RICARDO LEWANDOWSKI. -VÁ EM PAZ, DIRCEU, VOCÊ NADA FEZ DE ERRADO-. O MINISTRO DISSE QUE TEM A CONSCIÊNCIA TRANQUILA. |
Após as lideranças petistas perceberam que o julgamento do caso do Mensalão pelos
ministros do STF era para valer começaram a babar e a soltar veneno por todos
os poros. E pela língua comprida.
Fomos obrigados a ouvir ou a ler que o caso não era o julgamentoe de crimes
contra o povo, pois contra o erário. Roubo, desvio de dinheiro público para
fins escusos. Não, seria apenas uma vingança, um modo de a elite, a imprensa e
a oposição, vingarem-se do santo Lula e seus apóstolos salvadores da Pátria.
Quem não os conhece que os compre.
Um partido que não foi capaz de, democraticamente,
reconhecer a Constituição de 1988, e que faz parte de uma entidade que coloca
interesses internacionais socialistas acima dos nacionais, como o Foro de São
Paulo, precisa ser examinado com cuidado.
A necessidade de construir uma hegemonia a qualquer preço
para levar a cabe um projeto totalitário é que fez as coisas descambarem e
desaguarem no chamado Mensalão. Nada mais que uma ação para manietar opositores
e apoiadores em uma rede de direção única: o totalitarismo. A redução da pluralidade
às certezas absolutas de um partido único... comandado por Deus: Lula.
Larga deu, chulé.
Assim, não me espantei com altos dirigentes e senadores e
deputados petistas babarem ódio e espumarem inverdade sobre o julgamento. Um
senador chegou a dizer que era um absurdo ministros do STF, nomeados pelo
governo (Lula), terem o topete de condenar alguém contra os interesses partidários.
Essa fala é, por si só, uma verdadeira aberração.
Como um senador imagina que um ministro de um poder
independente da República possa ou deva votar com cabresto?
E é disso que trata, agora, o blogueiro Reinaldo Azevedo, um
dos mais importantes analistas da imprensa do Brasil. Em cada texto uma lição de
jornalismo, lógica e raciocínio analítico. Pincei alguns trechos de um texto que merece e deve ser lido
integralmente (endereço ao fim).
Impunidade não é garantia democrática, Lewandowski! Aliás, é
apanágio de ditaduras!
REINALDO AZEVEDO
“...O voto desta quinta-feira do ministro Ricardo
Lewandowski é a evidência escancarada de um Supremo Tribunal Federal infiltrado
pelos interesses partidários mais mesquinhos – e pouco me importa se ele tem ou
não a carteirinha do partido. Lewandowski é a prova de que, por meio do regime
democrático, é perfeitamente possível promover a depredação das instituições, o
seu rebaixamento, a sua desqualificação. Afinal, o presidente da República tem
o poder de indicar o candidato ao Supremo. Ao Senado cabe sabatiná-lo e
aprová-lo ou rejeitá-lo. Se o chefe do Executivo decide escolher um mero
esbirro de um projeto político e se os senadores se comportam como despachantes
do Palácio, toma assento na corte suprema do país o serviçal de um partido ou
de um grupo. Como impedir que isso aconteça? Entregar a indicação a corporações
de ofício também não é uma boa saída. Não há outro caminho: também nesse caso,
só a vigilância democrática é eficaz – dos cidadãos, da imprensa, dos
advogados, das pessoas de bem...”
Então Delúbio era o chefe do PT?
“,,,Entende-se agora por que Lewandowski, secundando Márcio
Thomaz Bastos, opôs-se com tanta energia ao fatiamento do julgamento. Do modo
como Joaquim Barbosa conduziu o seu voto, as escolhas têm de ser feitas à luz
do dia, segundo a exposição escancarada dos fatos. O que o ministro fez nesta
quinta-feira, ao inocentar com tanta energia e dedicação José Genoino e José
Dirceu, foi transformar o ex-tesoureiro Delúbio Soares em chefe máximo do
partido. Quem? Este senhor é incapaz de administrar a própria reputação – já
que sempre se oferece para ser o cobre de plantão de colegas mais graúdos…
Imaginem se poderia ser ele o Dom Corleone do petismo… Trata-se de uma piada
grotesca...”
“...Mas não seremos tão cruéis a ponto de forçar Lewandowski
a chegar ao óbvio com base na pura lógica. Não! Contra Dirceu há depoimentos –
os líderes partidários dizem que qualquer acordo tinha de ser referendado por
ele – e há os fatos: as reuniões com a cúpula do Banco Rural, em companhia,
calculem, de Marcos Valério (por quê???) e Delúbio Soares...”
“...É patético que o ministro se esconda atrás de um suposto
apego ao garantismo para ignorar a realidade. O garantismo que permite a
impunidade é falácia. Os que se dizem adeptos dessa corrente estão é em busca
de Justiça, não o contrário. Então Lewandowski condena por corrupção passiva um
Roberto Jefferson, que admite ter recebido uma mala de dinheiro para distribuir
aos petebistas, mas absolve Dirceu, que foi quem costurou aquele acordo,
fundado sobre aquelas bases, a saber: dinheiro? Ou o ministro tentará nos convencer
de que a “autoridade” petista com quem Jefferson negociava era… Delúbio? Por
quem nos toma Lewandowski?...”
Concluindo
“...Um ministro está prestes a assumir a vaga aberta com a
saída de Cezar Peluso. No mês que vem, outro assento se torna vago, com a
aposentadoria de Ayres Britto. Por enquanto, pela maioria folgada de seus
integrantes, temos e vemos um Supremo Tribunal Federal que honra a sua
independência. Lewandowski, no entanto, é a evidência que aquela não é uma Casa
imune a interesses que podem orbitar fora da Constituição e dos códigos legais.
Ou a gente diz isso a tempo, com todas as letras, ou, como
diria Camões, um dia o dano pode ser maior do que o perigo...”
Por Reinaldo Azevedo
PARA LER O TEXTO INTEGRAL, E MERECE SER LIDO, AQUI:
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