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sábado, 30 de junho de 2012

PARAGUAI: O IMPEACHMENT DE LUGO E A REAÇÃO BOLIVARIANA. O próprio povo paraguaio se afastou voluntariamente do Foro de São Paulo ao destituir do cargo, democrática e legalmente, seu mandatário comuno-bolivariano.


O IMPEACHMENT DE LUGO E A REAÇÃO BOLIVARIANA. 

POR FELIPE MELO
Editor do Blog Juventude Conservadora da UNB.

Uma das pedras de toque da diplomacia brasileira, fruto da própria natureza do Estado tupiniquim, é o respeito pela soberania de nações estrangeiras e pela autodeterminação dos povos (cf. art. 4º, III, da Constituição Federal de 1988). Isso significa praticamente aplicar, em nível de relações exteriores, a máxima que diz que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. 

Claro, há brigas e brigas: em havendo uma sublevação armada que deponha um governo democraticamente formado e aliado do governo brasileiro em um país vizinho, particularmente não vejo muitos dilemas morais quanto a uma eventual decisão de intervenção para interromper o processo revolucionário e auxiliar no restabelecimento da ordem democrática.

FEDERICO FRANCO, PRESIDENTE DO PARAGUAI
Vejamos, por exemplo, os casos da Líbia, da Síria, do Egito e de tantos outros países que, nos últimos dois anos, passaram por descalabros e revoltas. O Brasil, dentre todas as nações que compõem o Conselho de Segurança da ONU (ainda que sem assento permanente), foi o único a adotar uma postura reticente diante desses casos – evitando condenar ou apoiar explicitamente os revoltosos ou os governos contra os quais se levantavam – e, quando interpelado, sacava da manga o curinga do diálogo. Muammar Kaddafi foi deposto, caçado como uma besta e assassinado diante das câmeras após algumas semanas de intervenção militar ocidental. 

Hosni Mubarak foi deposto pelos revoltosos egípcios, dos quais se destaca a antiga organização fundamentalista islâmica Irmandade Muçulmana (que, a propósito, saiu vitoriosa nas eleições presidenciais do Egito). Na Síria, bandos armados tentam derrubar o ditador Bashar Al-Assad, que tenta desesperadamente manter-se no poder – um embate de desesperos que parece já ter ceifado a vida de mais de 15 mil sírios.

Dentro desses quadros, a formação é quase a mesma: de um lado, rebeldes inconformados com governos autocráticos e que decidem acabar eles mesmos com esses governos; de outro, ditadores antigos e seus herdeiros lançando mão de todos os recursos dos quais dispõem para se manter no poder, ainda que isso signifique impor a seu próprio povo um banho de sangue. Nenhum dos lados fala ou luta pela instauração (ou manutenção) de um regime democrático, em que as liberdade mais básicas possam ser gozadas pelas pessoas.

Há dois cenários possíveis: ditaduras seculares altamente corruptas em que seus dirigentes se locupletam por décadas a fio, ou teocracias islâmicas em que a shari’a é aplicada com todo o seu rigor – o que significa, em última instância, mutilação, apedrejamento, decapitação e outras crueldades aplicadas desde homicidas confessos até conversos ao cristianismo. O que diz o Brasil? “Temos que manter o diálogo”.

Essa pusilanimidade brasileira em relações internacionais não parece se aplicar, entretanto, quando os interesses ideológicos do governo estão diretamente ameaçados. Quando o ex-presidente Lula visitou o ditador de Guiné Equatorial – que, de acordo com diversos levantamentos, angariou um patrimônio da ordem de US$ 600 milhões a expensas de seu próprio povo –, o então chanceler brasileiro (e hoje Ministro da Defesa) Celso Amorim resumiu a questão dizendo que “negócios são negócios”. 

Quando os pugilistas cubanos Guillermo Rigoundeaux e Erislandy Lara escaparam de sua equipe durante os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, e pediram asilo político ao Brasil, sua requisição sequer mereceu análise por parte do governo de Lulasituação bastante diferente no caso do quatro vezes homicida Cesare Battisti, cujo pedido de extradição havia sido formalmente feito pelo governo italiano

Nenhuma palavra foi emitida quando o governo Cristina Kirchner, a todo vapor, recrudesceu sua perseguição contra a imprensa livre ou simplesmente tomou posse de ativos espanhóis alegando “interesse superior” da nação argentina.

No entanto, de súbito, o governo brasileiro pareceu ser atingido por um ultraje fora do comum nos últimos dias. Fernando Lugo, presidente do Paraguai, um dos governantes títeres do Foro de São Paulo – aliado intestino de Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, José Mujica, Dilma Rousseff, Cristina Kirchner, Daniel Ortega e, mais ao norte, os irmãos Castro –, foi deposto num fulminante processo de impeachment em que quase a totalidade dos parlamentares paraguaios votou por sua deposição. 

O rito seguiu todos os ditames previstos na Constituição paraguaia, não feriu nenhuma lei, não recorreu a nenhuma ilegalidade ou ato ilegítimo, e foi motivado pelo desastroso governo promovido por Lugo. Para qualquer pessoa com um pouco de inteligência e perspicácia, esse evento deveria ser comemorado: o próprio povo paraguaio se afastou voluntariamente do Foro de São Paulo ao destituir do cargo, democrática e legalmente, seu mandatário comuno-bolivariano.

A reação de todos os governos do Foro do São Paulo foi, como era de se esperar, a mesma reação do sumo sacerdote ao ouvir Cristo Jesus dizer que era filho de Deus: rasgar as vestes, subir nas tamancas e exigir sua morte. O destempero foi instantâneo em diversos governos da região – inclusive no brasileiro. Gilberto Carvalho, o comunista que ainda se diz é católico e chefia a Secretaria-Geral da Presidência da República, foi categórico em classificar o impeachment de Lugo como “ruptura da ordem democrática”. 

A presidente Dilma Rousseff já se adiantou em cogitar a interdição do Paraguai nas próximas reuniões do Mercosul e do Unasul, impedindo que o novo presidente paraguaio, Federico Franco – que, ao contrário do ex-bispo Lugo, é um católico exemplar – participe dos encontros. Não seria de se estranhar, nesse clima, que uma ação conjunta de Uruguai, Argentina e Brasil para desestabilizar o novo governo fosse tomada para que, internamente, Fernando Lugo promovesse o caos visando à volta ao poder.

A despeito de tantas confusões e informações desencontradas, uma coisa é certa: a decisão tomada pelo congresso paraguaio é um refrigério de esperança no meio de um continente condenado.

TEXTO REPRODUZIDO DO BLOG JUVENTUDE CONSERVADORA DA UNB:
http://unbconservadora.blogspot.com.br/2012/06/o-impeachment-de-lugo-e-reacao.html#comment-form

O PARAGUAI, O GOLPE DO MERCOSUL E O FORO DE SÃO PAULO.


