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domingo, 17 de junho de 2012

WATERGATE E O MENSALÃO: 40 anos após a queda de Richard Nixon percebe-se o quanto a imprensa ficou frouxa e submissa ao Poder. Por onde andam os nossos Woodwards e Bernsteins?

RICHARD NIXON
Passo os olhos pelos sites de jornalismo (antes era pelos jornais impressos) e vejo no Estadão uma reportagem feita por Fernanda Simas sobre os 40 anos do famoso Caso Watergate (1972), episódio que levou o presidente Richard Nixon à renúncia da Presidência dos  Estados Unidos, em 1974.

Foi o ano em que apanhei o meu diploma de jornalista, embora já estivesse na atividade desde 1971. A ditadura militar completava dez anos e os grupos de terroristas (Dilma & Cia, Dilma diz que só planejava) faziam as suas ações “expropriando” dinheiro alheio, matando soldados e civis, explodindo bombas, seqüestrando pessoas. Bem, vocês já sabem que tudo isso era apenas para o bem do Brasil.     

Não interessa entrar, aqui, na história sangrenta da luta armada, em que os terroristas queriam derrubar os militares para implantar uma outra ditadura, aos moldes da cubana, da chinesa, ou da soviética. Mas esse era o tempo da Vietnam War, dos grandes fotojornalistas, e das bombas de napalm.

Os jornalistas jovens, inspirados pela imprensa alternativa, que desafiava a censura e pelos fatos internacionais, invejavam Woodward e Bernstein, aqueles jovens de menos de 30 anos de idade que estavam botando prá quebrar e derrubando um presidente da República, dos Estados Unidos!, com seu jornalismo investigativo.

Jornalismo investigativo
Naquele tempo o Brasil tinha muitos jornalistas investigativos. Hoje, revendo os acontecimentos, percebo, com certa tristeza, que muitos que se empenhavam para fazer matérias mais aprofundadas, na grande imprensa, ou na imprensa chamada alternativa (mas que o regime permitia existir!) queriam, mais que a verdade dos fatos, derrubar a ditadura. Mas não pela volta de democracia. Não. 
WOODWARD
Hoje podemos ver senhores sessentões, que eram repórteres, mamando nas tetas do Governo Federal e de estatais, fazendo blogs de esquerda ou sites de apoio a um governo corrupto, ou que finge não ver que a corrupção penetrou fundo no Brasil, de forma vergonhosa.

Se os jornalistas ora idosos, fossem militantes do Jornalismo, nos anos 70, 80, 90, e não militantes ideológicos e partidários, teríamos tido vários Nixon, além de Collor. Lula talvez fosse um deles, nos tempos da denúncia do Mensalão.

Um dos problemas mais sérios do Jornalismo no Brasil é o engajamento ideológico. Collor foi derrubado (merecidamente) pela ação de parte da Imprensa e pela atividade de partidos como o PT. Todavia, assim como usou os jornais como estilingue, o PT sabe que tem o telhado de vidro, e defende , então, o controle da imprensa. A questão é que a imprensa que ajudou a derrubar Collor está cheia de esquerdistas que fingem –ou não reconhecem- a corrupção que grassa pelo País.

Se hoje o Brasil tivesse 20 Woodwards, ou Bernsteins, a realidade poderia ser diferente.

BERNSTEIN
Mas, mesmo passados 40 anos, podemos observar um imenso retrocesso na cobertura política americana. Ali também os jornalões se esquerdizaram, perderam a vontade de fazer um jornalismo como o que derrubou Nixon.

A posse de Barack Obama somente foi possível por uma série de falhas da cobertura jornalística nos EUA. Há sérias dúvidas e zonas cinzentas a respeito da vida de Obama. Quem pagou seus estudos, suas ligações com radicais de esquerda e islâmicos, se nasceu ou não nos EUA ou no Quenia (África).

Os Estados Unidos viraram um país de uma imprensa frouxa, descuidada e politicamente correta, em que não há mais lugar para Bersteins e Woodwards, nem para grandes reportagens investigativas. 

Gutenberg J.


ESTA É A REPORTAGEM DEFERNANDA SIMAS:

WATERGATE: Um escândalo político revelado por uma imprensa investigativa


16 de junho de 2012

Fernanda Simas, do Estadão.com.br

SÃO PAULO - O caso Watergate, que levou à renúncia do presidente dos Estados Unidos Richard Nixon em 1974, completa 40 anos e retoma um debate antigo: a relação entre imprensa e política. O escândalo teve início em 1972, quando Nixon concorria à reeleição, pelo Partido Republicano.

