Em Londres, nesta semana, você estaria nas ruas quebrando vitrines e roubando lojas ou estaria em casa observando os acontecimentos pela janela ou pela TV? Teria a coragem de por fogo em automóveis, saquear lojas ou, até, matar pessoas?
Você acha que aquelas pessoas foram às ruas promover a quebradeira por estarem felizes ou infelizes? Mas o que a cidade, as lojas, as vitrines, as lixeiras, os automóveis têm a ver com a felicidade das pessoas?
Você é feliz, ou você é infeliz? É capaz de dar uma resposta definitiva sobre isso?
Neste momento você está feliz, ou você está infeliz? Sabe explicar a razão de sua felicidade ou infelicidade ?
E se eu lhe perguntasse:
O seu bairro é feliz ou infeliz?
A sua cidade é feliz ou infeliz?
O seu país é feliz ou infeliz?
Não lhe pareceriam perguntas estranhas? Afinal, felicidade é uma sensação íntima, pessoal. Pessoas podem buscar a felicidade. Pessoas podem sentir-se felizes ou infelizes. Cidades não podem ser felizes ou infelizes. Podem parecer alegres ou não, mas nós é que as achamos assim. Elas são apenas uma coleção de pessoas espalhadas no espaço.
Londres esta semana nos pareceu uma cidade infeliz e triste. Mas isto impediu o fato de que muitos londrnios, apesar de tudo, pudessem estar felizes com o nascimento de um filho, o canto de um pássaro, o levantar-se da cama sem aquela incômoda e pontual dor nas costas? O que nos provoca a felicidade e a infelicidade?
Há moradores felizes e moradores infelizes, por milhões de motivos diferentes.
Muitos portugueses podem sentir-se infelizes atualmente, devido aos problemas econômicos e financeiros, assim como os espanhóis, ou americanos, irlandeses, gregos.
Mas Portugal, Espanha, Estados Unidos, Irlanda e Grécia não podem ser países definidos como felizes ou infelizes, a não ser no sentido figurado.
Mas a sensação de infelicidade não é permanente, não adere como cola, não nos acompanha como uma sombra. Podemos rir, brincar, estarmos felizes por alguns instantes. Assim é a vida. Até no Brasil, onde políticos ladrões roubam descaradamente o dinheiro suado do povo a população parece feliz! É roubada mas está feliz. Talvez o sol, o calor, a cachaça.
Trato da felicidade para falar de Londres e das arruaças que provocaram tanta destruição esta semana. E que chocaram o mundo pela quase gratuidade. Não estamos falando da Somália, de Biafra, do Sudão, onde a fome mata impiedosamente e o organismo não deixa energia nem para um sorriso, ao menos a maior parte do tempo.
Falamos de um dos lugares mais civilizados do mundo.
O que aconteceu na Inglaterra? Não me venham com a historinha dos oprimidos da periferia, e explicaçõezinhas marxistas fáceis, porque não foi isso não o que aconteceu.
Nem com a guerrinha de culturas e o multiculturalismo. Nada disso, por si só, explica
dezenas de milhares de pessoas nas ruas para quebrar, incendiar, roubar.
Não posso ter um vidro de perfume de 200 euros, então quebro a vitrine e me aproprio dele? Preciso duas ou três calças Levis. Arrombo a porta da loja e levo isso e mais umas camisetas. Quero aquele “tablet” ali. Feito. Saio correndo com ele na mão.
Pronto, agora estou feliz!
Acho que os episódios de Londres demonstram, claramente, o tamanho do estrago feito pela mentalidade esquerdista inculcada ao longo dos anos na população. Vou explicar porque penso isso.
Quando na infância, lendo histórias em quadrinhos, geralmente de origem americana, achava interessante, curioso, o fato de crianças quando precisando de alguns trocados venderem limonada na porta de casa. Pediam dinheiro para a mãe e ela dizia “ora, vá vender limonada”.
E a criança cortava uns limões, os espremia, colocava água e açúcar, pegava uns copos, um caixote de madeira e ficava diante do portão vendendo limonada, especialmente nos dias quentes. Com isso, aquelas crianças aprendiam uma grande lição: Você quer algo? Trabalhe por ele. Ganhe dinheiro para comprá-lo.
