De fato, acredito que foi uma idéia muito infeliz do pessoal de Marketing da Mercedes Benz. Não sei se a idéia surgiu na matriz alemã, ou na filial americana, mas a empresa precisa tomar muito cuidado com as ligações de imagem que faz, pois o seu próprio passado, nos anos 30, nos tempos do regime nazista, poderia facilmente ser usado contra ela. Além de polêmicas ligações com o regime militar argentino, nos anos 70.
No caso em questão, a Mercedez Benz participava de um evento, o International Consumer Electronics Show, em Las Vegas , Nevada, apresentando um aplicativo (Car Together), que ajudaria os usuários da Internet a obterem carona, economizando combustível e poluindo menos o ambiente. Uma idéia de compartilhamento.
De fato, não sei quem foi o jerico que teve a idéia de usar a imagem de Che Guevara para ligá-la a meio ambiente, a economia de combustível e a alta tecnologia, uma vez que Che não tinha nada a ver com qualquer dessas coisas.
O publicitário ou marqueteiro de plantão da Mercedes deve ter achado o máximo ligar a idéia de “Revolução” a Che e à Mercedes. Deu-se muito mal. Além de que, Cuba, não serve como modelo de preservação ambiental, nem de economia de combustível e nem de pesquisa tecnológica. É uma imensa prisão. Somente poderia ser associada aos campos de concentração nazistas. E essa comparação seria imensamente aborrecida para a Mercedes Benz.
Um dos diretores da Mercedes alemã disse que o aplicativo era revolucionário e que isso remetia ao comunismo, pela possibilidade de compartilhamento do mesmo veículo. Uma verdadeira idiotice, como se o ato de compartilhar algo fosse uma idéia comunista, ou propriedade ideológica do regime. O que as pessoasmais compartilham no comunismo é propaganda enganosa, falta de alimentos e de liberdade.
Só caberia essa associação se a Mercedes estivesse ironizando o fato de que nos países comunistas, pela falta de veículos, muitos terem que usar o mesmo carro.
O que indignou os cubanos no exílio foi usar a imagem queimada de Che Guevara, um sabido assassino, sobre o qual já não há mais ilusões sobre a qualidade de seu humanismo.
Há imensa bibliografia, a esta altura do Século XXI, para desiludir os abobalhados que idolatram Che Guevara. Foi um ministro incompetente, um péssimo comandante militar (pois não tinha o menor preparo militar, perdeu as guerras na África, e deu-se muito mal na Bolívia), e gostava de atirar em pessoas (há vários depoimentos, basta pesquisar), além de assistir com prazer, de sua janela na prisão que comandou, em Havana, os fuzilamentos de adversários ou antigos companheiros que protestavam por terem descoberto que Fidel queria ser um ditador, igual a Batista.
Em suma, não passava de um revolucionário sanguinário que chegou a incomodar até outro sanguinário como Fidel Castro que lhe arranjou a fatal aventura maluca na Bolívia, para livrar-se dele.
Assim, dois milhões de cubanos exilados nos EUA, além de outros tantos que não conseguem sair de Cuba, têm seus motivos para não gostar de Che e vê-lo como garoto propaganda de uma empresa capitalista.
A Mercedes, após a gritaria cubana pediu desculpas pelo fato. Mas o estrago já estava feito.
Penso que a Mercedes Benz deveria demitir o idiota que fez a campanha. Fazer referências de caráter ideológico, usando figuras controversas como Che, pode não ser uma boa estratégia. Quem se arriscou a isso, nos anos 80 e não foi muito bom, a longo prazo, para ela, foi a Benetton.
MERCEDES NA DÉCADA DE 30.
AUTO UNION DE ROSEMEYER BATE RECORD MUNDIAL, ATINGINDO 432 KM/H EM UMA RETA |
Quando Hitler assumiu o poder, em 1933, percebeu que apelar para feitos tecnológicos seria uma excelente propaganda para o regime nazista. Então, investiu nas autoestradas (as famosas autobahn alemãs) e na construção de veículos populares (resultando o famoso Fusca, o Carro do Povo, Volkswagen).
Mas isso era pouco, precisava fazer propaganda com algo mais estridente. Assim, estimulou a união de fábricas de automóveis e surgiu a Auto Union, e incentivou corridas automobilísticas nas quais os carros alemães (Auto Union e Mercedes) ganhavam tudo. Do ponto de vista das corridas de automóveis, esquecendo-se o regime, a década de 30 foi fantástica, especialmente por cont a dos bólidos alemães.
MB SILBERPFEIL (FLECHA DE PRATA)(SILVER ARROW) EM AVUS. |
Essa era uma propaganda da qual Hitler gostava e investia dinheiro nos projetos. Havia pego uma Alemanha falida e os velozes Flechas de Prata da Mercedes e seus equivalentes da Auto Union humilhavam as marcas famosas européias como a Ferrari, Maseratti, e outras. Para isso os alemães contavam com uma equipe de ases do volante como os lendários Bernd Rosemeyer, Rudolf Caracciola, Hans Von Stuck, e Hermann Lang.
As Mercedes tinham seus motores à frente; os Auto Union atrás, numa concepção de Ferdinand Porsche.
Foi uma época especial para o automobilismo, mas muitas empresas alemãs tiveram relação próxima com o projeto nazista, assim deveriam manter-se longe desse vespeiro.
TRIBUTO A BERND ROSEMEYER QUE MORREU NO DIA DO RECORDE
HITLER INAUGURA O SISTEMA AUTOBAHN EM 1938
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