Sua filha, neta ou irmã vertem sangue pelos olhos sem motivo aparente? O que você faria? Levaria ao padre, levaria ao médico, tentaria a medicina chinesa, ou procuraria o seu xamã ou curandeiro preferido?
Todas seriam decisões razoáveis, dependendo de onde você vive. Tentaria rezar para espantar o demônio? Espalharia o milagre? Daria à criança chás de ervas mágicas para controlar as forças que a invadiram? Ou aplicaria agulhas para reduzir a energia negativa? Esperaria uma explicação razoável de um médico e um remédio eficaz?
O ser humano não consegue enfrentar a realidade sem explicações. Explicar os fatos é fundamental para evitar o medo do desconhecido e as incertezas do dia a dia. As explicações (hipóteses) que formulamos decorrem dos meios de checagem (metodologia) que as culturas dispõem, em algum momento da História.
Qualquer criança se contenta quando a mãe bate forte na mesa e diz: “mesa boba, bateu na cabeça do meu filhinho”!, quando a criança levou um tombo e bateu a cabeça na perna da mesa e começou a chorar.
Maluquice? Vocês que já criaram crianças sabem que isso é verdade. A criança aceita naturalmente que a mesa bateu nela. Então aprende a bater na mesa, imitando a mãe. Acha que a mesa tem vontade própria. Muitas culturas funcionam assim. Assim é a cultura humana. Observem.
Chorar sangue pode ser visto como uma possessão, ou uma doença ainda não bem conhecida. As explicações sempre tranqüilizam as pessoas, e os povos. As explicações nascem do uso da imaginação, característica que nos diferencia dos outros animais. A imaginação pode ser livre e solta (mas é preciso os fatos para estimulá-la) ou condicionada a certas formas de aferição (metodologia científica).
Como explicar um vulcão e as lavas “infernais” para quem não sabe nada de geografia ou geologia? Será o buraco que conduz ao Inferno? E por que o inferno seria lá embaixo? Por que lá é quente e tem fogo? E por que sai fogo do fundo da montanha? O fogo queima e destrói. Deve ser um sinal de força poderosas, deve ser a residência do Mal.
Como explicar os raios para quem não conhece eletricidade? Só pode ser a fúria dos deuses ou algo errado que fizemos. Como explicar um ataque epilético para quem nunca ouviu falar em epilepsia ou em gardenal, há dez mil anos atrás... Quais seriam as respostas? Arrisquem a usar a vossa imaginação para uma boa resposta!
O caso das meninas que choram sangue intriga as pessoas das mais diferentes culturas e países. Imaginem uma criança que, repentinamente verte sangue dos olhos! Algumas vertem, sob certas condições, pela vagina, pelo ânus, pela pele, ou em alguma outra parte do corpo. Sem qualquer explicação razoável aparente. Então, surgem as explicações. As hipóteses. As lendas. Os mitos.
É curioso pensar nisso, pois muitos autores estudam os mitos e como surgiram. Um dos mais interessantes, e convincentes, pelo tamanho e profundidade de sua obra, é René Girard, um estudioso francês que pesquisa o mecanismo do Bode Expiatório. (Livro o Bode Expiatório, Ed. Paulus). Vale a pena para quem se interessa. Ele estuda as causas reais, os fatos concretos que puseram a nossa imaginação a funcionar.
Rashida Khatoon, a dos milagres
RASHIDA |
Na Índia há o caso da menina que acabou tendo em torno de si um santuário, pois as pessoas a vêem chorar sangue e imaginam que faça milagres.
Ela recebe a visita de centenas de adoradores que querem vê-la chorar e para que atenda aos seus pedidos.
A menina é Rashida Khatoon, de Patna, nordeste da Índia, que chora várias vezes por dia.
Os homens santos hindus locais a declararam um milagre, e dezenas de seguidores ficam diante da casa de Rashida, deixando oferendas para ela e sua família.
Rashida disse: "Eu não sinto dor quando acontece, mas é um choque ver sangue em vez de água." Os locais e os visitantes acreditam verdadeiramente no milagre. Não sei se o caso de Rashida é igual ao de outras crianças que vertem lágrimas de sangue.
Mas a crença os tranqüiliza. A população consegue um modo de conviver com o “diferente”. Converteram Rashida em um canal do “Bem”. Outro povo, outro lugar, ela poderia estar morta ou sendo perseguida como agente do “Mal”.
Débora Oliveira dos Santos, a que chora sangue.
Débora sangra pelos olhos, nariz, boca, ouvidos, ânus e vagina quando fica nervosa ou ansiosa. Ela mora em Meridiano e ficou conhecida por chorar sangue. Fará consulta com especialistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no Hospital São Paulo.
DÉBORA |
A menina e sua mãe, Maria Gorete Oliveira dos Santos, foram levadas até São Paulo pela Rede Record.
O médico clínico geral Orlando Cândido Rosa Filho, responsável pelo caso foi à Capital para acompanhar a primeira consulta com os especialistas.