O golpe do MERCOSUL e do Foro de São Paulo

Graça Salgueiro *

Como era previsível, o ex-bispo Fernando Lugo, conhecido como “pai da pátria” por seus incontáveis filhos ilegítimos ainda quando era bispo, foi defenestrado do cargo de Presidente da República do Paraguai, após um legítimo e constitucional julgamento político.

Fernando Lugo foi o candidato do Foro de São Paulo (FSP) e, como tal, tinha uma plataforma política estabelecida pelos ditames dos encontros anuais. Em seu mandato, a primeira providência foi romper o acordo sobre Itaipú obrigando o Brasil a pagar pela energia consumida, ferindo de morte o contrato feito na época de sua criação. Como todo comunista apátrida, o então presidente Lula advogou pelo seu camarada do FSP em detrimento dos direitos legais e prejuízos brasileiros.

Adepto da malfadada “teologia da libertação”, Lugo levou esses quatro anos de mandato governando apenas para seus camaradas de ideologia, os “Carperos” (Acampados - similares ao MST brasileiro) e os terroristas do Exército do Povo Paraguaio (EPP). 
 
O EPP surgiu na década dos 70-80 e se havia extinguido, porém não totalmente. Seus cabeças vivem hoje como anistiados políticos no Brasil, e daqui do território nacional brasileiro coordenaram, junto com as FARC, o seqüestro e assassinato de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas. 
 
Com Lugo na presidência esses bandos terroristas se fortaleceram pois, em vez de combatê-los, oferecia-lhes total apoio, impunidade e apadrinhamento, levando a população ao caos e à insegurança com seus novos atos de terrorismo e bandidagem. No último dia 15 de junho as Forças de Segurança foram vítimas de uma emboscada, quando Lugo os enviou para resolver um conflito com ditos “carperos” totalmente desarmadas. 
 
Ao tentar uma negociação, os policiais foram atacados com tiros deixando de imediato 6 deles mortos. O restante pediu reforço e no confronto 11 agressores foram mortos, deixando ao final mais 30 feridos. Lugo não foi ao velório de nenhum deles mas imediatamente determinou que se desse assistência às famílias dos que assassinaram os policiais. O encarregado de cumprir fielmente a traiçoeira operação, determinada por Lugo, ascendeu ao posto de Comandante da Polícia Nacional.

E isto foi a gota d’água para causar revolta na população paraguaia que, respeitando o que reza a Carta Magna, o Congresso realizou uma sessão ordinária, garantindo-lhe o devido processo (Leiam aqui o “Libelo Acusatório” na íntegra:), onde por maioria absoluta Lugo foi destituído do cargo por “mal desempenho de suas funções”, sentença que ele aceitou de imediato mas, insuflado pelos camaradas do Foro de São Paulo da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Brasil, passou a chamar de “golpe de Estado”. 

Os países-membros do MERCOSUL reuniram-se na Argentina entre os dias 25 e 29 de junho e, ferindo os procedimentos legais e o devido processo (sem dar direito de ampla defesa), decidiram não permitir a participação do Paraguai no encontro, uma vez que não reconhecem o novo governo. 

Entretanto, esta decisão foi tomada em conjunto com países “convidados” que não têm direito a voz nem voto, como Chile e Venezuela. E qual era o objetivo que jazia por trás desta decisão? Como se sabe, o Paraguai era, até o momento, o único país a se opor ao ingresso da Venezuela no bloco pois, com sobradas razões, alegava que lá não existe democracia. 

Pois bem, sem o Paraguai nesse encontro a Venezuela foi admitida oficialmente e passou a fazer parte do MERCOSUL! Era isso o que desejava esta organização desde sempre e eles sim, acabam de dar um golpe na democracia!

Sinto em relação a este caso a mesma repugnância que senti no caso de Honduras, pois articulistas de opinião brasileiros que só reconheciam o Paraguai como o país da muamba e da falsificação, hoje falam como grandes conhecedores do que se passa no país vizinho com uma intimidade e um respeito hipócrita que só merecem desprezo. 

O Paraguai é um país pequeno e pobre mas sua gente é patriota e majoritariamente católica, como o novo presidente Federico Franco. Seus parlamentares sabem o que é honra, dignidade e respeito às leis, daí terem tomado esta atitude absolutamente constitucional. 

Ademais, os que hoje clamam para que se faça o mesmo no Brasil esquecem - ou desconhecem - que em nossa Carta Magna não existe um artigo dizendo que se poderá destituir o presidente por “mal desempenho de suas funções”. Reforme-se a Constituição, aprenda-se a votar em gente decente antes de ficar invejando aqueles que antes eram vistos como escória da região.

Escrito originalmente para o Jornal Inconfidência de Minas Gerais

TEXTO REPRODUZIDO DO BLOG DE HEITOR DE PAOLA:

* GRAÇA SALGUEIRO EDITA O EXCELENTE BLOG NOTALATINA
 

POR QUE FERNANDO LUGO ACEITOU A DESTITUIÇÃO SEM RESISTIR? Porque esperava voltar ao poder, apoiado por militares. Mas o golpe, que teria apoio de Hugo Chávez, não aconteceu.

Parte 1. 

TRES PATETAS MANIPULADOS POR CHÁVEZ?
Alguns países, como Honduras e o Paraguai, por conta ou dos golpes ao longo do tempo, ou de ditadores como o caso de Alfredo Stroessner, aprenderam que seria melhor fazer uma Constituição segura, que impedisse as reeleições e as manipulações para a reeleição. Reeleições manipuladas, como no caso da Venezuela, por exemplo, transformam um presidente em um ditador, como Hugo Chávez. Uma vez no Poder, não quer sair mais.

Assim foi que Fernando Lugo, membro do Foro de São Paulo (instituição comunista supranacional fundada por Fidel Castro e Luis Inácio da Silva no início dos anos 90) ficou imaginando como permanecer no poder indefinidamente. Zelaya tentou golpear, agitou o povo, quis fazer um plebiscito ilegal e foi destituído constitucionalmente, que fique bem claro. Basta ler a Constituição de Honduras.

Como bom agitador esquerdista, possuidor de dupla moral, ex-bispo, pai de uns tantos filhos - mesmo enquanto era bispo - Fernando Lugo começou a permitir a bagunça promovida pelos sem-terra no Paraguai, uma onda de invasões e violência no campo. Muitos dos prejudicados são os brasiguaios, excelentes produtores de soja e outros produtos agrícolas, que ajudam muito a economia paraguaia.

LUGO E COLLOR

Lugo, assim como Fernando Collor de Mello, foi eleito sem contar com maioria no Congresso. Isso dificulta governar, é claro, mas foi o que ele quis. Collor caiu por corrupção, mas muito mais por falta de sustentação no Congresso. 