O que parecia ser apenas o arrombamento do escritório do Partido Democrata, localizado no edifício do hotel Watergate, em Washington, se tornaria o pivô de um dos maiores escândalos políticos dos EUA. E a imprensa, a partir de um trabalho investigativo, foi responsável por escancarar o fato.

O repórter Bob Woodward, do jornal Washington Post, ficou sabendo do arrombamento por um porteiro do edifício, mas um agente do FBI o procurou e contou sobre uma investigação que vinha fazendo acerca de irregularidades na campanha de Nixon. Foi essa a fonte que revelou o envolvimento do presidente com o arrombamento, além de outras práticas de espionagem cometidas contra o Partido Democrata.

Sistema poliárquico

Para entender a importância da imprensa no caso, é preciso entender um pouco do cenário político norte-americano. O sistema político é poliárquico, ou seja, um partido pode controlar a esfera federal, executiva, mas não necessariamente a legislativa, o Congresso. Dessa forma, não há um grande grupo dominando todo o poder político a todo tempo, mas sim uma disputa entre eles e em diferentes níveis políticos.

O professor do curso de Relações Internacionais da Unifesp Flávio Rocha explica que, no início da década de 1970, o governo Nixon sofria um desgaste, levando o Congresso a adotar uma postura mais crítica. "O [caso] Watergate expôs as idiossincrasias do Nixon e de como se gerenciar a burocracia. O Nixon, por exemplo, não conseguia mais controlar o FBI", afirma.

E a partir daqui, o trabalho da imprensa já pode ser considerado essencial para o desenrolar do caso. "O contexto histórico era bem diferente do que é hoje. A imprensa, principalmente aquela liberal ou chamada ‘de esquerda’, investigava e entrava em confronto com o poder. Ela tinha o papel de investigar e denunciar o que não funcionava e colocar em cheque o governo", explica Rocha.

'Graças ao trabalho da imprensa'

Opinião semelhante tem o diretor do Instituto Internacional de Ciências Sociais e doutor em Comunicação, Carlos Alberto di Franco. "A queda do presidente dos EUA é algo fortíssimo e ele cai graças a um trabalho da imprensa". Com a publicação dos bastidores políticos, a opinião pública se volta contra Nixon, que, em 1974, deixa o cargo, sendo o primeiro presidente norte-americano a renunciar. "O caso Watergate é um exemplo bastante simbólico da importância de uma imprensa independente, uma imprensa investigativa séria", ressalta Di Franco.

Todo o escândalo veio à tona a partir de uma fonte, por muito tempo mantida em sigilo, e o mundo político costuma questionar isso por achar que a informação perde credibilidade. Mas, Di Franco rebate essa visão e argumenta que "a credibilidade está relacionada com a força do veículo de comunicação".

Situação atual

Hoje em dia, tanto nos EUA como no Brasil, por exemplo, os escândalos políticos continuam sendo divulgados, mas de uma forma diferente. "Houve um recuo da grande imprensa. No governo Bush, por exemplo, com relação à guerra, ela [imprensa] praticamente caminhava nos espaços permitidos. É a anticobertura", diz Di Franco.

"Hoje a imprensa é uma contadora de interesses. As pessoas leem as notícias e questionam ‘qual é o interesse desse grupo em veicular essa informação?’, hoje há uma visão mais crítica com relação à imprensa", afirma Rocha. Atualmente é possível ler sobre bastidores políticos inclusive a partir da divulgação de documentos secretos de diversos países pelo site WikiLeaks. Mas será que isso pode ser comparado ao que ocorreu na divulgação do escândalo Watergate?

O professor Flávio Rocha explica que o site expõe como alguns bastidores políticos funcionam, mas coisas já previstas pela população de uma forma geral. "Aparece algo dizendo que os EUA estão analisando a disputa eleitoral brasileira. Isso nós já imaginávamos, não tem nada realmente secreto, que vá abalar as relações de poder. O Watergate foi diferente. Ninguém tinha conhecimento daquilo que estava sendo divulgado".

"No Brasil, o caso Watergate deve nos servir de angulação. Estamos vivendo um momento de separação entre o mundo político, que esconde e abafa, e a sociedade, que quer transparência. O [caso] Watergate mostra a relevância de uma imprensa trabalhando pela transparência", ressalta Carlos Alberto di Franco.
 

ESPECIALISTA FALA SOBRE WATERGATE



 




TRAYLER ALL THE PRESIDENT´S MEN:



fotos de Nixon, Bernstein e Woodward
http://jbm479.wordpress.com/2009/08/09/history-president-nixon-resigns-1974/
http://en.wikipedia.org/wiki/Carl_Bernstein
http://en.wikipedia.org/wiki/Bob_Woodward

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