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segunda-feira, 11 de julho de 2011

"A ESPIRITUALIDADE DA ESQUERDA É RASA. ALOCA A RESPONSABILIDADE DO MAL FORA DA PESSOA." Sem a noção de pecado o humano fica infantilizado. (L.F.Pondé)

A edição de Veja número 2225, de 13 de julho, publica nas páginas amarelas uma entrevista com o filósofo e professor universitário Luiz Felipe Pondé (SANTOS ENTRE TAÇAS DE VINHO) que merece ser lida com muita atenção nestes tempos do pensamento politicamente correto, de ateísmo chique, e socialismo obrigatório.

Durante muitos anos ateu, mas estudioso das religiões, Pondé critica a superficialidade da esquerda e, especialmente, o que creio ser o ponto fundamental exposto pelo filósofo, o fato de a luta contra o cristianismo na Modernidade estar criando um adulto absolutamente infantilizado e sem a noção de responsabilidade pessoal perante as coisas do mundo.

Esse sentimento nasceria pelo fato de as pessoas não levarem mais a sério a noção cristã de  pecado. A noção de pecado, que é íntima, leva o indivíduo a prestar contas de seus atos a alguém, no caso Deus. De fato, a entrevista é sobre a idéia de “jantares inteligentes” que ele critica há algum tempo.

Seria uma reunião onde as pessoas, geralmente bem de vida, disputam quem é mais consciente, íntegro, cidadão, revolucionário, empenhado na salvação do mundo.

Para Pondé, “a espiritualidade da esquerda é rasa. Aloca toda a responsabilidade do mal fora da pessoa. Isso infantiliza o ser humano”; “Como a esquerda não tem a tensão do pecado, ela é pior que o cristianismo”.

Nessa perspectiva, para ele a esquerda crê, então “que o mal está na classe social, no capital, no estado, na elite”. Isso m fez lembrar um texto que li há algum tempo do prof. Olavo de Carvalho em que ele critica a forma como as pessoas deixam de ser solidárias com alguém como no caso de oferecer um prato de comida ou uma moedas. 

O sujeito ou dá a comida e as moedas mas cobra o que recebeu o benefício como se quisesse consertar o mundo e o outro ou ignora o sofrimento alheio. Não dá de forma incondicionada.

Isso também me faz lembrar que muita gente que fala o tempo todo em solidariedade, responsabilidade, cidadania, na hora da esmola mal olha o pedinte e comenta com a pessoa próxima: “eu nunca dou esmolas. O sistema é que tem que resolver o problema da pobreza”... etc... E vai embora cheio de consciência cidadã, enquanto o estômago do outro ronca de fome.

Leiam a entrevista e façam uma reflexão a respeito.
Pondé tem ou não razão na sua critica?
Eu acho que sim.

Imagem extraída do blog:
http://mayafelix.blogspot.com/2010/12/luiz-felipe-ponde.html

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