O nosso querido Brasil, país onde morrem 50 mil pessoas por ano por conta da violência, prestem atenção, o numero é muito, mas muito maior do que as mortes por ano na guerra do Iraque, na guerra do Afeganistão, na guerra civil Líbia, ou no massacre promovido pelo governo da Síria, está iniciando uma nova modalidade de matar.
Bem, posso estar exagerando. Talvez não estejamos inventando uma nova maneira de matar, mas copiando uma que parece funcionar muito bem lá no México. Cortar cabeças. Degolar. Passar a faca no pescoço da vitima, com toda a vontade. É um modo muito mais econômico do que gastar munição né?
Isso parece de mau gosto? Eu não acho não. Não falo sobre matar, é claro, isso acho de mau gosto. Mas falar como as técnicas de fazer as pessoas irem para o além não é de mau gosto não. É necessário, As pessoas precisam parar de fingir que nada está acontecendo. Que está tudo certinho. Não está não.
Há muitos tipos de morte, e elas nos chocam.
Há coisa estúpidas, como pais que atiram filhos pela janela, gente que trafega a 150 por hora e mata o outro, pessoas que brigam e saltam do décimo quinto andar. Há mortes por causa de brigas de trânsito, de pirulitos, ou invasões de terra.
De certo modo há tantas mortes por dia no Brasil que o governo confundiu tudo e até lançou uma campanha para desarmar os cidadãos pacatos. Os cidadãos legalizados, é claro. Dos bandidos ninguém chega perto para desarmá-los. E as armas deles é que são as tais armas ilegais. Acho que seria muito melhor se o governo fizesse uma campanha assim:
“Caro bandidão. Deixe os documentos em casa e dirija-se até um posto policial próximo para entregar sua arma preferida para assaltos e assassinatos. Basta você levá-la descarregada. Se for parado por policiais na rua, mostre a arma descarregada e diga: “sou um bandidão, estou atendendo o apelo do governo e vou deixar a minha arma, vejam, está descarregada, no posto policial. Sou um cara bacana.”
Os policiais, que não são bobos vão entender que o cara é legal e ele poderá seguir em paz para entregar a arma sem problemas.
Como ele deixou os documentos em casa, conforme o pedido do anúncio, ele entregará a arma sem ser identificado. Em paz. Na tranqüilidade, como é bom para um bandidão. E o Brasil será feliz para sempre. Acreditaram? Eu não.
Bem, assim que voltasse para casa o bandidão passaria a usar a arma que agora está na moda no México: facão.
Vejam, há vantagens. Imaginem-se tomando um tiro. Pá. Um furo, uma queimação. Com sorte vai para o hospital e o médico tira a bala e fecha o buraquinho. Ninguém quer tomar tiro, mas parece ser menos impressionante do que ter o pescoço cortado por uma faca. Nem sempre tão bem afiada. Como se alguém estivesse matando uma galinha para fazer sopa. Aquele vai e vem da lâmina sem fio deve ser meio irritante.
As notícias que tenho lido, de crimes em várias partes do País falam de bandidos que matam adotando o método da degola (os terroristas do Araguaia sabem bem como é porque usaram contra agricultores para implantar o terror. Isso também é muito usado pelas Farc e foi usado pelo Sendero Luminoso). Não sei porque os terroristas sempre gostaram de cortar pescoços. Acho que passa alguma idéia terrível.
A imagem de um pescoço cortado é aterrorizante. A sensação é arrepiante. Uma coisa pavorosa mesmo. Ponham-se no lugar da vitima. Imaginem aquela lâmina no seu pescoço. Zupt. De uma vez só, se afiada.
Vai e vem igual a uma serra, ser for uma faca mal afiada. Vai e vem. Vai e vem. Vai e vem.
Então, hoje em dias os traficantes estão usando esse método aqui no Brasil, que vou chamar de mexicano, pois está na moda no México (20, 30 cabeças rolam por dia lá no México nas brigas entre as quadrilhas de traficantes). E jogam as cabeças nas estradas, colocam sobre automóveis. Acho que os bandidos mexicanos são mesmo muito criativos.
Um sujeito compra drogas e não paga. Pegam o cara e cortam a cabeça e espetam em um postinho. Isso acontece agora aqui no Brasil. Uma moça, em Maceió (Alagoas) dormia em sua casa na periferia da Capital e a porta foi arrombada. Tiraram a moça da cama, na frente do marido e de dois filhos, e a levaram para o meio da rua, de madrugadinha, amanhecendo, chuviscando.
Judiaram dela, bateram nela, cortaram seu pescoço e arrancaram a cabeça. Espetaram num postinho. Não satisfeitos, arrancaram um braço inteiro e usaram para escrever com a sangue numa parede: alcagueta. Os bandidos achavam que ela havia dedurado os traficantes para a Policia. No bairro agora todo mundo é mudo. Não se diz nem mais bom dia. Uma coisa horrível.
Os traficantes são muito especializados em apavorar, judiar, cobrar, despedaçar, queimar pessoas em pneus. São gente boa, Rousseau que estava certo (o que os estragou foi o sistema capitalista), sabem, como extrair a colaboração dos outros. Com tais métodos sendo aplicados, não há quem não colabore.
E as autoridades estão preocupadas com as armas de fogos legalizadas guardadas na casa das pessoas!
No Mato Grosso, em Cuiabá, em Campo Grande, em trê Lagoas e outras cidades do Brasil cortar cabeças está na moda. É muito educativo, parece funcionar mesmo, pois as pessoas nem pensam em abrir a boca. (Não falo dos degolados).
Quase que acho preferível encerrar a campanha imaginada para os bandidões entregarem suas armas de fogo e começar outra para que as pessoas entreguem suas facas, facões, machados, foices e outros instrumentos cortantes.
Como aqueles compridos, com longos cabos de madeira igual a da foice da Morte que o pessoal sem terra adora mostrar na TV e nas fotos do Sebastião Salgado. Será que é para passar alguma idéia? Alguma mensagem? Isso sempre me intrigou. Qual o sentido de 200, 300 500 pessoas ocuparem uma prefeitura ou uma praça segurando aquelas foices? Será que é algum recadinho? O curioso é que eles podem. Tente juntar um grupo de 50 amigos, todos com foiçonas novas, bonitas e ocupem uma praça por uma hora. É capaz do Bope aparecer por lá e todo mundo ir para a cadeia. E ainda serão indiciados por exposição de foice dolosa (está na moda agora né, tudo é doloso). Não serei eu a descobrir.
Alguém precisa contar isso para as autoridades. Mas não sei se as facas usadas nos crimes eram legalizadas ou não. Existe isso?
bom texto e a foto me dá nauseas. Acho que seria uma degolar degoladores para ver se eles fazem mudas suas armas. Na verdade acredito que a liberação das drogas, vendida normalmente em mercados aliviaria um pouco essa situação. enquanto isso gostaria de ver pessoas ruins perdendo as cabeças. Tenho medo de perder a minha, mas não pelo meu pescoço, mas pela minha família.. pretendo protegê-los dessa violência e que Deus ou a coragem da galinha ao proteger os pintos me livre de algum tipo de situação gratuitamente violenta.
ResponderExcluir