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quarta-feira, 20 de julho de 2011

NÃO ABRACE SEU FILHO EM PÚBLICO. NÃO SEJA TÃO GAY, OU ARRANCO SUA ORELHA COM UMA MORDIDA. Com fatos assim acontecendo, para quê usar a imaginação? O crime real aconteceu em uma festa em São João da Boa Vista. Agora, me digam, arrancar a orelha de alguém a dentadas é coisa de macho, né?


Não gosto dos ativistas gayzistas que querem criar leis especiais para se diferenciarem dos outros. Acho uma atitude preconceituosa. Somos uma democracia e as leis devem ser iguais para todos. Acho um atentado o PLC 122, por agredir frontalmente a Constituição e anular a Liberdade de Expressão. Para crimes há o Código penal e o Código Civil. Que sejam utilizados.

Também não gosto da nomenclatura politicamente correta que quer mudar o mundo mudando as palavras. Um crime é um crime. Arrancar a orelha de alguém, a dentadas é um crime. É uma agressão violenta que desrespeita a integridade física do outro. Não gosto do papinho de "homofobia", uma maneira de uma minoria ativista querer controlar a maioria da população. 


Mas um grupo agir por preconceito e cometer uma agressão verbal ou física contra um gay ou uma pessoa qualquer é  intolerável. Não é necessário uma lei especial para isso. Já temos o Código Penal, policia, delegados e cadeia, além do Poder Judiciário.

Isto posto, é um verdadeiro absurdo que um grupo de marmanjos desocupados se intrometa com um adulto que está abraçado a um jovem. Não importa se fossem mesmo dois gays namorados. O que os outros têm a ver com isso? Se eles fossem namorados e tivessem abusando no comportamento, em público, como alguns casais não gays fazem, bastaria chamar a segurança.

Mas o que aconteceu na Exposição Agropecuária Industrial e Comercial (EAPIC), em São João da Boa Vista, uma cidade tranqüila a pouco mais de 200 quilômetros de São Paulo? Um homem adulto estava andando pelo recinto abraçado a um jovem. O adulto é um senhor de 42 anos de idade, o rapaz um jovem de 18 anos. Pai e filho.

Como nessas festas do interior é comum o pessoal exagerar na cerveja (mas isso não é desculpa), pode ser que os sete (SETE!) agressores tenham se sentidos machos o suficiente para começar uma briga e a provocar pai e filho.

Um fato absolutamente absurdo.  Pai e filho não podem andar abraçados porque uns idiotas acham que são gays abraçados.  E se não fossem pai e filho e nem gays, apenas dois amigos, não poderiam andar abraçados? E se fossem dois gays, não poderiam andar abraçados? O que incomodou os brutamontes? A intolerância? A falta de  educação? O preconceito estúpido?    

Após a repercussão do caso a policia agiu rápido e conseguiu localizar alguns suspeitos. Um foi detido e confessou haver participado do espancamento. Foi liberado pois a Justiça não aceitou o pedido de prisão preventiva temporária.  Os agressores responderão por lesão corporal dolosa (com intenção de ferir alguém). A identificação do grupo foi facilitada pelo circuito de câmaras de vigilância do evento.

Pai e filho tiveram a identidade preservada a pedido. Segundo o pai, o grupo passou por eles e perguntou se eram gays. Responderam ser pai e filho. Alguém do grupo insistiu, segundo a imprensa, "beija que a gente libera". A provocação continuou, até que começaram as agressões. 

O pai, que teve uma orelha arrancada por uma mordida, está bastante chocado, pois não entende até agora tal comportamento. Contou que estava com a namorada na festa, e o filho com a namorada também. Elas foram ao banheiro, e foi quando ele abraçou o filho e a confusão começou. O filho mora em São Bernardo do Campo com a mãe. 

A policia ouvirá testemunhas hoje, sob o comando do delegado Fernando Zucarelli Pinto. A empresa promotora do evento informa que contava com 150 seguranças e vai colaborar com as investigações.

Tomara, pois parece haver faltado segurança na hora em que o circo pegou fogo. 

Ilustração: Charge de Sponholz.

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