocidade do Porsche 911 que seguia no sentido centro como o aspecto principal do acidente ocorrido no dia 9 de Julho.

Segundo especulações feitas por policiais - ainda não há um laudo da Policia Técnica - o carro trafegava a uns 150 quilômetros horários.

Se isso for verdade, o motorista Marcelo Malvio Alves de Lima estaria conduzindo um bólido a 2,5 vezes mais a velocidade limite daquela rua, de 60 quilômetros por hora. 


Se ele trafegasse a 60 quilômetros horários, certamente os danos do acidente teriam sido de outra monta. É indiscutível, basta olhar o estado dos veículos e a distancia a que eles foram parar após a colisão.

O Porsche vinha tão rápido que, ao bater no Tucson o levantou do chão e o levou até uns 25 metros adiante onde ambos pararam apos o choque com um poste que acabou de destruir o Tucson. Não é possível dizer que o Porsche trafegava dentro da velocidade limite. Um dos advogados de Malvio criticou a imprensa dizendo que não é para haver julgamento, que a velocidade é só especulação de curiosos, coisas assim.

É verdade. Ainda não há resultados oficiais. Mas qualquer idiota olhando o estado dos carros, onde pararam, e sabendo onde foi que colidiram pensará: Uau! Havia algum maluco por aqui! Ou dois, posto que cruzar um sinal fechado também não é  correto. 

A verdade só aparece quando encaramos os fatos: 1. Carolina cruzou um sinal vermelho, 2. Malvio andava depressa demais.

Alguém poderá dizer “mas acidentes a 60 km/h também matam. Claro. Isso é verdade. Hoje poderíamos estar lamentando a morte de Malvio e não a de Carolina. Ele poderia estar morto e ela não. Mas esta é a questão posta no início do texto. Não foi assim.

O Porsche trafegava rápido demais. O Tucson cruzou um sinal vermelho. A morte esperava na  esquina.

A COLISÃO

Por volta das 3 horas da manhã Carolina, que trafegava pela rua Bandeira Paulista no sentido Av. Nove de Julho, diminuiu a velocidade ao chegar à esquina da Rua Tabapuã. O sinal estava vermelho. Ela reduziu mas não parou, segundo testemunhas, e avançou a baixa velocidade.

O que a levou a cruzar um sinal vermelho? Há uma cultura em São Paulo, devido à falta de segurança em algumas regiões, em que os motoristas não param mais nos sinais fechados altas horas da noite ou de madrugada devido ao medo de assaltos.

Todo mundo sabe disso. Inclusive os motoristas que encontram sinais verdes pela frente. De madrugada, quando todos os gatos são pardos, verde não significa mais verde, e nem vermelho significa mais vermelho. Melhor seria se os semáforos ficassem piscantes no amarelo. Alerta!!!

Quem trafega pela madrugada, mesmo encontrando sinais verdes deve trafegar com cuidado, pois pode encontrar pela frente um outro motorista que cruze o sinal vermelho. Isso é outra verdade.

O motorista do Porsche não tomou esse cuidado. Ao contrário, parecia pisar fundo no acelerador de seu Porsche 911.


41,66 METROS POR SEGUNDO


Se o leitor quiser ter uma idéia do que aconteceu, supondo que o carro estivesse a 150 km/h, basta fazer a conta e ver que nessa velocidade o Porsche fazia 41,66 metros por segundo.  Quando Carolina chegou no sinal vermelho e avançou, olhando para a esquerda não viu nada por perto. O Porsche poderia estar a três ou quatro quadras distante. Quando ela entrou na Tabapuã, três ou quatro segundos depois, houve o choque. 

O Porsche poderia estar na João Cachoeira, ou ainda mais longe, na altura da Manuel Guedes quando Carolina iniciou o cruzamento da Tabapuã. 

Claro,  isso na suposição da velocidade de 150. 

Como o advogado de Malvio disse. ninguém sabe ainda qual era a velocidade. Tem razão, poderia ser de uns 60, 80 ou 100 km/h, ou 170, 180, 200 km/h. Só a perícia dirá. Mas estamos lidando com muitos, mas muitos metros por segundo. E em uma rua de um bairro de vida noturna, não em uma avenida marginal, ou na Av. 23 de maio, por exemplo.

O delegado que o indiciou preferiu enquadrar o engenheiro  por homicídio doloso, isto é, ao trafegar em alta velocidade assumiu os riscos de um acidente grave, até matar alguém. Matou. Por outro lado, a motorista do Tucson, convenhamos, apesar da cultura noturna de São Paulo de desrespeito ao sinal vermelho, também tomou uma decisão. Ela quis cruzar o sinal vermelho. Até o momento ninguém afirmou à imprensa que havia alguém em atitude suspeita que pudesse motivar Carolina a cruzar a Rua Tabapuã no sinal fechado. Foi a força do hábito que a levou a fazer o que fez.

As primeiras notícias diziam que no Boletim de Ocorrência teria sido registrado que o motorista aparentava estar embriagado. Nâo sei. Essa é uma questão para a Policia resolver. E a motorista que morreu? Vinha de uma festa pelo que se sabe? Teria bebido alguma coisa?

Vemos que determinados elementos combinados podem resultar em tragédias: alta velocidade, descuido (imprudência), talvez álcool.

Muita gente mostrou-se indignada pelo fato do carro estar em aparente alta velocidade. Pessoas que acorreram ao local no momento da batida (o Itaim Bibi) tem muita vida noturna comentaram,  com indignação, que o motorista, apos sair do Porsche pegou um celular e falava com alguém sobre que “destruíram o meu carro”, etc... E que em nenhum momento voltou-se para o Tucson ou perguntou sobre se havia ou não alguma vitima do acidente.

Pareceu concentrar-se apenas nos estragos feitos no Porsche.  

Vimos que a Justiça determinou uma fiança de R$300 mil e o motorista, haver breve internação foi solto sob certas condições impostas pela juíza. Tudo conforme o Código Penal. A promotoria pública pretende que a fiança arbitrada pelo delegado seja  aumentada para R$600 mil. Mas isso, embora possa ocorrer, ainda não aconteceu. 

OS CARROS VOARAM 25 METROS APÓS O CHOQUE
FOTO: Band/L. Guarnieri/AE



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