Pesquisar este blog

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A MORTE DO SARGENTO FUKUHARA, EM SANTOS (SP) E AS FALHAS DA POLÍCIA MILITAR E DA IMPRENSA. A polícia não tem equipamentos suficientes. A imprensa é rápida e superficial. (Vídeo)

SARGENTO MARCELO FUKUHARA
MORTO POR DOIS ATIRADORES COM FUZIS


Sobre o brutal assassinato, verdadeira execução, do sargento PM Marcelo Fukuhara, em Santos, SP, na madrugada de domingo passado, quero comentar duas coisas que não me saem da cabeça. Uma é que constato, com imenso pesar, como a imprensa está trabalhando mal, sem a mínima condição de checar os fatos adequadamente e propagando informações imprecisas e, até, contraditórias. Outra é relativa à situação precária com a qual operam os policiais militares, apesar de a PM paulista ser uma das melhores do Brasil. 

Foi preciso um bom policial morrer para ficarmos sabendo, pelas palavras da viúva, que a Polícia Militar está mal aparelhada, as viaturas não tem rádios que funcionem bem, que os salários são ruins, ou que as armas dos criminosos competem ou são melhores que as armas dos policiais?

Chama a atenção, realmente, a senhora Rosana haver dito que seu marido não dispunha de escolta, apesar de ameaçado de morte há cerca de um ano. No final do noticiário da TV regional, após a notícia da morte do policial a apresentadora informa que ele tinha escolta.

Não há, em seguida, qualquer questionamento. Se ele tinha escolta, onde estava ela na hora em que morreu? Ou a escolta para um ameaçado de morte funciona somente em horário de expediente, ou quando o policial está fardado?

NO VÍDEO VÊ-SE CLARAMENTE,
DUAS RAJADAS DE CALIBRE 762, OU 556

Vindo da imprensa, perguntar jamais ofende. Ofende ao público é a imprensa jamais fazer perguntas incômodas aos que ocupam funções de alta responsabilidade, seja um prefeito, o governador, ou o comando da PM..  

A esposa do policial morto, Rosana Alves Gonçalves, deu entrevistas à imprensa e disse coisas e chamou a atenção para detalhes que parece que os jornais, especialmente os impressos regionais, não reparam. Ou fatos que parecem tão comuns aos olhos calejados dos repórteres policiais, que não se transformam mais em pautas e reportagens.

Fico pensando o que fazem os pauteiros dos jornais, ou pior, se certos assuntos são pautados, qual a razão dos temas não serem, depois, tratados adequadamente. Fica uma pergunta incômoda: o que está faltando aos jornais impressos? Por que estão perdendo leitores? O que mudou em sua estrutura que não conseguem mais tratar adequadamente os problemas da realidade?

Quanto à questão da imprensa, creio que a maior dificuldade está nas falhas inerentes à comunicação rápida via Internet. Publica-se mais rapidamente que os veículos impressos, é certo, mas sem as devidas checagens.

Mas os veículos impressos, por sua vez, parece que, ao invés de mandarem repórteres verificarem diretamente os fatos, como há alguns anos, agora coletam informações pela Internet, de fontes nem sempre seguras, e usam demais o telefone, deixando de observar com os próprios olhos. Depois os sites da Internet repetem o ciclo e copiam dos impressos, levando a uma espiral de erros.

O VÍDEO É CLARO

O vídeo que registra a execução do sargento Fukuhara  é bem claro: o sargento está andando com seu cão pela calçada. Em seguida vai atravessar a rua e surge um veículo de quatro portas andando muito devagar e começam disparos, das duas janelas, contra Fukuhara.

O sargento cai e fica se mexendo. Talvez gravemente ferido. Ainda disparam contra ele e o carro arranca. Surge alguém para ajudar, o vigia de um Buffet, Luis Antonio AlveS Carvalho, 53 anos, que também acabou baleado e morto.

Nesse momento dois homens cruzam a rua (o veículo havia dado a volta e retornado) e disparam rajadas de fuzil sobre ambos, especialmente Fukuhara. Isso é cristalino.

Vários jornais, apesar do vídeo, o que prova que seus repórteres nem viram a gravação, repetem que foi um sujeito encapuçado e que a arma poderia ter sido um fuzil. A imagem é nítida, foram dois atiradores, com fuzis, despejando uma rajada cada atirador. Dependendo da arma, é possível disparar em rajada até 30 projéteis, calibre 556 ou 762.

Não se sabe, ainda, ao menos a polícia não divulgou, se as armas eram importadas (Ak-47, ou M-16), ou armas nacionais como as fabricadas pela Imbel ou Taurus, usadas pela PM.

O fato é que há imprecisões imperdoáveis, como um jornal de Santos que publicou um título informando que um grupo havia descido especialmente de São Paulo para matar Marcelo Fukuhara, e que isso era do conhecimento do comando da PM. Nada disso está no texto da reportagem, apenas que a polícia soube que um grupo desceria a serra para matar policiais.

Caso contrário, se o comando tivesse sido informado que o alvo do atentado seria Fukuhara, o descaso para com a informação seria imperdoável, ao deixá-lo desprotegido. Isso acabou levando à sua morte.

Se o comando não recebeu essa informação, qual o sentido de colocar uma informação assim tão séria em um título de jornal?



PS:

Uma das declarações mais interessantes da viúva de Fukuhara foi a respeito das pessoas envolvidas com Direitos Humanos. Rosana havia questionado, outro dia, onde estavam os direitos humanos dos policiais.

Ela disse que ninguém a havia procurado, em casa, para levar consolo e solidariedade - exceto os amigos das família -. 

Ela comentou que somente após a suas declarações terem sido expostas na TV então um grupo ligado a direitos humanos a procurou para explicar que ela teria direito à pensão!!!

Como se ela não soubesse disso.

Gostei das declarações dela: "Eles pensam que a vida é isso; para eles é dinheiro, mas para mim não".

Parabéns dona Rosana, a senhora está absolutamente certa. E essas ongs só se preocupam com direitos humanos, realmente, de criminosos. Nunca estão na casa das vítimas de traficantes e criminosos comuns. Para essa gente, os bandidos é que seriam vítimas do sistema.

Uma visão absolutamente perversa da vida em sociedade. 
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário