Percival Puggina tocou num ponto importante quando escreveu o artigo “Quando a esquerda vai a Cuba”: a incapacidade dos esquerdistas de falarem com verdade e sinceridade sobre o que viram por lá em sua viagem de férias.
Das duas uma, como acontecia na antiga União Soviética: ou ao viajante era apresentado um roteiro do qual não conseguia escapar, com as maravilhas do regime, um conjunto de mentiras nas quais era obrigado a acreditar posto que era o que podia ver, nesse caso um inocentão útil, que voltava fazendo propaganda; ou era um militante sempre disposto a só ver a versão oficial, pouco se lixando para o sentimento das pessoas comuns.
Sobre Cuba acontece mais ou menos o mesmo. O socialista, comunista, fidelista, seja lá o que for, vai até lá e volta falando maravilhas, embora tenha ficado bem acomodado em locais em que um cubano do povo jamais poderá pisar.
Um cidadão comum, turista romântico, curtirá a maravilhosa paisagem, poderá ter momentos agradáveis em Cuba e voltar imaginando que são pobres mas são felizes. Nunca terá um tempo e disponibilidade para as confissões dramáticas sobre o cotidiano.
De fato, pouca gente sabe que Havana tem grandes áreas quase em ruínas, pelo desgaste, e que há pesado controle sobre a população do interior para evitar a migração interna, por falta de moradias. Há mais de dez vezes mais prostitutas hoje do que nos tempos de Batista. Ser “jinetera” abre muitas portas e trás algum conforto à permanente carestia cubana.
Muitos turistas ficam deslumbrados com a antiga frota de carros americanos que circula em Havana, hoje preciosidades ambulantes, embora conservados aos trancos e barrancos. Não imaginam o quanto sacrifício custaram ao povo aqueles carros. São a única prova de que já tiveram alguma coisa melhor no passado.
Há mentiras demais sobre o regime cubano. E, como disse Puggina, socialistas que visitam Cuba voltam mentindo, como se isso os deixasse felizes por acreditarem que o que viram é, realmente, o que gostariam de ter aqui. Os socialistas são realmente curiosos. Sempre que são questionados sobre a porcaria que é Cuba ou que foi a Europa socialista respondem: "aquilo era um desvio do verdadeiro socialismo".
O socialismo verdadeiro sempre será o do futuro. É esse mantra que os move. Podem presenciar a maior miséria, as maiores mentiras, o maior fracasso, a maior dor, mas dirão: "'o de amanhã será o verdadeiro socialismo". Por isso a implantação do socialismo custa tanto sangue, e isso é nada. Amanhã...
Aí voltam para a Vila Madalena em São Paulo , Ipanema, no Rio, para aos grandes shoppings, para a rua Oscar Freire, para suas roupas caras –socialistas são sofisticados- para seus altos salários na hierarquia oficial, pensando nas próximas férias em... Paris.
Gutenberg J.
Quando a esquerda vai a Cuba
Percival Puggina
20 Janeiro 2012
Cuba importa US$ 11 bilhões e exporta apenas US$ 4 bilhões. Não é por causa do embargo que as exportações cubanas são insignificantes. É porque - isto sim! - sua economia estatizada quase nada produz.
É uma encrenca. Tenho visto muita gente de esquerda opinar sobre Cuba após uma viagem àquele país. Há os que, afetados por esclerose múltipla, de etiologia marxista, não entendem o que veem e proclamam que voltaram do paraíso. Outro tipo segue a linha daquela senhora que entrou em mutismo até desabafar, sob pressão dos familiares: "Tá bom. Aquilo é uma droga, mas não posso ficar dizendo, tá?". Tá, senhora, eu a entendo, apesar de, pessoalmente, não considerar aquilo uma droga. Droga é o regime. O povo cubano, submetido ao arbítrio e aos humores de uma ditadura que já leva mais de meio século, é um povo desesperançado. E há opiniões ainda mais notáveis, que se proporcionam quando o esquerdista que vai a Cuba é uma liderança política. Instado a opinar sobre o que viu, a celebridade tem que responder ao repórter.
