FABÍOLA, 12 ANOS |
“Enterre este coração no fundo do quintal. É de um porco.” Foi isso que disseram as duas garotas de 13 anos a um garotinho de oito anos para fazer. Ele nunca poderia saber que aquele coração era de Fabíola Santos Corrêa, de 12 anos de idade.
Segundo a família de Fabíola Santos Corrêa, de 12 anos, ela era uma garota muito independente, muito livre.
Pela leitura das informações divulgadas pela imprensa regional, ela era uma menina que fazia o que lhe dava na telha.
Pela leitura das informações divulgadas pela imprensa regional, ela era uma menina que fazia o que lhe dava na telha.
Tinha os amigos que escolhia, e ninguém poderia interferir muito. Nas cidades existem muitas crianças assim, meio soltas, independentes, que não gostam muito de dar satisfações aos parentes.
Assim que naquele sábado, dia 26 de maio passado começou o drama e o mistério sobre o paradeiro de Fabíola. Era no final da tarde, perto das 18 horas, quando ela e mais duas amigas, de 13 anos, resolveram sair e dirigir-se a uma festa.
No outro dia, a garota foi convidada pela amigas para assistir a um jogo de futebol em um campinho em outro bairro. Para chegar até lá havia um campo, com árvores, um tipo de bosque, por onde se corta caminho. As garotas que mataram Fabíola resolveram, segundo contaram depois ao delegado, dar um susto na menina e disseram que uma delas tirou uma faca da mochila e a encostou no seu pescoço.
Assustada, Fabíola teria reagido, provocando um ferimento grande no pescoço. Assim, contam as duas assassinas, não havia mais o que fazer senão matá-la. Assim mesmo. Ao invés de explicar que era uma brincadeira que acabou mal, resolveram matá-la com a faca. Isso foi o que disseram ao delegado.
Com a ajuda de uma barra de ferro de um metro e meio, uma delas deu golpes na garota que caiu. A outra desferiu golpes com a faca. Nessa altura do campeonato, já haviam ultrapassado o sinal vermelho, e não lhes pareceu que havia outra coisa a fazer. Resolveram abrir o seu peito e, com a ajudada faca, arrancar o seu coração. Além disso, como fecho, cortaram um dedo de um pé da coitada.
O caso é estranho, pois o delegado disse à imprensa que elas falaram que era uma brincadeira; era para ser um susto que acabou mal. Mas acontece que essa história é estranha, muito estranha.
As meninas namoravam rapazes metidos com o tráfico de drogas na região. Segundo depoimentos, pode ser que as duas mais velhas tenham sido alertadas pelos traficantes sobre a possibilidade da mais nova dar com a língua nos dentes.
Talvez o assassinato de Fabíola não tenha sido resultado de uma brincadeira, mas de uma tarefa, de uma prova de confiança. Ou mesmo que a história verdadeira não seja a contada por elas ao delegado. Podem estar protegendo alguém.
Talvez o assassinato de Fabíola não tenha sido resultado de uma brincadeira, mas de uma tarefa, de uma prova de confiança. Ou mesmo que a história verdadeira não seja a contada por elas ao delegado. Podem estar protegendo alguém.
Não tem sido raro traficantes, em diversas partes do Brasil matarem e degolarem suas vítimas, como forma de espalhar o medo e o silêncio. Pode ter sido um sinal. Uma garota a mais ou a menos, que diferença faz para traficantes de drogas? Gente que trabalha com a destruição da vida de terceiros por meio de drogas é insensível, má, perversa.
O delegado responsável informou à imprensa que elas não demonstraram qualquer arrependimento ou remorso, e ainda ficaram fazendo piadas com o caso, debochando da morta.
Após matá-la, embrulharam o coração e o dedo em um plástico e levaram para casa.
As adolescentes voltaram e contaram uma história muito estranha: estariam sendo ameaçadas e, para se livrar, tiveram que matar alguém. Segundo o Estado de Minas, “Uma das meninas falou que a intenção era entregar o órgão para mãe dela, para mostrar que ela estava sendo ameaçada e, por causa disso, teria que matar alguém. Porém, quando chegou em casa, a mãe não estava”, explicou o delegado.
A garota, então, entregou os objetos para o irmão de 8 anos dizendo que era um coração de porco e um dedo de boneca, e pediu para ele enterrar. No outro dia elas pegaram a sacola e jogaram em um rio. As duas assassinas também queimaram as roupas da vítima.
GAROTA LIVRE
A família de Fabíola apenas procurou a polícia dois dias depois do crime. A alegação, segundo a polícia, é de que a menina era livre e costumava não dar satisfações quando saía. O corpo dela só foi encontrado no dia sete de junho por um morador da região. Até então, a polícia não sabia nem que a garota havia morrido, segundo a imprensa.
A polícia fez o procedimento administrativo de apuração de ato infracional e pediu a internação provisória das adolescentes por 45 dias. Elas estão detidas no Centro de Reabilitação São Gerônimo, no Bairro Horto, na Região Leste de Belo Horizonte. Após a conclusão do inquérito, as meninas podem ficar internadas por mais seis meses, que pode ser prorrogado por até três anos.
Este é mais um caso de perversidade em cruzamento com drogas. E ainda existem pessoas que lutam pela liberação das drogas como se isso fosse a solução.
Talvez não tenham Fabíolas na família.
Talvez não tenham Fabíolas na família.
R7 - REPORTAGEM SOBRE A MORTE
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