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terça-feira, 30 de outubro de 2012

SANDY, O VISITANTE DOS CÉUS. OU, OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS, MUITO LOUCOS. Agora dizemos, “é um furacão, são forças naturais, a física explica”. Mas, mesmo com toda a arrogância das explicações científicas Sandy, visto do espaço, é algo monumental, intrigante, e assustador.


SERIA UM CASTIGO DOS CÉUS?
Mesmo com toda a ciência e as tecnologias de hoje, não há muito o que fazer. Esconder-se em algum lugar seguro, e esperar o fim do furacão. E em sido assim há décadas. Sandy está apavorando parte da costa leste americana. Ano após ano furacões, tufões e ciclones devastam estados americanos, e os homens lá, agüentando, rezando, amargando os imensos prejuízos.

Obama, como bom político e oportunista, aproveita para dar uma de zelador da casa. Não quer ser criticado como Bush (o filho) que quase ignorou Katrina. Talvez isso até lhe renda alguns votos, em gratidão. Mas não me interessa agora a política. 

Penso na longa e tensa relação do Homem com  a Natureza. Embora os acontecimentos de Sandy tenham um contorno dramático, não consigo deixar de lembrar de uma comédia de 1980, que trata de tais mistérios que os homens não conseguem entender facilmente.

A comedia é “The Gods Must Be Crazy” (no Brasil: Os deuses devem estar loucos), dirigida por Jamie Uys, e estrelada por um sujeito muito curioso e interessante, um fazendeiro da Namíbia que representa um bosquímano (um aborígene africano) do deserto do Kalahari.

Os bosquímanos nada conhecem do mundo moderno. Um dia um avião passa ao alto e o piloto joga uma garrafa de Coca Cola vazia. Eram tempos não politicamente corretos. A garrafa cai na areia, perto de Xixo, o bosquímano. Assombrado, ele imagina que aquele objeto estranho teria sido jogado pelos deuses, como um presente para a sua tribo. Eles não conheciam nem vidro e nem Coca Cola. Aquilo somente teria sido mesmo um presente de deuses loucos.

Pois bem, não contarei o filme. É muito engraçado. Ainda hoje. Mas lembrei-me do filme por conta de que os humanos não gostam de ficar sem explicações. O que é isto? Caiu dos céus! Quem mandou? Os deuses.

SANDY COBRIRIA TODO O NORDESTE DO BRASIL

Imaginem há 20 ou 30 mil anos um furacão chegando e devastando tudo. Um terremoto arrasador. Um tsunami monstruoso. Uma chuva de centenas de raios e trovoadas. Essas coisas não tinham qualquer nome ainda. Eram coisas sem nome que aconteciam. Eram
seres com vontade própria. Mas os seres humanos aterrorizados deviam imaginar que fossem expressões de ódio, rancor, braveza da Natureza.

Por que a Terra está se mexendo? O que é isso que arranca árvores e mata gente? Como o fogo cai dos céus. Não tenho a intenção de tratar da mitologia dos povos arcaicos e menos arcaicos, mas apenas refletir sobre a perplexidade que deveria tomar conta deles.

OS BOSQUÍMANOS E A GARRAFA DE COCA COLA.
ISTO VEIO DOS CÉUS?

Hoje dizemos com pouco caso: “isso foi só um raio”. Um dia um raio foi, talvez, um castigo dos deuses. Antes disso, da imaginação haver inventado os deuses, talvez os antigos pensassem que o raio fosse algo em si mesmo, com vontade própria, que tivesse querido pular sobre a Terra e nos trazer o fogo. A boa e velha Terra. O temível e necessário fogo.

As fotos de furacões vistos do alto nos colocam numa perspectiva privilegiada. Estamos a salvo. Vemos aquelas nuvens gigantescas, estamos bem acima do espiral da morte e destruição. Chega a ser maravilhoso, mesmo. Agora, imaginem o pavor de quem está sob eles ou no seu caminho.

Contudo, mesmo hoje em dia, com todas as explicações científicas, mesmo sabendo que não foram os deuses que os mandaram para nos castigar, mesmo fazendo previsões sobre sua rota e velocidade, ainda são aterrorizantes.

As forças da Natureza são realmente gigantescas, inimagináveis.

Será que os deuses não tem mesmo nada a ver com isso tudo?   

THE GODS MUST BE CRAZY!

SANDY DO ESPAÇO:
http://www.rsvlts.com/wp-content/uploads/2012/10/8131382839_da9a3d256e_o.jpg

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