O que nos faz, lentamente, o “well-fare state”, as políticas de bolsas e auxílios e esmolas oficiais? Nos corrompe a vontade de lutar pela vida. Os socialistas idiotas não percebem que o distributivismo mata o que é mais importante no ser humano, a vontade de lutar por algo por si mesmo.
O socialismo, no sentido final, cria imensas granjas onde as pessoas não passam de escravos aguardando suas migalhas diárias. Animais enjaulados aguardando a sua ração com hora certa. Isso não é humano.
Como as demandas crescem, e crescem, as pressões políticas aumentam os benefícios até que os países se quebram. É o que vemos na Europa de hoje. Todo mundo gastando mais do que poderia.
Numa sociedade sem Deus, sem espírito de religiosidade, sem o senso de culpa, de pecado, de esforço pessoal, só com a noção de “direitos”, o que poderia resultar de bom?
Pessoas que não sabem enfrentar problemas, vicissitudes, que nunca “venderam limonada”, não foram treinada a ganhar a própria vida. São viciados nos benefícios sociais.
Creio que a maior parte das explicações ou interpretações que li na imprensa falam, apenas, do contexto malvado que deixa as pessoas infelizes. A culpa é sempre dos outros. Do capitalismo. Nada li sobre tirar a bunda da cadeira e ir vender limonada para juntar uns trocados e ir comprar o perfume.
O socialismo cria gerações de vagabundos e sem vontade própria. E as sociedades sem Deus ou religiosidade que resultam da visão marxista, são o terreno apropriado para pessoas sem a noção do sacrifício, da luta pessoal, da busca por um sonho.
Não precisam, basta ir ali no posto do governo buscar o dinheiro oficial.
Mas isso acaba provocando problemas. Essa visão socialista opera dentro de sociedades capitalistas em que outras pessoas sabem vender limonada e ganham dinheiro, crescem na vida. Têm seus momentos de felicidade ou infelicidade, que isso nada tem a ver, apenas, com ter ou não dinheiro.
Os outros, que apenas aprenderam a mamar nas tetas do governo, garantem um mínimo para viver, mas, dentro de uma sociedade de consumo isso acaba sendo pouco. Querem mais. Não podendo comprar, e encontrando um tempo em que tudo é relativizado e justificável e interpretado como uma resposta às suposta e abstrata injustiça social, resta ir à rua e quebrar tudo, cheio de razão.
O governo inglês e a Scotland Yard pressionados pelo bom-mocismo dos tempos politicamente corretos, levaram dois ou três dias para decidir se deveriam usar canhões de água e balas de borracha contra os desordeiros! Ninguém está falando no uso de tanques de guerra e balas de verdade, como fez Assad na Síria. Não, a Inglaterra não é uma ditadura.
Os tontos ficaram discutindo se deveriam usar água e balas de borracha contra meros desordeiros. Enquanto isso, a maioria da população, os contribuíntes, foram abandonados à sorte! Um verdadeiro absurdo.
Mas uma democracia sólida como a Inglesa não pode ficar travada por uma idiotice como se é preciso ou não conter vândalos infelizes! Cacetete neles. Democracia não é zona. Como essa gente foi criada? Com que tipo de valores? Não sabem que hálimites, normas, que aos direitos se contrapõem deveres?
Que vão se virar. Que vão vender limonada.
Que leiam Ludwig Von Mises e aprendam sobre a ação humana e sobre a felicidade.
Aliás, a falta de lideranças de pulso é cada vez mais notória no mundo todo. Lembrem-se do banana do Barack Obama.
Só há demagogos, imediatistas, gente que quer resolver as coisas subindo os impostos de um lado e fazendo distribuição de benefícios de outro.. Isso leva aos caos e à bancarrota. Ainda mais em um tempo idiotizado pelo pensamento politicamente correto, relativista, multiculturalista em que as pessoas desaprenderam, ou nunca aprenderam, a trabalhar para o próprio sustento, perderam a vergonha, deixaram de introjetar o senso de culpa.
Numa sociedade assim, não há limites para as maiores barbaridades, sempre justificadas pelos esquerdistas.
Que vão todos vender limonada. Vai dar um pouco de trabalho, mas todos vão ficar um pouco mais felizes podendo comprar seus perfumes, livros e calças de brim com o próprio dinheiro.
Foto:
http://www.mansoorsiddique.com/life/london-riots-and-tottenham-shooting/
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