Por outro lado, se não disser que há um regime totalitário instalado no país, que só existe um partido político, que não há liberdade de opinião, que os meios de comunicação são órgãos do governo ou do partido comunista, que há um rigoroso controle da sociedade e da vida privada pelo Estado e que persistem as prisões políticas, o sujeito se desqualifica como democrata perante as pessoas de bom senso porque esses fatos são irrecusáveis. É uma encrenca.
Pois foi nessa encrenca que se meteu o governador Tarso Genro quando decidiu passar uns dias de férias na ilha dos irmãos Castro. As perguntas lhe vieram, em primeira mão, do portal Carta Maior, órgão quase oficial dos companheiros do governador. O inteiro teor da entrevista pode ser lido em www.cartamaior.com.br ou, em short link, aqui: http://bit.ly/yPek9J.
Como fez o governador para sair dessa? Atacou o suposto bloqueio norte-americano à Ilha, claro. No entanto, até os guindastes do Porto de Mariel (onde o BNDES está financiando um investimento de US$ 600 milhões) sabem que não existe bloqueio a Cuba. Bloqueio seria uma operação militar impedindo a entrada e saída de navios. O que existe é um embargo pelo qual os Estados Unidos pretenderam restringir as operações comerciais com a Ilha. No entanto, esse embargo está totalmente desacreditado há muito tempo.
Os principais importadores de produtos cubanos são, pela ordem, Venezuela, China, Espanha, Brasil e Canadá. E os principais exportadores para Cuba, são, também pela ordem, Venezuela, China, Espanha, Canadá e Estados Unidos (é sim, 4,1% das importações cubanas são de bens de consumo made in USA). E não me consta que qualquer desses países mencionados, Brasil entre eles, sofra restrição comercial por parte dos Estados Unidos. Aliás, China e Venezuela destinam aos ianques respectivamente 18% e 38% de suas exportações e neles buscam respectivamente 7% e 27% de suas compras.
Que terrível bloqueio americano é esse? Por outro lado, Cuba importa US$ 11 bilhões e exporta apenas US$ 4 bilhões. Não é por causa do embargo que as exportações cubanas são insignificantes. É porque - isto sim! - sua economia estatizada quase nada produz. Com um déficit comercial desse tamanho, o BNDES que se cuide, dona Dilma.
Sete vezes, na entrevista, o governador usou o anti-americanismo como forma de tergiversar sobre os males que o regime impõe ao país onde passou as férias. Tarso, na entrevista, estava sendo interrogado sobre Cuba por um jornalista companheiro. E batia nos Estados Unidos, enquanto surfava sobre o fato de que se há um bloqueio em Cuba, ele é o bloqueio imposto pelo governo à população, esta sim, impedida, sob força policial e militar, do fundamental direito de ir e vir.
Por fim, sobre a questão da democracia, o governador saiu-se com esta preciosidade: "A questão democrática em Cuba não pode ser avaliada com os mesmos parâmetros que servem para o Brasil, para a Argentina e para o Uruguai, por exemplo." Não, não pode mesmo. Se for avaliar a questão democrática em Cuba com conceitos abstratos e imprecisos (apesar de universais) como, digamos assim, eleições livres, pluralismo partidário, liberdade de expressão e de imprensa, aí a coisa fica complicada. A democracia cubana tem que ser avaliada sob conceitos de partido único, liberdades restritas, inexistência de oposição e estado policial. Viram como é uma encrenca?
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIAS SEM MÁSCARA:
Foto de carro:
VÄSTERAS - POWER BIG MEET
Se é para ver carros americanos antigos perfeitos, num padrão de primeiro mundo, é melhor é à Suécia, ao festival de Vasteras. Há liberdade, não há opressão. É certo que não existem as praias do Caribe, mas aí também já é querer demais, não é?
Meu caro amigo GUTEMBERG, esquerda é UTOPIA- SONHO- DELÍRIO- ALUCINAÇÃO
ResponderExcluirApenas isto!
A relidade é nossa!
A esquerda é a mentira- a fraude - o cinismo....
A nós cabe a parte mais dura da vida