“Acho que agora há mais chances de descobrir o que ela tem.” O caso será investigado pelo chefe da clínica da Unifesp, Antonio Carlos Lopes. Segundo Rosa, a menina não chora sangue. “Ela tem sangramentos pelos olhos, que podem estar ou não acompanhados pelo choro. Quando ela chora, glóbulos vermelhos são expelidos junto, mas mesmo sem chorar, o sangue sai quando ela fica nervosa ou ansiosa”, diz.
O início da história de Débora
Nascida em Fortaleza, Débora passou sua infância entre a capital cearense e a cidade de Cacoal, no Piauí. Conforme uma prima da estudante, a técnica em enfermagem Diana Viana de Oliveira, 25 anos, o primeiro sangramento foi no nariz e boca, quando Débora tinha 14 anos. “Ela era babá em uma casa e a mulher a espancava. Os médicos acreditavam que algum vazinho tinha estourado.”
Com o passar do tempo, a menina começou a apresentar sangramento nos ouvidos, vagina e ânus, e ficou retraída e envergonhada. “Ela foi escondendo da família, mas em setembro, quando os olhos começaram a sangrar, o irmão viu e contou para os pais”, afirma Diana. Em Fortaleza, os médicos não conseguiram chegar a um diagnóstico e a orientaram a procurar especialistas em São Paulo ou até mesmo fora do País.
Na terça-feira (12), a Sociedade Brasileira de Clínica Médica, divulgou um laudo sobre o caso da menina de Meridiano, São Paulo, que chora sangue. Foi constatado que o fato ocorre, porque os vasos sanguíneos próximos aos olhos se rompem com o aumento da pressão. A adolescente Débora Santos, de 17 anos, já está em tratamento e os remédios apresentaram resultados positivos.
A menina ficou internada no Hospital São Paulo durante 13 dias. Depois de uma bateria de exames, uma equipe formada por oftalmologistas, neurologistas, psicólogos, psiquiatras e especialistas em coagulação comprovaram que não há nada grave.
Twinkle Dwivedi, sangra espontâneamente.
A indiana Twinkle Dwivedi, de 14 anos, deixou os médicos boquiabertos com a revelação de que ela chora sangue e que perde sangue pela pele sem ser cortada ou machucada.
“Eu sangro dos meus olhos, minhas mãos, minha cabeça, de qualquer lugar. De meus ouvidos, nariz e olhos também. Não dói quando começa o sangramento, mas fico cansada e às vezes tenho dores de cabeça”, disse a menina.
Um especialista americano, Dr. George Buchanan, viajou até a Índia para ver o caso e visitou a menina no Hospital Jaslok, em Bombaim. “Nunca vi um caso de alguém que sangra espontaneamente a partir de seu couro cabeludo ou da palma das mãos”, disse Buchanan. Ele acredita que não seja uma fraude, mas não tem uma explicação para o caso.
“Não vi nenhuma sinalização de cortes ou contusões em qualquer lugar em seu corpo”, comentou. Testes mostram que ela pode ter uma forma leve de um distúrbio de coagulação, o que significa que as plaquetas não ficam juntas corretamente.
Meninos também choram sangue.
Calvino Inman, do Tennessee, tem 17 anos e também verte sangue pelos olhos. Sua mãe chegou a discar para o 911 (Emergência) para os médicos atenderem o filho.
O garoto que já verte sangue há alguns anos chegou, ele mesmo, a acreditar que estivesse possuído, pois ouvia isso de seus amigos e das pessoas que testemunhavam o fato. O menino ficou famoso nos Estados Unidos por ter aparecido em muitos canis de TV.
Se não há uma explicação médica, tais pessoas acabam sendo parte das lendas urbanas, ou coisas como tínhamos no início do Século XX, nos circos, a mulher barbada, o homem lobo, o gigante, o gordo imenso, o homem de borracha, o anão minúsculo, etc... “Freaks” que povoam a nossa imaginação.
O jovem, de Rockwood, assegura que as lágrimas brotam sem querer, em algumas ocasiões três vezes ao dia, e que às vezes “também ardem”. Sua mãe, Tammy Mynatt, está aflita pela condição de seu filho, que foi submetido a vários tipos de exames médicos sem nenhum resultado anormal e sem que os especialistas possam explicar a origem de essa rara doença, cuja frequência é de um em um milhão.
Segundo o oftalmologista Rex Hamilton disse à rede ABC que Calvino poderia estar padecendo de haemolacria, uma estranha condição na qual os olhos produzem lágrimas misturadas com sangue. “Mas isso só descreve a produção de lágrimas de sangue, não explica sua causa…é uma condição que se dá em um a cada um milhão”, assinalou o especialista.
Sem diagnóstico nem tratamentos, Mynatt recorreu aos meios de comunicação com a esperança que alguém possa ajudar o menino.
Youtube menino Calvino
Youtube mulher que chora sangue
The Sun e matérias da imprensa nacional e internacional.
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