Como escreveu Reinaldo Azevedo no curto mas direto post reproduzido abaixo, poderia deixar passar, mas não vou.
Aproveito a oportunidade para lembrar que o Brasil é um país estranho. Ao invés de ser construído sobre a tentativa de se conhecer a verdade, a verdade parece que deve ser escondida.
Ou melhor, ela deve ser conhecida de outro modo, como se fosse necessária uma reedição com a troca de personagens.
Os jovens são muito jovens, não têm informação; os mais velhos, que sejam ignorantes, são ignorantes, vivem o dia-a-dia tentando ganhar o pão e não têm como gastar um tempo para entender as figuras que se propõem a nos governar, e nas quais votamos! Os cínicos e oportunistas tombam para onde sopra o vento. Estão à nossa volta, em todos os lugares.
Há muitos anos mentem para a juventude sobre o processo de transição da ditadura para a democracia. Assim como há muitos anos mentem sobre a estabilidade econômica após o controle da inflação.
Esses que ao longo dos anos quiseram tomar para si a paternidade da Democracia e do controle da inflação mentem. Enganam os jovens, querem reescrever a história.
Mas há centenas, milhares de pessoas que viveram aqueles tempos e não deixarão o engodo continuar.
Isso nada tem a ver com a briguinha entre PSDB e PT. Os 44 milhões de votos que não foram para Dilma não foram, necessariamente, para Serra. Foram muito mais um sinal.
Um sinal de que a população observa e percebe que há gestores da mentira, do embuste, da enganação. A vaia e os protestos contra a presença de Palocci em uma cantina de São Paulo são um indicador de que há um limite para a enganação.
Texto de Reinaldo Azevedo sobre Lula, Itamar e FHC
Lula: impostura até diante de um cadáver
Poderia deixar passar, mas não vou. Acusar as imposturas de Lula é uma questão civilizatória. A cada vez que ele brutaliza a verdade, é um dever moral acusar a mentira. Na Folha de hoje, o Babalorixá de Banânia afirma que foi preciso Itamar Franco morrer para que lhe reconhecessem o mérito do Plano Real.
É uma forma indireta e vigarista de atacar FHC, como se este houvesse sequestrado a obra daquele. O tucano sempre reconheceu, e o fez ainda outra vez há dois dias, que Itamar era o presidente à época da decretação do Real. Mas também é fato notório que este não tinha a exata noção do problema.
Quem não reconhece as virtudes do real é Lula. Tanto é assim que seu partido votou contra a lei que o instituiu. Os petistas diziam que o plano seria um desastre para o Brasil. Quem satanizou Itamar foi Lula, especialmente durante a privatização da CSN.
Quem hostilizou Itamar foi Lula, tanto é que o PT se negou a fazer parte da base de apoio ao governo e puniu Luiza Erundina, que aceitou ser Ministra da Administração. Vai ver Lula fala de si mesmo. Enquanto Itamar era Presidente da República, o PT, na oposição, fez o que sabe fazer: sabotar o governo.
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