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domingo, 4 de agosto de 2013

TUBARÃO MATA TURISTA PAULISTA EM RECIFE. A ÚLTIMA VIAGEM DE BRUNA SILVA GOBBI. Ela foi atacada por tubarão na Praia de Boa Viagem, Recife, tem a perna esquerda destruída e morre. (VIDEOS)



A ÚLTIMA VIAGEM DE BRUNA PARA O RECIFE

A vida é alimentada a sonhos; às vezes ela é tomada por um pesadelo. O mar fascina, o mar verde e cristalino de muitas praias do nordeste; o mar escuro e profundo da Praia de Boa Viagem, no Recife. O ser humano teme o desconhecido, mas é atraído pelo mistério das águas.

É como se recebesse uma injeção de adrenalina que, ao mesmo tempo em que nos alerta sobre o perigo, impulsiona para  a frente, em busca da aventura.  Nunca alguém pensa que poderá ser a próxima vítima.


Por 30 quilômetros que abrangem a área da Praia de Boa Viagem, no Recife, há muitas e muitas placas sobre o perigo de tubarões. Quase trinta pessoas já morreram atacadas pelos grandes e temidos tubarões.

Há também muitos bombeiros salva-vidas alertando os banhistas ousados e alertando os pais sobre os cuidados a tomar com os filhos. Alguns levam a sério as advertências, outros esquecem logo e voltam à água mais profunda, expondo-se a um tremendo risco.

É um tipo de loteria. Quem sabe quem poderá ser a próxima vítima? Ninguém acredita que poderá ser a sua vez. O professor checo Ivan Bystrina diz que a Cultura é formada por raízes ancestrais, que provocam o nosso imaginário. As preocupações com a morte, os sonhos, os jogos (sorte, azar, imitação, vertigem, de competição), estados alterados de consciência (êxtases, drogas, álcool) são parte das raízes que tecem a Cultura ao longo dos milênios.

Quem entra em um mar infestado por tubarões, apesar de placas e avisos, ou é ingênuo ou incauto; alguns contam com a sorte. Quantas vezes não escapamos da morte por “um milímetro”, dizemos. Assim é a vida. Ninguém sabe a própria hora de partir. Por isso vivemos, buscamos o prazer a e alegria, esquecendo-nos de certos cuidados.

Na verdade, diriam os fatalistas que mesmo os cuidados excessivos de nada adiantariam, uma vez que tenha chegado a nossa hora.

Bruna Silva Gobbi, paulista, não visitava os parentes no Recife há dez anos. Muito tempo acumulado. Isso significa uma represa de emoções. Com quatro primos foi à Praia de Boa Viagem.

Naquele dia, 22 de julho, um dia claro com centenas de banhistas na praia, havia uma forte ressaca (tempo de Lua cheia), e as águas do mar aberto invadem e enchem as tranqüilas lagoas que existem entre a areia da praia e os arrecifes, onde as crianças costumam brincar.


O MOMENTO DO ATAQUE A BRUNA

Nas ressacas aumenta o risco de ataques de tubarão, porque alguns podem aproveitar a maré alta da ressaca e entrar nas lagoas onde estão banhistas. Um tubarão é capaz de nadar com desenvoltura se houver perto de um metro de profundidade!


O SANGUE APÓS O ATAQUE


Mas pelas imagens é possível ver que Bruna estava fora das lagoas, estavam além dos arrecifes, cerca de 30 ou 50 metros da areia. Ali, em mar aberto, com a ressaca existem correntes que podem levar as pessoas para o fundo.

MENSAGEM AO NAMORADO, PELO CELULAR

Bruna estava com uma prima nessa área, quando começou a ser levada pelas águas. Ela começou a gritar, não por conta de ataque de um tubarão, mas porque estava, segundo um bombeiro,  em área mais profunda, com cerca de 2,5 metros de profundidade, e não sabia nadar.

Os bombeiro foram alertados e dois foram pela água, nadando, até ela e a prima. A prima foi resgatada por um bombeiro em um Jet-ski. Nesse momento, em águas mais profundas, é que Bruna Giobbi foi atacada pelo tubarão.

Ela foi resgatada, mas o ferimento em sua perna esquerda foi brutal. A dentada da fera arrancou tudo do joelho esquerdo até o pé, deixando apenas os ossos. Quando ela sai carregada da água, é possível notar seu pé balançando preso pelos ligamentos, ao que restou.

Bruna foi atendida rapidamente, sofreu três paradas cardíacas, estava em choque, e teve uma imensa hemorragia. À noite foi anunciada a sua morte.

Bruna Silva Giobbi, 18 anos, viajou de avião de São Paulo a Recife, entrou como turista no reino de Netuno, saiu despedaçada do mar, foi atendida no Hospital da Restauração,  e sua última viagem foi ao cemitério de Escada, em Pernambuco.

Se ela soubesse disso, certamente nunca teria avançado tanto mar adentro; mas quem é que conhece o próximo segundo? Quem sabe da própria sorte, ou azar?

RIP Bruna Gobbi 

ATAQUE A BRUNA



MÃE DE BRUNA FALA


BOMBEIRO AVISA PAI DE MENINO, CINCO MINUTOS ANTES DO ATAQUE A BRUNA



HOMEM FALA DE BOMBEIROS




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