Se Collor tivesse o apoio que tem o atual governo, ou Lula no tempo do Mensalão, também não teria caído. Essa é a verdade. Lula não foi impedido no Mensalão porque tinha maioria no Congresso e faltou peito à oposição e à imprensa para cobrar aplicação das leis e moralização.

Desse modo, as tensões aumentando, Lugo não fez nada do que prometeu e ainda deixou o País em pior situação. Com o ataque armado dos sem-terra em Caraguaty, um verdadeiro massacre em que sete policiais desarmados foram mortos com tiros na cabeça e ainda foram mortos 11 camponeses, a coisa chegou ao limite.

Lugo, pelo que se sabe agora, conforme a imprensa paraguaia, não tomou medidas drásticas e rápidas, dando tempo a que os sem-terra fugissem da polícia, que foi mandada mais tarde.

O Congresso resolver cassá-lo, e isso foi feito, dentro da Lei. Leiam a Constituição Paraguaia.

Parte 2.

Não haveria parte dois se a realidade em tempos de Hugo Chávez não fosse mais complicada. O Paraguai não tem uma esquerda forte. Assim, contar com a cadeia de comando dos militares é importante. Isso foi verdade no Brasil, desde os anos 20. A esquerda comunista sempre tentou infiltar-se nas forças armadas para tentar seus golpes. Está na História. 

Foi o que tentaram Chávez e Zelaya em Honduras. Chávez havia enviado cédulas e urnas para um plebiscito que fora considerado ilegal pelo Congresso, pela Justiça e pela Constituição. Zelaya queria ampliar seu mandato. Procurou chegar-se aos militares e mandou que eles ficassem com as urnas. Aí foi cassado.

Os militares, conforme as promessas de Chávez, poderiam ter imposto o plebiscito e teríamos um golpe... de Zelaya. A constituição hondurenha proíbe reeleição e que alguém se recandidate mais adiante. É vacinada contra tiranetes.

No Paraguai Lugo sabia que teria que deixar o governo, dada a falta de sustentação no Congresso. O aumento das tensões sociais cria, para os esquerdistas, a oportunidade de golpear. Mas o massacre de Caraguaty foi forte demais, e ficou claro que Lugo protegeu os bandidos. 

Quando Chávez percebeu que Lugo cairia, enviou seu braço direito a Assunção, Nicolas Maduro, para tentar convencer os militares de que Lugo precisava ficar, pois seria destituído. Mas as destituição legal de Lugo não seria golpe, era dentro de Lei, como a de Collor. 

Analisem com cuidado a necessidade de o governo do Brasil ter maioria no Congresso. Imaginem se apenas o PT apoiasse o governo. Sem mensalão, conforme a PGR. A coisa não teria mudado de figura há muito tempo?

Golpe seria o Exército Paraguaio dar um golpe em nome de manter Lugo no governo. Manter Lugo no governo contra uma decisão do Congresso, conforme a Constituição, é que seria o verdadeiro Golpe.
MANIPULADA
A pergunta é: Cristina Kirchner sabia das ações de Maduro e Chávez? Dilma Rousseff sabia de alguma coisa? O presidente uruguaio, José Mujica, foi informado de algo? Se sabiam, não há outra conclusão: teriam armado um golpe para manter Lugo no poder. 

Se não sabiam, foram usados como idiotas por Chávez que agora conseguiu colocar a Venezuela no Mercosul. A Venezuela não era aceita por ser uma ditadura mal disfarçada. Quem impedia, com voto contra era a democracia paraguaia!

Colocado o Paraguai fora do caminho, a Venezuela, nada democrática, assume um lugar, indevidamente no Mercosul.

Os senhores não estranharam quando Lugo foi deposto o fato de ele ter aceito tão pacificamente? E por que ele teria aceito tão calmamente seu destino no início? 

Porque ele sabia que haveria um golpe militar em seu apoio, que o manteria no poder. Mas isso não aconteceu conforme o acertado ou tentado com Maduro, e então ele começou a esbravejar e a falar em governo paralelo. 

Esses são os nossos esquerdistas. É o que temos. Fazer o quê? 

PS. Texto escrito com base nas informações recentes da reunião de Nicola Maduro com chefes militares em Assunção, conforme Veja.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/exclusivo-na-veja-online-chavez-tentou-promover-um-golpe-militar-no-paraguai-dados-os-eventos-de-hoje-contou-com-o-apoio-de-dilma-e-o-fim-da-picada/

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/os-tres-patetas-do-mercosul-invocaram-o-golpe-que-nao-houve-no-paraguai-para-a-execucao-de-um-golpe-de-verdade/

sexta-feira, 29 de junho de 2012

MERCOSUL GOLPEIA A DEMOCRACIA PARAGUAIA E ACEITA A DITADURA VENEZUELANA.

Era tudo que Chavito Chapolim queria e não conseguia devido à  resistência paraguaia em aceitar uma ditadura no grupo. 

Agora Cristina Kirchner está feliz, o Uruguai está feliz, o Brasil está feliz, o Equador está feliz. Com isso, sinceramente, espero que o Paraguai acorde de vez e busque outros parceiros comerciais mais sérios. 

A América bolivariana é uma vergonha que não tem mais fim. Por estas bandas não existem verdadeiros democratas. 

ELEIÇÕES 2012: FICHA SUJA OU FICHA LIMPA? Tanto faz, o Toffoli liberou geral.

http://www.sponholz.arq.br/

FERNANDO HADDAD, NÁDIA CAMPEÃO E O APOIO DE PAULO MALUF. Desta vez a vice aceita o apoio que recusou em 2007. Lula está fazendo escola...

A imprensa informa que agora o candidato oficial do PT à Prefeitura de São Paulo, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, está mais tranquilo. Arranjou uma outra candidata a vice que não reclamou do apoio do PP e nem de Paulo Maluf.

A nova vice é Nádia Campeão, do PCdoB. Para ela, segundo disse à imprensa, não há problema algum com o apoio do velho político antes tão odiado, criticado e atacado pelos petistas.

Talvez esses políticos andem lendo filosofia (que tal Heráclito?: "ninguém se banha duas vezes no mesmo rio", ou prestando muita atenção no que diz a velha metamorfose ambulante (segundo ele mesmo: Lula). 

O fato é que o Estadão relembra que em 2007, quando no governo de Marta Suplicy, Nádia era absolutamente contra o apoio do mesmo Paulo Maluf.

Mudaria Paulo Maluf?
Mudou Nádia Campeão?
Teria mudado o PT?
Lula com certeza mudou, depois daquela foto...
  

FERNANDO LUGO E A GUARÂNIA DO ENGANO (POR CHIQUI AVALOS). Ou, me engana que eu gosto. Em tempo: Avalos informa que Lugo foi avisado antes de que o massacre de Caraguaty estava para acontecer, e nada fez para impedi-lo. Foi destituído.

