Pesquisar este blog

terça-feira, 30 de outubro de 2012

MESÁRIO CUJA BOCA NÃO ESTÁ LIGADA AO CÉREBRO OFENDEU O MINISTRO LEWANDOWSKI E AGORA COLOCA A CULPA NA IMPRENSA. “Tal frase nunca sairia de minha pessoa, se fosse de fato pensado por mim” disse. Então a boca dele solta palavras que não passaram pela cabeça! Por onde teriam passado antes? Um verdadeiro mistério.


SPONHOLZ


O sujeito até poderia haver pensado, mas jamais externaria seu pensamento secreto ao ministro Ricardo Lewandowski. Mas alguma coisa o forçou, forçou, e ele acabou fazendo caca. No domingo passado, no segundo turno, em São Paulo, o ministro Lewandowski ouviu de um mesario, em público, que deveria levar um abraço a José Dirceu.

José Dirceu, para quem não sabe, é um petista de alto coturno, com muitos serviços prestados ao Pais, segundo ele mesmo, um verdadeiro herói pátrio, a quem o STF teve a ousadia de condenar por corrupção ativa e formação de quadrilha no caso Mensalão.

O detalhe crucial, no caso, é que Lewandowski foi um dos dois ministros que o absolveram. O outro foi Antonio Dias Toffoli, ex-advogado de Dirceu, mas isso é mero detalhe.     

No domingo do segundo turno, dois episódios se destacaram na imprensa paulistana. O primeiro foi relativo às grosserias que o ministro do STF Ricardo Lewandowski ouviu ao chegar ao local de votação. Uma senhora passou por ele e disse: “Que nojo”, registrou a imprensa.

Outro episódio, muito pior, envolveu o senhor José Genoíno, corrupto petista, ex-presidente do PT, também condenado pelo STF corrupção ativa e formação de quadrilha, que foi votar acompanhado de sua SA (Sturm Abteilung) privada, constituída por cerca de 50 militantes mal humorados que empurraram pessoas, distribuíram porradas em jornalistas, quebraram vidros nos corredores da escola, danificaram equipamento fotográfico da Folha de São Paulo, e ainda derrubaram uma idosa de 82 anos, que usava bengala para andar.

Gente muito fina e delicada. Verdadeiros democratas. Tudo isso porque os repórteres, bisbilhoteiros como sempre, queriam perguntar coisas, certamente incômodas ao outro herói nacional. Para enfatizar todo o heroísmo de que teria sido ultrajado pelo STF, não satisfeito com o cordão sanitário à sua volta (era preciso manter o ambiente limpo) ainda enrolou-se numa bandeira nacional. Quem viu disse que foi a coisa mais linda e emocionante.    

Há pessoas a quem não se pode perguntar “como tem passado?”, pois desandam a responder que surgiram dores nas costas, que não conseguem pagar suas dívidas, ou que o cachorro faz pipi no tapete. Melhor ficar de boa fechada. E, descubro agora, que há pessoas que são incapazes de pensar qualquer coisa sobres os outros, mas de quem, ao mesmo tempo, escapam ofensas pela boca, num tipo de processo automático. E, quando não entendem bem o que aconteceu, fazem como petistas, colocam a culpa na imprensa.

MESÁRIO SE DESCULPA COM O MINISTRO

Segundo a assessoria do ministro Ricardo Lewandowski, o mesário que foi grosseiro com o ministro tentou entregar diretamente a ele uma carta de desculpas. O sujeito, um funcionário da Justiça Eleitoral, não conseguiu o encontro, mas entregou as suas desculpas na residência de Lewandowski.    

“Venho por meio desta carta pedir perdão pelo meu comportamento no dia de 28/10/2012, segundo turno das eleições para prefeito da cidade de São Paulo. Estou profundamente arrependido de ter ofendido, sei que o senhor está muito bravo tanto pelo ocorrido como também pela repercussão que tal episódio gerou.

Fui manipulado pelos repórteres que ali estavam a comentar algo, e de ato não pensado, infelizmente, acabei soltando o que não devia.

Sou profundo admirador do seu trabalho, reconheço que as pessoas que ali estavam, estavam de toda forma erradas, e que eu, principalmente, fugi de minha razão quando faltei com o devido respeito, mesmo que manipulado de certa forma, eu agi da pior maneira, sem querer, insultando não somente um cidadão de bem, mas também um ministro do Superior Tribunal Federal.

Gostaria de esclarecer que não gerei nenhum apelido para o senhor como é mencionado em um site, e isto o senhor presenciou. Eu apenas deixei que a má influência dos jornalistas causasse sobre mim a ação que gerou tal fato. Tal frase nunca sairia de minha pessoa, se fosse de fato pensado por mim. Sinceramente, perdão pelo ocorrido, farei o necessário para que possamos ficar em paz, se o senhor aceitar, amigos.”

Pois é, o mesário disse que foi manipulado pela presença de repórteres – e que, ao contrário do que se divulgou, não definiu o ministro como “Liberandowski”. O que ele fez, em meio à suposta pressão de profissionais da imprensa, segundo ele, foi sugerir ao ministro que mandasse um abraço a José Dirceu. Imagino os pauteiros e chefes de reportagem dizendo aos repórteres logo cedo: "Olha, veja se você consegue algum trouxa hoje lá na sessão do Lewandowski para termos notícia mais tarde. Tá bom?"

Como funcionário da Justiça Eleitoral poderia ser processado por desacato. Lewandowski poderia, também, ter dado voz imediata de prisão ao abusado.

No fundo, talvez, o homem nem tenha pensado nada, mas de sua boca acabou escapando, por obra e graça do Divino Espírito Santo, aquilo que estava na cabeça de milhões de brasileiros indignados, mas que ficaram de boca fechada.

Quem sabe? Milagres realmente podem acontecer.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário