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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

QUEM TEM MEDO DA BARBIE? OS AIATOLÁS DO IRÃ TEM MAIS MEDO DA BONECA BARBIE QUE DAS BOMBAS DE ISRAEL. A loirinha, nascida em 1959, assombra os fanáticos e nacionalistas iranianos, pois temem que ela corrompa a infância e a cultura nacional! Por isso proibiram a sua venda no pais.


AIATOLÁS TEMEM A INVASÃO DAS BARBIES

Quando Ruth e Elliot Handler criaram a boneca Barbie, em homenagem à própria filha Bárbara Millicent Roberts, que adorava brincar com bonecas, nem poderiam imaginar que, 53 anos mais tarde, ela pudesse ser vista, não como um simples brinquedo de meninas, mas uma arma de destruição cultural. 

É nisso que terminam as ditaduras como a do Irã. Temem tudo, até a própria sombra. Ditadores, apesar do imenso poder aparente, são sempre ridículos. Mas, pensando bem, acho que além de uma tremenda de uma idiotice essa história de preservação cultural por conta do ataque de uma boneca, ainda fica parecendo que as autoridades iranianas são bastante hipócritas. Vejamos.

Nós não lemos notícias de que os aiatolás iranianos rejeitam utilizar aviões, relógios, antibióticos, automóveis, computadores, televisão, telefones. Nem abriram mão do cinema, e de outras invenções e comodidades desenvolvidas pela inventividade, tecnologia e ciências ocidentais. 

Outro dia mesmo Mahmoud Ahmadinejad voou de Teerã a Caracas para visitar seu amigo Chapolim Chávez. Poderia ter feito o trajeto em barco a remo.

O Irã tem uma razoável indústria de automóveis, mais ou menos em vigésimo lugar no mundo, produzindo sete ou oito modelos, alguns de procedência francesa (Peugeot). Nada disso é tido como ameaça à cultura iraniana.

Ocorre que, o episódio de Barbie, me fez recordar Arnold Toynbee, quando, em Estudos de História Contemporânea, trata da questão das relações entre oriente e ocidente. Segundo o autor inglês, ao modernizarem seus países, os orientais, por razões de natureza militar, precisaram enviar pessoas ao exterior, para formação, e também importar técnicos e engenheiros, por exemplo.

Esse contato com o mundo exterior, e a entrada de estrangeiros criou canais e vínculos impossíveis de destruir de uma hora para outra.

Ao utilizarem dezenas de produtos e idéias ocidentais, a cultura original, seja lá o que isso signifique para eles, já foi para o espaço. Combatendo a Barbie eles imaginam fomentar um tipo de patriotismo especial, mas na verdade isolam o pais, numa filosofia do tipo o Irã para os iranianos. Deveriam esquecer o que aprenderam e voltar aos tempos antigos.

Talvez a boneca Barbie seja vista apenas como um símbolo de invasão e domínio cultural estrangeiros, como aconteceu na América Latina com relação ao Pato Donald e ao Mickey, vistos pela esquerda como agentes da CIA, destruidores da cultura nacional, blá, blá, blá... 

No Brasil há até teses sobre essas besteiras.

Em Cuba, expulsaram os americanos, e todo o estilo de vida das sociedades moderna capitalistas de mercado, mas o esporte nacional segue sendo o beisebol! E os comunistas cubanos são menos comunistas por causa disso?

No Irã,  para enfrentar e ocupar o lugar da banida Barbie (que ainda vende muito por conta do contrabando e da demanda) os iranianos criaram uma dupla de gêmeos, Dara e Sara, com roupas típicas regionais do Irã.

DARA E SARA CONTRA BARBIE
Nada de errado em bonecos nacionais, aqui no Brasil a Barbie convive perfeitamente com concorrentes locais. Mas por razões mercadológicas

O que impede que isso aconteça no Irã? O medo de perder o controle da situação. Mas será esse mesmo o caminho a ser seguido?   

IMAGEM BARBIE:

IMAGEM DARA E SARA:

SITE DARA AND SARA:
http://darasara.kanoonparvaresh.com/

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