Este é um texto longo, mas um texto brilhante de um jornalista paraguaio muito bem informado e respeitado: Chiqui Avalos. Foi publicado em diversos sites, mas o reproduzo do site de Augusto Nunes (link abaixo).

Arguto, o autor mostra como Lugo foi enfeitiçado pelo poder e pelo luxo, afastando-se, talvez, de suas intenções originais. Do meu ponto de vista, nada nas ações de Lugo me surpreendeu, uma vez que é aliado ao grupo do Foro de São Paulo. Todavia, essa talvez não fosse a perspectiva original de Avalos, dentro do Paraguai, onde foi sempre contra a cruel ditadura de Alfredo Stroessner.

Ele pode ter sido iludido pela fala mansa e pela conversa mole do ex-bispo e ora ex-presidente dos paraguaios. Mas, se o foi, no texto em seguida ficamos sabendo como a democracia paraguaia trata presidentes desonestos e mal intencionados. Excelente lição de história paraguaia.

GUTENBERG J. 



‘A Guarânia do Engano’

CHIQUI AVALOS *

“A história do Brasil, vista do Paraguai, é outra”
(Millôr Fernandes)

Como num verso célebre de meu inesquecível amigo Vinicius de Moraes, “de repente, não mais que de repente”, alguns governos latino-americanos redescobrem o velho e sofrido Paraguay e resolvem salvar uma democracia que teria sido ferida de morte com a queda de seu presidente. Começa aí um engano, uma sucessão de enganos, mentiras e desilusões, em proporção e intensidade que bem serve a que se componha uma melodiosa guarânia, mas de gosto extremamente duvidoso.

Sucedem-se fatos bizarros na vida das nações em pleno século XXI. Uma leva de chanceleres, saídos da espetaculosa e improdutiva Rio+20, desembarca de outra leva de imponentes jatos oficiais no início da madrugada de um incomum inverno, e ─ quem sabe estimulados pela baixa temperatura ─ se comportam com a mesma frieza com que a “Tríplice Aliança” dizimou centenas de milhares de guaranis numa guerra que arrasou a mais desenvolvida potência industrial da América Latina.

Surpresos? Não é para menos. Éramos ricos, muito ricos, industrializados, avançados, educados, cultos, europeizados, amantes das artes, dos livros, das óperas, do desenvolvimento. Nossos antepassados brilharam na Sorbonne e assinaram tratados acadêmicos, descobertas científicas ou apurados ensaios literários. A menção de nossa origem não provocava o deboche ou ironia tão costumeiros nos dias tristes de hoje, mas profunda admiração e curiosidade dos que acompanhavam nossa trajetória como Nação vencedora. 

Não ficamos célebres como contrabandistas ou traficantes, mas como povo empreendedor e progressista. A organização de nossa sociedade, a intensa vida cultural, o progresso econômico irrefreável, a bela arquitetura de nossas cidades, nossos museus e livrarias, a invulgar formação cultural de nossa elite, a dignidade com que viviam nossos irmãos mais pobres (sem miséria ou fome) impressionavam e merecem o registro histórico.

A rainha Vitória, que não destinou ao resto do mundo a mesma sabedoria com que governou e marcaria para sempre a história do Reino Unido, armou três mercenários e eles dizimaram a potência que, com sua farta e boa produção e espírito desbravador, tomava o mercado da antiga potência colonial do lado de baixo do Equador. Brasil, Argentina e Uruguay nos arrasaram. Nossos campos foram adubados pelos corpos de nossos irmãos em decomposição, decapitados à ponta de sabre e com requintes de sadismo. O Conde D’Eu, marido de quem libertaria os negros da escravidão e entraria para a história do Brasil, comandava pessoal e airosamente o massacre. Os historiadores, essa gente bisbilhoteira e necessária, registraram seu apurado esmero e indisfarçável prazer. O nefasto delegado Sérgio Fleury teve um precursor com quase um século de antecedência…

Nossas cidades terminaram por ser habitadas por populações majoritariamente compostas de mulheres e crianças. Poucos homens restaram do genocídio perpetrado. Pedro II, que marcaria a história do Brasil por sua honradez, comportou-se de forma impressionante nessa obscura página da história do Brasil, mas inversamente conhecidíssima na história de meu país: não moveu uma palha ou disse palavra acerca do sadismo de seu genro criminoso. 

Documentos por mim revirados no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, mostram a assinatura do velho Imperador autorizando a compra de barcos, chatas, cavalos e tudo o que fosse necessário para uma caçada de vida ou morte (mais de morte, certamente) a Lopez. Não bastava derrotar o déspota esclarecido, o republicano que os humilhava, o que havia desafiado os impérios da Inglaterra, do Brasil, da Espanha… Era preciso assinar seu epitáfio e esculpir sua lápide. E assim foi feito.

Derrotados, nunca mais fomos os mesmos. Passamos a ser conhecidos por uma República já bicentenária, mas atrasada em comparação aos vizinhos. Enfrentamos uma guerra cruel com a Bolívia na primeira metade do século passado. Roubaram-nos importante faixa territorial do Chaco, região paradoxalmente inóspita e riquíssima. Ganhamos a guerra. Nossos soldados mostraram a valentia e o patriotismo que brasileiros, uruguaios e argentinos haviam conhecido  mais de meio século antes. Nossa incipiente aviação militar e seus jovens pilotos assombraram os experts norte-americanos pela refinada técnica e pelo sucesso de suas ações contra o agressor. Mas, numa história prenhe de ironias, vencemos a guerra e… jamais recuperamos as terras! Os bolivianos, que jamais olham nos olhos nem das pessoas nem da história, certamente se rejubilam em sua “andina soledad” e, como os argentinos depois da inexplicável Guerra das Malvinas, sabem-se “vice-campeones”…

Mal saímos da Guerra do Chaco e experimentamos a mesma e usual crônica tão comum a rigorosamente todos os outros países latino-americanos. Golpes e contra-golpes, instantes de democracia e hibernações em ditaduras ferrenhas. Presidentes  se sucederam despachando no belíssimo Palácio de Lopez e vivendo na vetusta mansão de Mburuvicha Roga (“A casa do grande chefe”, em guarani). Uns razoáveis, outros deploráveis. Nenhum deles, entretanto, recuperou a glória perdida dos anos de riqueza, opulência e fartura. Um herói da Guerra do Chaco tornou-se ditador e nos oprimiu por mais de três décadas. 

Homem duro, mas de hábitos espartanos e por demais interessante, o multifacético Alfredo Stroessner não recusou o papel menor de tirano, mas construiu com o Brasil a estupenda hidrelétrica de Itaipu, a maior obra de engenharia de seu tempo, salvando o Brasil de previsível hecatombe energética. Foi parceiro e amigo de todos os presidentes do Brasil de JK a Sarney. Com os militares pós-64 deu-se às mil maravilhas, mas foi de suas mãos que o exilado João Goulart recebeu o passaporte com que viajaria para tratar sua saúde com cardiologistas franceses. Deposto, o velho ditador morreu exilado no Brasil. Nós que o combatíamos (nasci em Buenos Aires, onde meu pai, empresário de sucesso mas adversário da ditadura, curtia seu exílio) jamais soubemos de ação qualquer, uma que fosse, do Brasil em seus governos democráticos contra a ditadura do general que lhes deu Itaipu.

A vez de Fernando Lugo

Depois de duas décadas da derrubada de Stroessner, nos aparece Fernando Lugo. Sua história é peculiar. Era bispo de San Pedro, simpaticão e esquerdista, pregava aos sem-terra e parecia não incomodar ninguém, nem aos fazendeiros da área. Pelos idos de 2007 o então presidente Nicanor Duarte Frutos, um jovem jornalista eleito pelos colorados, resolve seguir o péssimo exemplo de Menem, Fujimori e Fernando Henrique, e deixa clara sua vontade de mudar a Constituição e permanecer na presidência, valendo-se do instituto inexistente da reeleição. Seu governo era mais que sofrível e ─ desculpem-nos a imodéstia lastreada em nossa história ─ nós, os paraguaios, não somos dados ao desfrute de mudar nossa Carta Magna ao sabor da vontade de presidente algum.

O país se levantou contra a aventura e ele, o bispo bonachão, justamente por não ser político e garantir que não alimentava qualquer ambição de poder, é escolhido para ser o orador de um grande ato público, com dezenas de milhares de pessoas reunidas no centro de Assunção. Pastoral, envolvente, preciso, o Bispo de San Pedro cativou a multidão, deu conta do recado e  catalisou a imensa indignação da cidadania. A aventura continuísta de Nicanor não foi bem-sucedida, mas, com a sutileza de um príncipe da Igreja nos intricados concílios que antecedem a fumacinha branca no Vaticano, nos aparece um candidato forte à presidência da República: ‘habemus candidatum’! A batina vestia mais que um pastor, escondia um homem frio, ambicioso, ingrato e profundamente amoral.

Seu primeiro problema foi com a Santa Madre Igreja. A Santa Sé, certamente por saber algo que nós não sabíamos, vetou sua disposição política. Não, ele jamais poderia ser candidato. A igreja católica combateu a ditadura do general Stroessner com imensa coragem e ações firmes, mas não queria ocupar a presidência do país. “Roma locuta, causa finita” (“Roma falou, questão decidida”). Mas não para Lugo, que deixou seu bispado, despiu a batina e virou as costas a quem o educou e  acolheu em seu seio. Poucos e corajosos colegas, bispos e padres, ousaram apoiá-lo abertamente. Na última sexta-feira, depois de três anos sem vê-lo ou serem por ele procurados, esses mesmos amigos e apoiadores foram até a residência presidencial pedir ─ em vão ─ que Lugo renunciasse à presidência do Paraguay para que se evitasse derramamento de sangue. Com frieza, o homem seduzido pelo poder disse não, levantou-se e despachou aqueles inoportunos portadores da palavra divina.

Candidato sem partido, favorecido pela simpatia da clara maioria do eleitorado, filiou-se ao centenário e respeitável PLRA, dos liberais, há mais de 60 anos fora do poder e com a respeitável bagagem de uma corajosa oposição à ditadura stroessnista. Como um Jânio Quadros, Lugo filiou-se ao Partido Liberal Radical Autêntico e usou sua bandeira, sua história e sua estrutura capilarizada em toda a sociedade paraguaia. E depois deu-lhe um adeus de mão fechada, frio e indiferente.

Eleito, desfez-se de todos os companheiros de jornada. Um a um. Stalin não apagou tantos nas fotos oficiais do Kremlin como o ex-bispo o fez. Por sinal, demitiu os mais qualificados. Restaram-lhe os cupinchas, os facilitadores de negócios e de festinhas íntimas, os “operadores” e alguns incautos esquerdistas para colorir com as tintas de um risível ‘socialismo guarani’ o governo de um homem que chegou como o Messias e terminaria como um Judas Escariotes.

Lugo poderia emprestar seu nome e sua vida política (e pessoal, também) ao mestre Borges e tornar-se uma das impressionantes personagens da “História Universal da Infâmia”. Um infame, não mais que isso! Mal foi eleito e empossado, sucedem-se escândalos e se revela seu procedimento moral. Filhos impensados para um Bispo supostamente casto. Vários. Todos jamais reconhecidos ou amparados, gerados com mulheres as mais pobres e sem instrução alguma, do meio rural, humilhadas depois de usadas, uma delas com apenas 16 anos quando engravidou. Se traíra a sua Igreja, por qual razão não nos trairia?

Durante seus três anos de governo, não passou um mês sequer sem viajar a um país qualquer. Com razão ou sem nenhuma, tanto fazia, lá se ia ele, o alegre viajante para conferências esvaziadas ou cerimônias de posse de mandatários sem importância para o Paraguay. 

As pompas do poder o abduziram como a nenhum déspota de república bananeira do Caribe. Os comboios de limusines com batedores estridentes, as festas e beija-mãos, os eternos e maviosos cortesãos do poder, as belas mulheres, as mesas fartas, os hotéis cinco estrelas, a riqueza, a opulência, os “negócios”. O despojado ex-bispo tornou-se grande estancieiro, senhor de terras, plantações e gado. O presidente que tomou posse calçando prosaicas sandálias, símbolo de humildade, revelou-se um homem vaidoso e fetichista. 

Como que a vestir a mentira em que ele próprio se tornou, passou a envergar elegantes e bem-cortadas túnicas encomendadas a alfaiates da celebérrima e caríssima Savile Row, templo londrino da moda masculina. No detalhe, o estelionato (mais um): colarinhos eclesiásticos. Afeiçoou-se a lindas e jovens, digamos, “modelos”, que floriram sua vida e a imensa banheira Jacuzzi que mandou instalar na austera e velha residência presidencial. Muitas delas o precediam mundo afora, esperando-o em hotéis fantásticos e palácios, nas vilegiaturas internacionais. Viajavam com documentos oficiais. Kaddafi proporcionava passaportes diplomáticos a terroristas, Lugo, a prostitutas.

