Este é o segundo e demolidor artigo de Felipe Melo sobre a desastrada e ofensiva capa da Revista Placar em que Neymar é comparado a Jesus Cristo.
Protestai fiéis: sois cristãos ou ratos?
A revista Placar e a desfaçatez anticristã
FELIPE MELO
01 OUTUBRO 2012
A repercussão da execrável capa da edição de outubro da
Revista Placar – que, para sair em defesa do jogador santista Neymar, o compara
a Jesus Cristo –, já gerou bastantes frutos. Corre a Internet, desde a semana
passada, um abaixo-assinado em repúdio à capa escolhida pela editora Abril e
pela revista Placar que já conta com quase dez mil assinaturas.
Prevendo que esse gesto de imenso mau gosto fosse gerar
reações, o diretor da revista, Maurício Barros, deu declarações na semana
passada que visavam a tirar qualquer traço culpa ou deliberação do ato da
revista: “Acho que pode haver a comparação porque Jesus Cristo foi o
crucificado mais famoso, mas a nossa analogia é com a execução, como a
crucificação como elemento histórico de execução pública".
Duas coisas curiosas que devemos levar em consideração nessa
história são:
1) A cruz não é, nem de longe, o único “elemento histórico
de execução pública” passível de ser utilizado como analogia visual. Há dois
outros que, por exemplo, poderiam ser muito bem utilizados pela revista: a
guilhotina, método de execução pública preferido pelos revolucionários
jacobinos durante a Revolução Francesa; e o enforcamento, certamente o método
de execução pública mais utilizado na história humana, desde a Antiguidade até
os dias de hoje. Ambos passariam exatamente a suposta mensagem que a revista
quis passar, qual seja, a de condenação pública. No entanto, essa não é a
intenção da revista, o que se demonstra abaixo.
2) Se o objetivo não era comparar Neymar a Jesus Cristo, por
que então a revista realizou uma montagem com base numa famosíssima pintura de
Cristo crucificado? A obra que serviu de base para a montagem é o quadro
“Cristo Crucificado” (1632), do grande retratista barroco Diego Velázquez. Veja
abaixo:
Repare bem a comparação entre as duas imagens. Os detalhes
são exatamente os mesmos: a forma do tecido que cobre o quadril de Jesus
Cristo, sangue de seus pés, a posição dos dedos das mãos, até mesmo o lado
aberto de Cristo, trespassado pela lança de um soldado romano. Diante dessa
evidência claríssima, qualquer justificativa improvisada de dizer que não se
queria comparar Neymar a Cristo só pode ser tomada como uma grande e deslavada
mentira.
O objetivo foi, sim, o de utilizar um símbolo religioso querido a
milhões de brasileiros, sinal de Redenção e Salvação para todos aqueles que
abraçam a fé cristã, e, assim, promover a revista através da mais baixa e
rasteira polêmica.
Temos que continuar a expor esse desrespeito à cultura
brasileira e à fé cristã assinando e divulgando a quem conhecemos o
abaixo-assinado em repúdio a essa ofensa. Fazer isso não é apenas nosso direito
de cidadãos, mas, para aqueles que são cristãos (como eu), é um dever
imperioso: como nos apresentaremos diante de Deus e diremos que, até mesmo nas mínimas
coisas, nos eximimos defender as verdades de fé legadas por Nosso Senhor?
Mas não basta apenas assinar o abaixo-assinado: precisamos
esclarecer as pessoas que conhecemos sobre essa baixeza vil e promover um
grande boicote à revista Placar por essa ofensa despropositada a milhões de
brasileiros.
Felipe Melo edita o blog da Juventude Conservadora da UnB.
ESTE TEXTO FOI REPRODUZIDO DO BLOG DA
JUVENTUDE CONSERVADORA DA UNB.
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