Foto AFP/The Sunday Telegraph |
A tragédia que aconteceu na Noruega com o duplo atentado que resultou até agora em 92 mortes (85 na Ilha Toya e 7 no centro de Oslo), deverá gerar forte reflexão não só no país, mas em toda a Europa.
O fato das investigações policiais apontarem ser obra de radicais nacionalistas de direita, antidemocratas, não significa que esse seja o único problema do velho continente.
Embora as primeiras informações na imprensa internacional tenham sinalizado, por meio de auto-declarações de dois grupos islâmicos, que os atentados teriam sido cometidos por grupos religiosos fanáticos, a sua negação, depois, não diminui um centímetro o perigo islâmico na já chamada por muitos de Eurábia
E o que é importante, embora os radicais de direita (não sei se neonazis como já andei lendo) sejam preconceituosos (e esse teria sido o motivo do ataque), os islâmicos fanatizados, encastelados em bairros que viraram fortalezas do Islam também agem na mesma medida.
A questão não é saber se um cidadão é islâmico, judeu, católico, protestante, ateu ou à toa. Ele pode ter a religião que quiser. Nem importa se ele é negro, branco, mestiço, oriental, asiático ou pigmeu bosquímano. Cada um é o que é. E todos, numa sociedade democrática, temos que poder viver igualmente.
O que acabou levando à situação de panela de pressão atual, um verdadeiro barril de pólvora foram algumas coisas que precisam ser analisadas:
1. demagogia dos líderes governantes – oferecem ao povo mais do que os países podem gastar. O que significa o protesto dos tais “indignados” da Espanha senão isso? População acostumada a viver de benefícios socialistas numa economia em crise.
2. mudança nas táticas da esquerda após a queda da união soviética. As velhas formas de luta comunista foram transformadas em lutas que parecem democráticas, mas que servem para dissolver o tecido social e institucional, por exemplo, a adoção pelos partidos de esquerda do multiculturalismo e da linguagem politicamente correta.
3. o crescimento exagerado das taxas de imigração, o que desequilibra os serviços públicos e os gastos orçamentários, e embute a ameaça da política multiculturalista.
Apenas esses cinco pontos seriam suficientes para se tentar a compreensão do que acontece na Europa hoje em dia.
O que vai surgir agora, caso os direitistas radicais sejam mesmo os responsáveis pelos ataques em Oslo, é que muita gente vai tender a passar a mão nos islâmicos. Um grande erro.
Qualquer um que tenha amigos, parentes ou já esteve em alguns lugares na Europa sabe que a expansão da população islâmica é um fato. Isso, por si só, não é problema. Ora poderia variar a população católica, ora a protestante, ora a budista. Isso, em si, é o de menos. A questão é que os islâmicos não querem abrir mão de uma visão de mundo total que se choca com a idéia da universalidade da democracia e suas leis gerais.
O mal do Multuculturalismo
O multiculturalismo que suporta essa situação de hoje na Europa adotado em grande parte pela Inglaterra, leva, agora, ao islâmico não querer ser julgado pela Justiça inglesa quando comete um crime. Ele quer ser julgado pela Sharia. É como se um católico, estuprador, por exemplo, dissesse, quero ser julgado pelos Tribunais do Vaticano. Pelo Santo Ofício.
Imaginem o seguinte: São Paulo tinha um bairro italiano, o Brás. Hoje o Brás é um bairro com muitos nordestinos. O que aconteceu? Mudou a população do bairro, uma coisa normal, pois os italianos se diluíram pela cidade ou foram se concentraram em outro lugar. Enquanto isso o Brás virou referência para os nordestinos. Ali se encontra muito da cultura nordestina.
Mas fora isso, os italianos e os nordestinos vivem conforme as leis gerais do Brasil. Poderiam ser os gaúchos. Seria o mesmo. São Paulo é a maior cidade nordestina do Brasil. Isso significa que é possível encontrar muitos itens da cultura já incorporados aos usos gerais. Mas poderiam existir coisas intoleráveis e que deveriam ser combatidas se estivessem sendo praticadas. Exemplo: pilotar motos sem capacete é infração grave. No interior do Nordeste é a coisa mais comum o piloto não ter carta e nem usar capacete. E não acontece nada, de modo geral. Então se o sujeito muda prá cá e resolve andar de moto no Brás ele poderá dizer “onde eu morava era assim”? Claro que não. Terá que ter carta e usar capacete.