O veto de Itaipu

Sua afeição pelos jatinhos e jatões chegou às raias do fetiche: passou boa parte de seu peculiar mandato a bordo deles. Fretados a empresas de táxi aéreo de outros países, mandados pelos amigões Hugo Chávez e Lula, outros emprestados por uns tais e misteriosos amigos. Chocou-se com o brasileiro Jorge Samek, fundador do PT e competente gestor, que na presidência brasileira da Itaipu resolveu vetar capricho juvenil do ex-bispo e delirante presidente: a poderosa binacional compraria um jato para seu uso. Um Gulfstream estaria de bom tamanho, quem sabe um Falcon, ou até um brasileiríssimo Legacy, mas ele precisava ardentemente de um jato para chamar de seu. Depois mandou que o comandante da Força Aérea negociasse um Fokker 100, adaptado com suíte e ducha. Nada feito, o raio de ação seria pequeno e ele precisava ganhar o mundo. Por fim, nos estertores de seu governo, entabulava a compra de um Challenger, usado mas chique, de um cartola do futebol paraguaio. O preço, como sempre, mais um escândalo da Era Lugo: pelo menos o dobro de um modelo novo, saído de fábrica…

Obras viárias? Imagine. De infraestrutura? Nenhuma. Modernização do país? Nem pensou nisso. Crescimento econômico? Sim, mas por obra de uma agricultura forte, de empresários jovens e ambiciosos, de uma indústria florescente e de um ministro da economia, Dionísio Borda, que destoou da regra geral do governo Lugo: competente e austero, imune às vontades do presidente e distante da escória que o cercava. A cada novo dia, no parlamento, nas redações, nos sindicatos, nos foros empresariais, nos encontros de amigos, um novo comentário, uma nova história de mais uma negociata dos assessores e companheiros de Lugo. 

Proporcionalmente, nem na ditadura de Stroessner (mais de três décadas) se roubou tanto quanto no governo pseudo-esquerdista de Fernando Lugo (menos de três anos).  Já com Lugo deposto, seu secretário mais forte, Miguel Lopez Perito, telefonou à diretoria da Itaipu solicitando a bagatela de US$ 300 mil para organizar uma manifestação em defesa do governo. Queria ao vivo e em cores, “na mala”, por fora, não contabilizado, no “caixa 2″. Que tal? O fato, relatado por um diretor da binacional, é revelador do modus-operandi da verdadeira quadrilha que comandava o país.

O impeachment

Seu processo de “Juízo Político” ─ algo como um processo de impeachment ─ está previsto na Constituição do Paraguay. Não foi uma travessura histórica de meia dúzia de líderes políticos ou parlamentares, tampouco um revide às descortesias de Lugo para com os partidos, os empresários, os paraguayos todos. 

Que tipo de presidente era esse que teve 73 deputados votando por sua queda contra apenas 1 solitário voto? Que espécie de chefe da Nação era esse que teve 39 votos contrários no Senado contra apenas 4 de senadores fiéis ao seu desgoverno? Não teve tempo, apenas duas horas para defender-se, dizem. Ora, a Constituição não determina tempo, apenas assegura o direito de defesa, exercido através de competentíssimos advogados, que fizeram exposições brilhantes na defesa do indefensável. Um deles, Dr. Adolfo Ferreiro, admitiu claramente que o processo era legal. De outro, Dr. Emilio Camacho, em imponente ironia da história, os magistrados da Suprema Corte extraíram em um de seus celebrados livros aqueles ensinamentos necessários e a devida jurisprudência para rechaçar chicana jurídica do já ex-presidente contra o processo legal, constitucional e moral que o defenestrou. C’est la vie, Monsieur Lugo!

Em Curuguaty, num despejo de terras ocupadas pelos “carperos” (os sem-terra daquí), houve dezenas de mortes de ambos os lados. Lugo e seu ministro do Interior, o belicoso senador Carlos Filizzola, foram avisados de que havia uma emboscada pronta para as forças militares. Com a empáfia e a absoluta irresponsabilidade que os caracterizaram do primeiro ao último dia, e fiéis aos amigos que manejam o MST daqui e infernizam a vida de nossos produtores rurais (entre os quais os 350 mil brasileiros que aqui plantam, colhem e vivem, nossos irmãos “brasiguayos”), ambos ordenaram a ação que se tornou uma tragédia na história de nosso país. 

Poderia citar, também, o EPP (Exército do Povo Paraguaio), guerrilha formada por terroristas intimamente ligados a Lugo em seus tempos no bispado de San Pedro. Jamais as forças de segurança puderam fazer nada contra eles. Mapeados, identificados, monitorados e livres! Lugo se manteve fiel aos bandidos pelos quais mostra clara e pública afeição. Como o respeitado Belaúnde Terry, no Peru, que permitiu com seu “democratismo” o crescimento do terror representado pelo Sendero Luminoso de Abimael Guzmán, o nada respeitável Lugo é o pai e a mãe do EPP.

Um hiato na história

Fernando Lugo foi um acidente em nossa história. Necessário, mas sofrido. Seus defeitos superaram suas virtudes. Aqueles eram muitos, essas muito poucas. Nós que nele votamos, sequiosos de um Estadista, nos deparamos com um sibarita. Seu legado é de decepção e fracasso. Não choraram por ele dentro de nossas fronteiras, e os que o defendem fora delas o fazem muito mais pensando no que lhes pode ocorrer do que por solidariedade ao desfrutável governante e desprezível homúnculo que cai.

O fim de seu governo dói mais a um já dolorido Chávez do que a nós. A senhora Kirchner, radical na condenação que nos impõe, se esquece de nossa parceria na importante e gigantesca usina hidrelétrica de Yaciretá, e amplia sua lucrativa viuvez acolhendo em seu seio choroso o decaído amigo

Solidária? Nem tanto, apenas oportunista, e ciente de que se abriu o precedente para que os parlamentos expulsem os incapazes. Na Bolívia, o sentimento popular em relação ao sectário e também bolivariano Evo Morales não é diferente do sentimento dos paraguayos por Lugo no outono de sua aventura presidencial. É pior. O relógio da história irá tocar as badaladas do fim de uma aventura improdutiva, raivosa, racista e liberticida.

A posição brasileira

Não compreendemos a posição do Brasil. Ou não queremos compreender, tamanho é o bem que lhe queremos. O Brasil nos arrasou como sicário da Rainha Vitória. Nós o perdoamos e juntos construímos o colosso de Itaipu. Nós o tratamos bem e ele defende a continuidade de uma das piores fases de nossa história. Em nome do quê? 

Nega-nos o direito à autodeterminação, mas se esquece do papelão ridículo que fez em defesa de um cretino como Zelaya, um corrupto ligado a grupos somozistas de extermínio e que era tão esquerdista como Stroessner e tão democrata quanto Pinochet.

Foi deplorável o papel do inexpressivo chanceler Patriota (que não se perca pelo nome), saracoteando pelas ruas de Assunção em desabalada carreira, pressionando os partidos Liberal e Colorado em favor de um presidente que caía. Adentrando o Parlamento ao lado do chanceler de Hugo Chávez, o Sr. Maduro, para formular ameaças em benefício de um presidente que o país rejeitava. 

Ou indo ao vice-presidente Federico Franco ameaçá-lo com imensa desfaçatez, desconhecendo seu papel constitucional e o fato de que ninguém renunciaria a nada apenas por uma ameaça calhorda da Unasul (que não é nada) e outra não menos calhorda do Mercosul (que não é nada mais que uma ficção). O Barão do Rio Branco arrancou seus bigodes cofiados no túmulo profanado pelo Itamaraty de hoje.

O que quer o governo Dilma? Passar pelo mesmo vexame de Lula na paupérrima Honduras? 

Nós temos imensa disposição de manter uma parceria que se revelou positiva e decente para ambos os países. Mas a austera presidente não nos inspira o mesmo terror-medo-pânico que infunde nos seus  auxiliares e ministros. Cara feia não faz história, apenas corrói biografias. Dilma chamou seu embaixador em Assunção, Cristina fez o mesmo. As matronas radicais só não sabiam que o embaixador brasileiro é um ausente total, passando mais tempo em Pindorama do que aqui. 

O embaixador Eduardo Santos é tido no Paraguay como alguém que acredita que as melhores coisas em nosso país são ar condicionado e passagem de volta. Recorda o ex-embaixador Orlando Carbonar, que foi pego de surpresa em fevereiro de 1989 pelo movimento que derrubou o general Stroessner. Até meus filhos, crianças naquela época, sabiam que o golpe se avizinhava e que estouraria a qualquer momento. Só não sabia disso o embaixador brasileiro, que descansava no carnaval de Curitiba, onde nasceu. Voltou às pressas, num jatinho da FAB, para embarcar Stroessner rumo ao Brasil. E a Argentina… Bem, a Argentina não tem embaixador no Paraguay faz alguns meses… Ocupadíssima, Dona Cristina não nomeou seu substituto. País de necrófilos (amam Gardel, Che, Evita e Maradona, entre outros defuntos), chamou um embaixador que não existe, um diplomata fantasma, para consultas na Casa Rosada.

O Paraguay fez o que tinha que fazer. Seguirá adiante, como seguem adiante as Nações, testadas e curtidas pelas crises que retemperam a cidadania e reforçam a nacionalidade. O religioso que não honrou seus votos de castidade e pobreza e traiu sua igreja foi por ela rejeitado. O presidente que não honrou nossos votos e nos traiu por nós foi deposto. Deposto por incapaz, por mentiroso, por ineficiente, por desonesto. Mas principalmente por ter traído as esperanças de um país e de um povo que precisaram dele e nele confiaram. Por isso, Lugo não voltará.


(*) Chiqui Avalos é um conhecido escritor e jornalista paraguaio. Combateu a ditadura de Stroessner e apoiou a candidatura de Fernando Lugo. É editor de “Prensa Confidencial”, influente boletim digital editado em Assunção.

LEIA O TEXTO INTEGRAL NO BLOG DE AUGUSTO NUNES:


PS: O texto do autor (Chiqui Avalos) é muito bom e, no geral, bem informado. Contudo, sobre o retrato do ditador Lopez, há reparos a fazer. Segundo Leandro Narloch, no Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, no tópico sobre as fantasias históricas que nos contam sobre a Guerra do Paraguai, há um retrato mais realista de que foi realmente Solano Lopez, um tirano que estava se lixando para seu próprio povo. Isso não desmerece o Paraguai, nem sua sofrida história,mas aperta uns parafusos. O que é necessário.

GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL (LEANDRO NARLOCH):

FHC DIZ QUE NÃO MORDE CANELAS, COMO LULA. "Não é muito apropriado para seres humanos".

O ex-presidente assumido Fernando Henrique Cardoso disse em Minas Gerais, que não vai participar da campanha eleitoral em São Paulo.

Já o ex-presidente inconformado Luis Inácio da Silva não só participará, tentado eleger o seu novo poste, Haddad, como prometeu há alguns dias que poderá até "morder a canela dos adversários".

Bem, cada um age do modo que achar melhor, não é mesmo?

http://www.sponholz.arq.br/html/index_charge_12.html

ATAQUES TERRORISTAS ATINGEM SÃO PAULO EM TEMPOS DE ELEIÇÃO? Incêndios, policiais mortos a tiros, misteriosos acidentes no metrô. Há uma curva ascendente de fatos que, talvez, termine na cabeça dos eleitores.


Nas últimas semanas, ouvintes de rádio, leitores de jornais (impressos ou não), e telespectadores, especialmente os da cidade de São Paulo, são atingidos por uma onda de notícias que causam muita preocupação e irritação.

Vejamos. Se o cidadão anda de metrô, não passa um dia sem que uma linha não apresente algum problema qualquer que provoque atraso nas estações sempre lotadas, nos piores horários. Se mora na periferia, não há um dia sem que algum ônibus seja queimado, com ou sem motivo aparente. E, por último, há uma sequência de ataques mortais a postos policiais, como se bandidos de São Paulo tivessem resolvido, de uma hora para outra, acertar as contas com a PM.

O que está acontecendo? Exatamente eu não sei. Aparentemente, exceto os que sabem, e sabem que sabem, ninguém mais sabe. Isto é, os bandidos que cometem tais atos sabem muito bem o que estão fazendo. E se alguém os estimula, idem.

CLIMA DE INSEGURANÇA
O que resulta de tudo isso é um clima de insegurança, um tipo de sorteio em que cada um pode ser o sorteado, muito mais pelo azar que pela boa sorte. O atraso será na linha de metrô que eu uso, perguntará o cidadão? Este ônibus será incendiado ao fim da linha, pergunta a senhora aflita? Tomarei um tiro até o final do expediente?, questionará o... policial em seu posto de serviço?

A vida ensina alguma coisa. Ter vivido nos anos 60 ensina algumas tantas. 

Basta ter lido o Mini Manual de Guerrilha Urbana, de Carlos MArighella, para entender que uma das melhores formas de desmoralizar um governo é produzir atos imprevisíveis, incontroláveis, incertos quanto à execução, e que provoquem muita irritação e indignação no público pela sua gratuidade e violência. Disso resulta à Opinião Pública que o governo é inoperante, e a coloca contra ele. São métodos utilizados desde aos anos 20, na Alemanha!

Creio que o governador do Estado, ao invés de dizer apenas que a polícia está investigando (é claro que a polícia precisa investigar e está investigando!) deve é alertar a população para o que parece ser uma onda de atos terroristas ocorrendo na cidade de São Paulo, disfarçada de atos isolados, em ano eleitoral.

O governador do Estado, que também não é um adolescente, deveria ser claro com a população. Essa clareza é importante neste momento, para não haver confusão. Numa cidade do tamanho de São Paulo, uma dos maiores do mundo, é natural que ocorram alguns problemas em linhas de metrô. Mas todos os dias? Será que isso é normal? É só um "distraído" deixar um casaco cair na porta e o trem não sai da estação. Recentemente lemos que em uma linha foram encontrados sinais de sabotagem. Qual o interesse de alguém fazer um trem tombar ou bater em outro?