Lá há regiões quase sem lei ou onde não existem recursos para aplicá-la. Multar um nordestino recém chegado por pilotar uma moto na 23 de Maio sem capacete e sem carta não poderia ser chamado de preconceito e nem de racismo, não é mesmo?
O mesmo aconteceria se um caipira paulista levasse um costume antigo estranho a outra região e que fosse proibido. Dá no mesmo. Há outro exemplo mais elucidativo: o Brasil tem índios ainda em estado próximo do original.
No Brasil é crime o aborto. Não estou discutindo se abortar é bom ou ruim. É crime. Um médico que faz aborto pode ser preso. Um curandeiro indígena que faz aborto não. Um índio brasileiro não é um brasileiro? A lei na deve ser igual para todos? Qual o limite para um fato ser considerado crime se cometido por uns e não por outros?
O grande problema do multiculturalismo é exatamente esse relativismo que acaba esgarçando todo o tecido social. Um país com leis únicas e gerais acaba sendo inviabilizado.
Nenhum italiano poderia querer impor algum costume que fosse contra as leis gerais do Brasil, assim como acontece com os nordestinos e os gaúchos (as características regionais de uma cultura poderiam tolerar o incesto, ou a pedofilia, por exemplo –apenas um exemplo) mas ao saírem de uma região para outra, certos costumes não podem ser levados. E, se forem, devem ser combatidos, em nome da lei geral.
É disso que se trata. Ora, se há regiões islâmicas em que se tolera que uma mulher seja estuprada por diversos homens e isso não é crime, isso não pode ser feito em Londres. Um estuprador inglês iria para a cadeia, um islâmico que apelasse para seus “costumes” não iria? Isso que é o multiculturalismo. E por isso é uma visão muito ruim.
Se cada um vai ficar com seus costumes regionais e culturais todos, isso poderá gerar problemas. Pode ser que na minha região existam antropófagos, ou pedófilos, ou vampiros.
A democracia não é liberou geral e nem zona. Liberdades democráticas implicam em certos limites para que haja a garantia de liberdade a todos. E isso é o que os islâmicos europeu ou imigrantes já não querem aceitar. Há inúmeras notícias de intolerância. E daí ação gera reação, e a coisa fica insuportável.
Por tal motivo, independente da ação de algum grupo radical de direita na Noruega, que seja esclarecido e controlado, o perigo de convulsão continua existindo devido à visão multiculturalista que foi adotada e que impede um país com regras gerais e únicas para todos, igualmente.
O que se pode dizer é que direitistas radicais são tão intolerantes quanto alguém que na Inglaterra ou na França, ou Espanha e Portugal queira viver sob a Sharia e não sob a Constituição daqueles países. No fundo, os totalitários, racistas, fanáticos religiosos são todos iguais, eles não suportam a ideia de viver em um regime democrático.
A sua análise da engenharia social que o multiculturalismo de estado na Europa implica, é certeira. Nas Américas (Brasil e USA)a situação talvez seja diferente porque são países novos, grandes e que resultaram da imigração de povos de todo o mundo.
ResponderExcluirCá na Europa, a liberdade dos povos é função da sua cultura ancestral, isto é, se a paisagem (lingua, religião, hábitos culturais) for muito perturbada por elementos estranhos que ainda por cima são ofensivos, violentos,supremacistas e reaccionários, como é o caso dos muçulmanos, o caldo está entornado. Para além disso, são as elites a imporem aos cidadãos comuns a reverência que têm que mostrar perante estes invasores islâmicos.Portanto, a médio prazo a Europa vai-se transformar numa espécie de Beirute.
E aí, as elites responsáveis vão apanhar o Airbus 380, para as Américas ou para a Austrália deixando os povos a terem que sobreviver sozinhos numa guerra anunciada com os jihadistas muçulmanos.