Qual o motivo para que uma pessoa ponha fogo em um ônibus?  Em outros tempos grupos faziam protestos e impediam o trânsito, além de queimar ônibus, de modo injustificavel, mas por uma razão qualquer. Aumento de tarifas ou falta de ônibus? E agora? Irritar a população.

Qual o sentido de atirar em policiais, de folga ou não?

Tais atos, senhores e senhoras, como não são avisados antes, e tem a intenção de produzir incertezas, irritação, revolta, é a isso que, em qualquer país civilizado se chama de TERRORISMO. Provocar o medo, o pânico, induzir as massas ao quebra-quebra e ampliar a sensação de insegurança. E quem não quer sentir-se seguro.  

TERRORISMO E LUTA ARMADA

Nos anos 60 ou 70, quando os grupos da luta armada planejavam atacar um quartel, sequestrar alguém, assaltar um banco, ou explodir uma bomba e matar pessoas emitiam algum comunicado antes? É claro que não. 

Quanto maior a surpresa, maior o efeito de propaganda. Como as autoridades poderiam saber onde seria o próximo ato? Como os procedimentos dos terroristas eram brutais, isso levou a uma repressão brutal. Falamos da ditadura.

E se alguém usa hoje os mesmos métodos da luta armada: surpresa e brutalidade? Claro que o povo ficará inseguro e revoltado com o governo.  Ocorre que hoje estamos na democracia, e todos deveriam ter aprendido que métodos terroristas não deveriam ser mais usados.

Mas e se usam? Bem, estamos numa democracia. Numa democracia não é possível torturar suspeitos para que contem quem os mandou fazer isto ou aquilo. Assim, o uso de métodos terroristas em uma democracia mostra o desprezo pelas leis e pela democracia de quem os utiliza.

Quem pratica tais atos? Bandidos comuns? Não sei, e ninguém sabe. Só investigações poderiam dizê-lo. Contudo, o governador deveria ser claro e dizer ao povo: isso que está acontecendo está acontecendo num nível e numa frequência que foge ao normal. É a isso que se chama de Terrorismo. 

Passaria atestado de incompetente? Não, pois o cidadão comum sabe que atos traiçoeiros e convardes podem acontecer e é difícil evitá-los. Bastaria que o senhor governador alertasse para uma evidência, para uma lei, uma estranha lei: em tempos de eleição certos atos parecem pipocar pela cidade gerando medo e revolta, com a precisão de relógio suiço, ou do cometa de Halley. 

Será mera coincidência?


ATÉ JORNAIS VETUSTOS E TRADICIONAIS COMENTAM O ASSUNTO.
LEIAM O EDITORIAL DO ESTADÃO, DE 28 DE JUNHO:


A necessária reação da polícia

O Estado de S.Paulo
28 de junho de 2012

Parece longe de ser simples coincidência o fato de que, mais uma vez em ano eleitoral, São Paulo enfrenta uma onda de violência, que, em duas semanas, já resultou na morte de seis policiais militares fora de seu horário de serviço, ataques contra bases e veículos da Polícia Militar e o incêndio criminoso de pelo menos nove ônibus.

O governo do Estado diz não saber se esses atentados são atos isolados ou se fazem parte de uma ação articulada por organizações criminosas, como ocorreu em 2006, quando boa parte da onda de violência que afetou a capital teve a clara coordenação do grupo Primeiro Comando da Capital (PCC). Na mais recente declaração sobre o problema, o governador Geraldo Alckmin disse que os crimes dos últimos dias teriam sido motivados por vingança ou por reação à ação policial. As autoridades policiais têm repetido essas explicações.

No entanto, o fato de seis ônibus terem sido incendiados em diferentes pontos da cidade num período de apenas 24 horas reforça as suspeitas crescentes de muitos policiais de que os atos dos últimos dias estão relacionados entre si e fazem parte de um plano executado por algum grupo ou por grupos criminosos.

O reforço do policiamento nas ruas, sobretudo na proteção adicional a bases fixas e móveis da Polícia Militar na capital, é providência necessária, mas não suficiente para conter com rapidez e eficiência a série de ataques contra unidades policiais e de atentados contra PMs. Se não forem contidos de maneira enérgica, com seu rápido esclarecimento e a prisão de seus responsáveis, esses atos inevitavelmente se estenderão para outras regiões, gerando mais insegurança na população e dificultando mais ainda a ação repressiva das autoridades policiais.

Embora possam causar transtornos à população, os cones, os cavaletes e bloqueios no trânsito nas proximidades das unidades da PM dificultam a execução de atentados. Também o efetivo deslocado de outros serviços para o policiamento das ruas inibe a ação criminosa. Adicionalmente, o comando da PM está instruindo as patrulhas a adotarem medidas de segurança especiais, como o atendimento de ocorrência em pares de viaturas e cautelas redobradas em operações como as de aproximação de veículos e de pessoas suspeitos.

Desde o dia 12 de junho foram registrados pelo menos nove ataques a policiais militares ou unidades e veículos da PM. Nos últimos dias foram atacadas a tiros duas bases da PM na zona leste da capital. Na madrugada de sábado, bandidos atearam fogo em um automóvel e tentaram lançá-lo contra uma base da PM em Diadema. A polícia conseguiu prender suspeitos de participação direta nos ataques a PMs ou de colaboração nesses crimes.

Merecem análise dos serviços de inteligência da polícia as suspeitas de que criminosos teriam recebido instruções de integrantes de quadrilhas que cumprem pena, o que configuraria uma ação articulada de facções criminosas a partir dos presídios. Um dos detidos nos últimos dias pela polícia cumpriu pena por roubo, tráfico e formação de quadrilha no presídio de Reginópolis, onde é forte a influência do PCC.

No início de junho, uma carta interceptada na penitenciária de Presidente Venceslau continha os nomes dos PMs envolvidos na morte de um criminoso que, com outros parceiros, também mortos, planejava o resgate de um preso no Centro de Detenção Provisória do Belenzinho. Além disso, conversas gravadas pela Polícia Civil sugerem ligação de criminosos do PCC com os crimes.

Em qualquer hipótese, sem um bom trabalho dos serviços de inteligência, a ação policial perde eficácia ou até mesmo o rumo. Se, como acreditam muitos policiais, as ações contra a PM dos últimos dias são articuladas, é urgente descobrir quem as organiza, prender seus responsáveis e impedir que continuem a enviar instruções a outros criminosos - desbaratar a organização, enfim.

O que não se pode é tolerar que, por falta de ação eficiente, a própria polícia, criada e mantida para combater a criminalidade, seja acuada pelos bandidos.

PS: AOS LEITORES. 
EXISTE EXCELENTE LITERATURA SOBRE COMO SURGIRAM O PSS E O CV NOS PORÕES DA DITADURA.